Agora é pra valer: Igreja Católica está correndo risco

Documento publicado por Hermes Rodrigues Nery, estudioso do Vaticano e da Santa Sé, consolida a certeza de que a nossa Igreja-mãe, ou a Noiva de Cristo, está com seus dias contados em macabra previsão, por conta da busca da popularidade a qualquer custo.

Raio cai sobre a Ig na renúncia de Bento16Tomando por base o alicerce moral e espiritual da Igreja fundada por Cristo, bem explicitado em Mateus 16,13-20 e por isso mesmo exclusivo e incontestável, o articulista destila toda a sua preocupação com os rumos da Santa Sé no efervescer das trevas da pós-modernidade, deduzindo quase o óbvio das entrelinhas do populismo insensato do atual pontificado, que a rigor parece esquecer que a Igreja não foi fundada pelos padres, nem pelos bispos e muito menos pelo povo, por mais simpática que seja esta reivindicação. A Santa Madre foi fundada diretamente por Cristo, e por esta razão só pode ser conduzida por Ele, sendo sempre de bom alvitre NÃO OUVIR o povo, não contar com o povo, não ganhar voto do povo, não concordar com o povo.

Em artigo muito bem escrito e até com matizes poéticas que lembram os escritos de Chesterton (confira AQUI), Hermes Rodrigues Nery traz a lume todo o seu conhecimento acerca dos bastidores do Vaticano, sob intensa preocupação com a mentalidade do papa Francisco, que a rigor parece um menino bobo, influenciado ora por um suposto “socialismo dos pobres”, ora pelo “minoritarismo”, corrente modernóide que prega a defesa das minorias pela influência das massas, interessadas em ter TODOS os direitos a seu favor, inclusive o direito de ferir direitos!

Ora; nada há mais sério a constatar! Nenhum perigo é maior do que este para a saúde da Igreja, nem mesmo se comparado às desgraças trazidas pela Reforma Protestante, que a rigor se trata do mesmo problema, a saber, deixar o povo – qualquer um, quem quer que seja – a influenciar no núcleo intocável da Casa de Oração fundada por Cristo, a quem ninguém, absolutamente ninguém, caberia opinar e muito menos modificar! É o cerne inefável que guarda a pura seiva da Árvore da Vida, que Paulo chamou de “depósito da fé” (II Tm 1,14), o qual somente Roma tem para defender. É a doutrina infalível, o conjunto de dogmas inegociáveis dos quais depende todo o edifício do Cristianismo, e sem o qual o mundo nada mais é que apenas o inferno com diabos encarnados.

Depósito precioso da féO valor intrínseco deste depósito é tão colossal, ou tão astronomicamente imensurável, que nem mesmo o Papa teria qualquer valor perante ele, se um dia enlouquecesse e quisesse queimar os registros físicos do Santo Colégio, ou mesmo se quisesse apenas relativizá-lo para outros fins: tudo seria obliterado e qualquer último membro da Sé seria um mártir se impedisse o Papa – ou quem quer que seja – de ferir ou incendiar o grande depósito, nem que para isso tivesse que matá-lo! Trata-se de Uma Relíquia Sagrada no mais alto sentido, e se houver alguma coisa no Catolicismo que merecesse a alcunha de idolatria, idolatrar aquela Relíquia seria a única idolatria santa além de Cristo, pois dela depende o Cristo para todas as gerações da Terra!

O perigo atual está nascendo deste ponto, talvez o ponto mais antigo e mais letal a ameaçar o Cristianismo, a saber, ceder aos apelos das grandes massas, cedendo também à ideia de que a voz do povo é a voz de Deus, e que o Senhor jamais inspirou homem algum em particular (II Pe 1,20-21), devendo-se sempre ao povo o posto soberano de intérprete final da Revelação, e não a um clero exclusivo e inspirado. Eis aí explicado o problema explicitado no artigo de H.R. Nery.

Pedro recebe a unçãoPior: acorre-se imediatamente à pergunta: quem poderá salvar a Igreja de Pedro quando seu próprio sucessor, Francisco ou qualquer Papa, cai na armadilha e cede aos desejos das massas? Mais além: quem poderá salvar o Cristianismo? Pior: qual atitude poderia ser tomada para evitar que um Papa ferisse de morte a Igreja pela qual Jesus derramou o seu precioso sangue? Mais além: não caberia pensar até que a morte do Papa não fosse um inefável benefício e uma preciosa salvação? Ou quem o matasse não seria um herói? Talvez esteja aí a faceta mais sombria do bom combate, a qual o Senhor usaria para glorificar o seu soldado mais ilustre. Um cristão genuíno assumiria tal tarefa com elevada galardia e elevado galardão! Quem se candidata?

2 Timóteo 3,1-5Tomemos por base o argumento principal apontado por Nery: “O mandato vem de Cristo, as incumbências e os deveres vêm de Cristo, as chaves foram entregues por Cristo e não pelo povo. Aí está o engano, o perigo, a ilusão da chamada ‘descentralização’. O caminho da Igreja começa por escutar a Cristo e não o povo. A missão de Pedro vem de Cristo e não do povo. Cristo é o que está ‘elevado, acima de todos’, pois ‘nada podereis fazer sem Mim’!”. Em outras palavras, seria declarar que o mandato do Papa foi dado por Cristo, todas as tarefas e missões do Santo Padre foram incumbidas por Cristo, e até as Chaves do Reino que lhe deram todo o poder discricionário veio diretamente das mãos do Jesus em carne e osso, e não de um “deus invisível no céu” ou de uma massa de alienados levados pelos mais sórdidos demônios! Nada nem ninguém poderia estar ali, naquela hora, no lugar de Jesus, pois só Ele responderia por aquele ato “tresloucado” de entregar “as Chaves do Reino” nas mãos de um cara que nos últimos dias poderia se voltar contra sua eleição exclusiva! O leitor está vendo até onde chega a gravidade do que está acontecendo no mundo?

O fim do Cristianismo na Terra só poderia ocorrer (apesar da grande ferida incurável do Protestantismo) se o próprio Sumo Sacerdote, eleito por Cristo, o Sumo Pastor, alcançasse a “Síndrome da Sedução de Popularidade” que somente os demônios conseguiriam incutir por meio das multidões incontáveis do hedonismo, e também se o Papa tivesse todo um passado ligado aos movimentos populares, aos arautos da pseudoliberdade e aos falsos defensores dos pobres, que facilmente comoveriam e confundiriam a opção preferencial da Igreja com uma subserviência à voz do povo. [Diria o diabo: “O Socialismo, afinal, foi criado para triunfar!”].

Bíblia atravessada e em sangueClaro que a rigor, o Cristianismo jamais acabará, como também jamais passarão as palavras de Deus (Lc 21,33), conquanto ele possa continuar vivo apenas no Paraíso, onde não há influência de massas e muito menos de anjos caídos. Mas justamente por isso, por saber do eterno perigo que corria a Revelação no ambiente conspurcado, Deus tratou de entregar as Chaves do Reino a um único Homem, por meio de seu único Filho, e apenas em Sua missão terrestre, vindo em carne e osso. Se a onisciência já previamente sabia deste inexorável perigo, e por isso agiu secretamente dando “As Chaves” a Pedro, quem somos nós para discordar que o fim do Cristianismo terrestre já está às vistas, e talvez estejam rindo dele todas as fumaças do Abismo?

Mais a Revelação nos pediu para exultarmos e alegrarmos quando víssemos as coisas chegarem a este ponto. É como se nos pedisse uma loucura, que afinal, honra a visão de Paulo de que as coisas de Deus são mesmo loucura para os homens (I Co 2,14): Como ficar alegre vendo nossa única alegria ser aviltada e desmantelada com toda sorte de imoralidades? Como exultar quando o mundo vence a única força a lutar contra a corrupção e a maldade? Eis aqui um último milagre a ser exigido de nós.

Finalmente, o leitor poderia perguntar se há alguma lógica em se acreditar que o Cristianismo irá sumir do mundo, após todas as defesas que o Espírito Santo lhe adicionou? Sim, há. Tal como havia uma lógica triunfante no exato instante da morte de Jesus, e que enganou a crença dos apóstolos de que Ele venceria tudo em carne e osso! Ora: o fim veio, Ele foi enterrado. Porém depois de três dias ressurgiu vitorioso. O Cristianismo morrerá… sim, mas depois de três dias…

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