Não tiro a razão da Ciência

A verificação comprovada da fragilidade da vida humana num universo perigoso e imprevisível, as coincidências absurdas para o surgimento da vida e um verdadeiro “milagre” para mantê-la, fornecem todas as justificativas lógicas para o Ateísmo oficial…

Coyne ilustra a CiênciaQuem quer que tenha gosto e tempo para assistir documentários ou filmes dos livros nos quais se baseiam, deverá um dia já ter visto alguma coisa com o tema replicadíssimo da Astronomia cética, ou da Ciência dita Oficial, para quem o universo não passa de um vazio imenso e caótico onde a vida só ocorreu – por mera coincidência – num planetóide azul, situado num gueto de galáxia em rota de colisão com outra! E mais, terá visto também que todo o quadro encontrado na varredura do cosmos reflete justamente isso, ou seja, um imenso absurdo sem sentido, traduzido pelas expressões de Carl Sagan quando disse que “nós humanos nada mais somos que o universo pensando sobre si mesmo”. Enfim, este artigo tentará ver as coisas como a Ciência vê, dando a ela a parcela de razão que a moderna Cosmologia tem lhe dado, e como se o Cristianismo não tivesse deixado toda a Lógica a favor de uma inteligência criadora por trás do aparentemente infinito vazio.

Tal quadro absurdo comporta, no mínimo, uma saída inteligentíssima (permitida sabe-se lá por quem – falando aqui como se crer em Deus fosse outro absurdo), que dá aos agentes do Mal todas as chances de ocultar as suas ações malignas, o que quase nos obriga a encarar Deus como sendo ele mesmo um promotor da maldade, já que permite o mal rolar solto e não mostra “sua cara” para gerar esperança de salvação. Noutras palavras, “se Deus existisse”, por que permitiria que os agentes das trevas agissem sem deixar rastros – exibindo a mentira do espaço vazio – e Ele ainda ficasse tanto tempo assistindo a maldade ganhar corpo (literalmente, com o nascimento do próximo antiCristo) na Terra? Isto é: Por que Deus não permite que PROVAS CONCRETAS da vida extraterrestre vazem para a Ciência e esta reconheça que somente um Deus poderia ter criado tantos planetas habitáveis, ao invés de manter-se em oculto à espera de nossa fé, que “ouve” os cientistas e enxerga o vazio?

Zecharia Sitchin1Enfim, nosso Planeta tem sempre este cheiro de injustiça no ar, e ela não poupa a ninguém com mais de 7 anos de idade, embora hoje em dia até as criancinhas estão sendo levadas ao ceticismo e a rir de papai Noel!… A injustiça é também óbvia: se Deus existe, e se a visão de sua Face iria ajudar algumas almas trêmulas a crer (como ajudou a São Tomé), por que só Tomé teve aquela bênção inefável de comprovação da concretude de Deus? Teria Jesus desobedecido o plano de seu Pai de ficar em oculto, ou estará Deus-pai “errando” por desobedecer a Jesus que lhe pede transparência e teofania? (Poder-se-ia pensar num “conflito de deuses”? Estariam certos os gregos e suas teodiceias? Estaria certo Zecharia Sitchin?): Pois bem: aqui estão perguntas que não querem calar, e nós temos o dever de cumprir toda a Justiça, como disse Jesus.

Com efeito, o leitor cristão deve estar percebendo que, para chegar a PENSAR do jeito que pensa um maldito cético, este articulista teria que falar como um descrente irônico, e tratar Deus como se o Senhor fosse um chantagista e a Trindade um panteão grego, com inúmeros deuses, e a tratar tudo com achismo e sem qualquer bom senso! Porém aqui fica a dica antecipada e meu pedido de compreensão, até porque vou precisar desta para chegar a bom termo nesta loucura!

Porquanto é loucura braba tudo isso, mesmo a mais rápida e mais insignificante tentativa de entender o Universo inteiro como mera obra do acaso infinito, aquele que – em tese esquizofrênica – teria gestado uma série incontável de coincidências e nenhuma delas “estranhar” a outra, como se a matemática da Terra, que prova a raridade – quase um “milagre” – de uma sequência numérica complexa se repetir ad eternum em qualquer espaço-tempo, não funcionasse fora de nossa atmosfera e ali, no espaço profundo, fosse normal e comum alguém ganhar na loteria todas as vezes que joga, ou até que se ganhasse na loteria mesmo sem jogar!

Olavo de Carvalho - CAPAPorque é isto o que se requer da mente humana, da lógica mais perfeita, supor que depois de bilhões de anos de caos e destruição, sem qualquer comando inteligente, o universo prosseguisse sua sina de riscos ininterruptos e desconstruções trágicas e depois disso tudo produzisse a vida, e esta, uma vez nascida, seguisse outra série infinita de coincidências até gestar a inteligência humana! Puxa! É imaginação demais este exercício de fé! Estava certo o Olavo de Carvalho quando nos ensinou que é preferível crer nas aparentemente infantis histórias bíblicas do que no que dizem os cientistas, pois eles arranjam muito mais coisas e coisas muito mais difíceis de acontecer para depois exigir de nós a crença de um universo sem Deus! (Confira AQUI).

Inobstante, este comentário visa mostrar A RAZÃO da Ciência, e esta só pode ser erigida aqui se o leitor conseguir verificar que, a partir de um “acobertamento proposital” de Deus (o chamado “Silêncio de Deus”) que não permite nenhuma prova concreta de sua existência, os cientistas ficariam obviamente tateando no escuro, já que é impossível encontrar quem não quer ser encontrado! Assim sendo, receber todo dia informação da NASA e outras agências de pesquisa do espaço sideral a dizer que nenhum sinal de vida extraterrestre chegou às antenas da radioastronomia, não pode ser nada que espante o crente inteligente, e muito menos o desanime, pois o próprio Deus estaria por trás do Cover-up, e perfeitamente justificado pela justiça de uma salvação pela fé, cuja lógica exige confiança cega para ser válida!

E os exemplos de eventos neste mister são inúmeros, a começar do fato de que “a mera equação astronômica que obriga a aceitar a existência humana como dependente exclusiva da estreita faixa biológica da órbita terrestre, exige a crença de que não haja vida em nenhum outro lugar do Universo, e que nossa vida apenas subsiste enquanto dura esta aparentemente longa faixa de tempo entre o nascimento e a morte do Sol”. Ou seja: já que Deus não se mostra a ninguém e nem os alienígenas se dão a conhecer, fica 100% lógico acreditar que somente a Terra tem vida em todo o Universo, e que esta vida também é insignificante em termos astronômicos, pois o tempo inteiro de sua permanência neste Planeta não passa de alguns segundos na História do tempo cósmico.

Com este dado arrasador, pode-se ver claramente que ao final de toda a existência do universo, a Lógica vai dizer que o universo nunca teve vida, a não ser um mero sopro dela num planetinha azul, pendurado no galho podre de uma poeirinha chamada Via Láctea, a qual durou menos de um segundo e por isso sua fugaz passagem nem pôde ser registrada, dada a instantaneidade de sua incidência! Enfim, são esses os dados que devem permitir a um crente dar razão à Ciência, já que ela, como toda a Humanidade em si, foi abandonada à própria sorte, e jamais poderia produzir frutos diferentes desta insípida e frustrante dedução, permitida – e certamente desejada – pelo próprio Criador.

Vazio Cemitério na Escócia

(*) O simbolismo do “Jardim Vazio” é um falso trunfo para os ateus, tal como um cemitério é falsamente um “jardim dos mortos”.

Nem se dará o caso de serem levantados questionamentos inquisitórios no dia do Grande Juízo, pois ali estaremos diante de nosso Advogado (I João 2,1-2) e Ele próprio deverá olhar para Iaveh e repetir a velha frase aparentemente injusta dita na cruz, aquela que pedia a seu Pai que perdoasse a todos porque eles não sabiam o que estavam fazendo (Lucas 23,34)! Porém Jesus sabe – e seu Pai também – que se Deus tivesse mostrado a sua terrível face – como a chamou Lewis – aos seus algozes, ou se agora no Século XXI o Senhor permitisse que a Ciência encontrasse os marcianos e os venusianos, talvez todo o povo acreditasse em Jesus com o apoio da Ciência, pois no fundo toda a Humanidade tem espírito de São Tomé, mas estranhamente não merece a exceção consentida ao apóstolo cético, precursor de todo o ceticismo moderno! Enfim e a rigor, não há nada que justifique o “silêncio cósmico” e a aparente ‘ausência’ de Deus, exceto aquilo que explicamos no nosso último post, intitulado A proteção psíquica explica o universo ‘vazio’, cujo título responde tudo (mas o leitor deve ler aquele artigo ANTES deste, se já não o tiver feito – leia AQUI).

Porquanto somente pensando desta forma, com esta clareza imparcial e isenta de paixões pró-religião e pró-ciência, um cristão poderia ter uma visão mais precisa da atual conjuntura terrestre, e ela sempre o obrigará a voltar os olhos para a Revelação Bíblica, pois ali está a única fonte que explica não apenas o estado atual de cegueira da Ciência, mas também COMO as coisas chegaram a ficar como estão hoje. E o que a Revelação diz é a verdade mais “reprisada” por esta Escola, a saber: que a rebeldia do Homem à vontade de Deus, manifestada já na alvorada do primeiro casal de macacos falantes (Adão e Eva), foi a responsável pela brutal Queda da Humanidade, e com esta veio a perda decisiva de todos os poderes anteriores a ela, incluindo a visão e a comunicação sobrenatural, pela qual o universo inteiro se comunica e troca visitações entre seus habitantes, que jamais precisaram crer para ver, pois podem VER TUDO sem o véu da fé!

Eis aí a conclusão deste arrazoado até certo ponto irreverente, intitulado “não tiro a razão da Ciência”, urdido como uma forma de “imitar os ateus” e de responder àquilo que a Humanidade sempre se pergunta (‘Deus existe?’), ou nem mais se pergunta pelo desânimo do “Jardim Vazio”(*)! E obviamente não há solução alguma aqui que venha a alterar as coisas… pois se o próprio Deus estabeleceu a fé cega** como única fórmula de se ‘visualizar’ o Além, deve ter sido muito caro para Ele deixar a raça humana a mercê da aparente fragilidade da crença; ou então que a recompensa de tal sistema certamente valeria tudo para Ele, ou valia a pena arriscar para garantir o fim por Ele planejado. Assim o plano de Deus deve ter sido este: “é melhor deixar que as ovelhas cheguem todas cegas ao meu aprisco, do que deixá-las com bons olhos e vê-las desviarem-se para o Abismo”.

*******

(**) – Falo “fé cega” aqui como outra forma de ‘agradar’ aos ateus, mas Deus sabe o quanto não creio nisso, quando tive toda a minha fé criada e consolidada por mestres como CS Lewis – autor de “Milagres” – e John Stott, autor da lógica irrefutável do livro “Crer é também pensar”. Meus leitores crentes e fãs de Lewis jamais confundirão meus alhos com meus bugalhos.

 

Esta entrada foi publicada em Arte de Desaprender. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *