Por uma Igreja que não existe mais (minha dor profunda não cessa)

Depois de caminhar léguas e léguas “procurando o elo perdido”, e depois de investigar montanhas de livros e registros, até agora nada encontrei que me mostre o contrário, ou seja, ter eu crido em vão na visível derrocada da Igreja de São Pedro, única que Jesus Cristo realmente deixou na Terra.

Christ arrasado com a destruição da IgrejaCertamente só nesta era tecnológica, onde a Informática já deu ao Homem tudo o que ele queria para estar bem informado, eu iria ter acesso ao presente conhecimento que me angustia, ao qual cheguei por via de livros, revistas, testemunhos, sites, blogs, mas sobretudo, por meio de canais de vídeo, onde a Verdade pode se apresentar “ao vivo e em cores”, de um modo muito mais arrasador e convincente do que mil palavras escritas, mesmo aquelas escritas dentro de um livro chamado Bíblia.

Refiro-me à deprimente constatação de que a chamada “Santa Madre Igreja”, aquela a que fui acostumado desde a minha mais tenra infância, não passa agora de um monte de tijolos trêmulos, à espera do último sopro diabólico contra seu último reduto de legitimidade, a saber, a Moral Cristã, sem a qual igreja alguma e ninguém podem ser salvos. Pior, mesmo aqueles que podem estar franzindo agora as sobrancelhas por minha aparente irreverência contra a sagrada Igreja-mãe, jamais poderão calar a si mesmos quando olham para dentro de seus corações e enxergam desobediências vis, ora claras ora sutis, à vontade moral de Deus, que perscruta todos os corações.

Jesus e a coroa de espinhos2Isto é, o mero referir desta possibilidade já constitui uma ferida aberta e por demais dolorosa em todo o mundo católico; e sendo esta uma constatação irreversível e presentemente incorrigível, termina por afundar-se voluntariamente na lama interior (diante de um vício aprazível e invencível), deixando apenas o olho de fora, aquele olho presunçoso que vem combater qualquer alma que ouse abordar a ausência de santidade, mesmo que o faça com a humildade de ver impureza em si mesma, e aí está a sua dor.

Todavia e com efeito, é necessário correr com a carga toda subitamente, abandonando o campo do subjetivismo, campo este importantíssimo e indispensável quando a discussão visa apenas corrigir a errância comum de cada alma humana, iluminando seu destino individual, sua resposta individual e sua salvação individual com Deus. Tudo isso é importante e vital, mas não tem utilidade alguma para entender a tragédia que este artigo quer apontar, embora deva ao subjetivismo todo o campo de resgate que Jesus abriu na cruz, para nossa salvação. Se o leitor não estiver satisfeito com meu (in)voluntário “abandono” da salvação subjetiva da fé, peço que também abandone esta leitura, pois vou ousar atacar algo coletivo que se deteriorou, por assim dizer, a minha dor profunda de viver num mundo onde o diabo está vencendo até mesmo aquela para quem a Escritura disse que “as portas do inferno não prevaleceriam contra ela” (Mateus 16,18).

A feiticeira inaugura o inverno sem fim1Muitas foram as fontes – canais – de vídeo onde a Verdade da quebradeira da Igreja transparece a olhos vistos, mas uma fonte em particular me chamou mais a atenção, devido ao seu caráter mais humilde e precário, como que refletindo um pequeno grupo de ovelhas apavoradas, vendo chegar o lobo em carne e osso para assentar-se no trono de São Pedro e nada podendo fazer, exceto entoar o cântico triste da saudade dos bons tempos medievais. Um cântico certamente fúnebre, como o que entrou no coração dos apóstolos após a traição de Judas. O cântico tristíssimo da velha Nárnia, quando a Feiticeira inaugurou o inverno sem fim.

O vídeo que mais me chamou a atenção, dos três principais, também traz um cântico triste para a minha alma, embora perfeitamente sincronizado com o teor da mensagem, que precisa de tristeza e dor para chegar às ovelhas escondidas pelo medo e pela multidão de maus católicos a reinar neste Século, antes do falso rei encaminhar seu “golpe de misericórdia”, a saber, o ultimato de obediência sine qua para os cristãos.

O leitor será informado sem medo, que se trata de uma dor profunda no coração de um católico romano arrasado, somente capaz de respirar pelas palavras de São Lucas, quando dizia “quando virdes acontecer estas coisas, levantai as vossas cabeças e exultai, pois a vossa redenção se aproxima” (Lc 21,28). É a dor de comprovar, dilacerantemente, que a única Igreja de fato santa, e o último reduto vivo da Moral Cristã, foram sorrateiramente atacados, com armas sutis mas irresistíveis, ensejando a que a Noiva do Senhor gritasse, como também gritou o Noivo, “Pai, Pai, por que me abandonaste?”, na cegueira medonha da última hora. E o abandono se refletiria com força, obviamente, no dia em que a Igreja não mais contasse com pastores de bom caráter, deixando seus rebanhos a comer porcaria e beber somente leite derramado!

Fábio de Melo em showmicioVeja ESTE vídeo e pense comigo. Ele foi produzido por um singelo canal do Youtube chamado “Tradição Católica”, ou seja, veio “da boa poesia que não volta mais”, porque estamos vivendo no tempo da “sociedade dos poetas mortos“. O nome do vídeo merece toda reflexão: “Queremos Padres Santos e de Batina JÁ!”: Quem não está vendo que os padres modernos não passam de “boyzinhos posudos”, artistas de palco e fazedores de “showmícios”? Pior, QUEM consegue ainda ver hoje em dia que o roupão preto, o vestidão preto do pescoço aos pés que Padre Cícero usava, tem uma “magia” espiritualizante e até molda o ânimo de seu usuário para permitir a cobrança social séria da fidelidade do servo ao seu Senhor? Quem não vê que os próprios padres de hoje parecem ter vergonha de mostrar santidade em suas roupas? Ou vergonha de espelhar um espírito “moralista” que está sempre temendo ser confundido com o falso moralista em que a maioria se transformou?

As mensagens desse vídeo falam por si: “Queremos padres que não contem piadas na missa, que não ‘pulem a cerca’, que se ocupem somente de salvar almas, que não deixem os leigos mandarem na Igreja, que não se calem para agradar o mundo (sobretudo fazendo silêncio sobre pecados sexuais), que se auto disciplinem com ‘mortificações’, que defendam a Igreja Católica perante todas as outras, que eles mesmos ensinem o velho e bom Catecismo, que nunca omitam o perigo do inferno, que se recusem a dar a comunhão a praticantes de pecados mortais”, enfim, tudo se refere a uma igreja moribunda, ou que não volta mais, como a água passada pelo moinho.

Outras boas produções do Canal Tradição Católica devem ser vistas por aquele católico que também está se sentindo triste com o atual rumo da Santa Sé, e eu recomendo estes dois vídeos aqui abaixo:

Padres tristesOra; a partir dos próprios pastores, cuja inclusão pressupõe a queda de bispos e cardeais, nossos olhos são levados por trilhos que avançam diretamente para o “Sumo Pontífice”, pois um líder que não disciplina – e até expulsa – seus liderados, não pode ser respeitado nem mesmo por quem tem o mínimo senso de Justiça, tal como não podemos respeitar um (ex-)presidente que sempre alega “não saber de nada”, ou que não sabia das maracutaias que se desenrolavam debaixo de suas barbas, operadas por gente de sua total confiança e por ele indicados! – Uma palavra contundente de Olavo de Carvalho termina por enterrar de vez as nossas esperanças para com a Noiva de Cristo, sendo ele um católico que sempre defendeu a Santa Madre Igreja – veja NESTE link e chore… (é pra chorar mesmo).

Logo, se podemos ver com razão o fim de um país tropical pacífico e honrado, também temos razão para ver o fim de uma Igreja divina, única salvaguarda das verdadeiras tradições e relíquias sagradas do Cristianismo, como cabia a uma verdadeira Noiva guardar e proteger. Pior, no meio dos tesouros perdidos, está-se perdendo o principal tesouro, a saber, a Moral Cristã, o ouro puríssimo e a pérola que Jesus pediu para não ser lançada aos porcos! Enfim, prezados leitores, se nada for feito (e o tempo está a indicar que nada será feito até o soar da última trombeta), podemos esperar que o último dia chegou, e ninguém mais terá um sol claro a iluminar a próxima manhã.

 

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