A Ditadura da Quantidade sobre a Qualidade

Multidão na mesquita1

Estamos numa era onde a opinião das massas sempre prevalece sobre qualquer outra, negando-se todo e qualquer ouvido para esta última, mesmo que ela tenha a mais pura lógica a embasá-la.

Estamos assistindo isso o tempo todo. Não há situação ou lugar onde tal fato não esteja pipocando em apoteoses multicoloridas, com fogos de artifício e com toda a mídia a apoiá-lo. Não há ninguém no mundo todo que não tenha se rendido, feito gado indo ao matadouro, à insinuação da propaganda de que, quando alguma coisa tem a adesão das massas, então é a melhor (aliás única) opção a se seguir. E nada nos leva a crer que essa onda hipnotizante irá morrer ou mesmo arrefecer um pouco, quando a Humanidade inteira elegeu o edonismo como razão de viver.

Estou me referindo à imposição autoritária da noção de que nada tem valor exceto se contar com a adesão generalizada das multidões, e o tempo que tal onda já inundou o mundo todo, com sérias dificuldades para ser, depois de tanto tempo, sequer questionada. E pior, a longa duração de qualquer onda sempre traz consigo o seu efeito mais deletério, a saber, a desintegração do terreno onde a reengenharia poderia tentar sanar o prejuízo, forçando a uma desistência perante o poder irresistível do vazio, já que “o Nada tem uma força descomunal” (como dizia CS Lewis).

O longo tempo decorrido (desde o advento da Televisão a nível mundial, mais ou menos entre 1950 e 60) de martelamento da ideia de que o indivíduo precisa capitular ao coletivo, matando em si tudo aquilo que seria a sua mais justa reivindicação de foro íntimo, gosto pessoal, simpatia e liberdade, fez com que este mesmo conceito fosse desvirtuado e invertido, por se insinuar como “liberdade das massas”, que nada mais é que o resultado da “hipnose coletiva” que obriga a um comportamento “x” e uma fixação cega.

Pior, restaram poucos exemplos claros do que a massificação impôs ao coletivo, e esta dita “camuflagem pela multidiversidade” acaba engolindo tudo o mais, pois os poucos gostos comuns não-digeridos se apresentam como uma opção livre das massas, e assim o indivíduo mais uma vez se cala perante a aparente felicidade geral. Isto é ponto pacífico, nos dois sentidos.

Todavia, sem a menor dúvida, restou um modismo que não se enquadra nos gostos coletivos globalmente aceitos, e ele será o objeto de nossos últimos parágrafos neste artigo. Mas será que ainda há tempo para ao menos poder ser abordado? Ainda restou algum ouvido sadio para pelo menos poder ouvir qualquer “chiado” de uma posição diferente? Tenho minhas dúvidas…

E elas são bastante racionais. Porquanto quando alguém, no plano individual, põe ferro e cimento em sua crença pessoal, petrificando sua mente, NADA mais no mundo o fará ouvir o outro lado, e para ele então só existe mesmo o lado dele. Qualquer insinuação em contrário lhe será uma agressão pessoal, uma intromissão sem nexo e uma demonstração de pré-conceito (grafei pré-conceito assim justamente para mostrar o que ocorre na mente petrificada a que me refiro aqui). Ou seja, após a petrificação, o indivíduo não apenas assume firmemente um pré-conceito, mas o cerca de todas as muralhas da intolerância, ao ponto de não poder, realmente, ouvir qualquer outra voz senão aquela, mesmo que seja uma que lhe ofereça socorro. Isto também pode ser chamado de ‘Totalitarismo’, e ele significa “massificar”, uniformizar, robotizar, engessar, etc…

Então nesta altura creio que já podemos perguntar se o leitor consegue identificar alguma coisa que, a despeito das alegações contrárias de quem defende, foi abraçada pelas massas como a ordem de um deus tirano (ou como uma lei da Inquisição), que obrigou a todos a pensar de um certo modo e anular todos os outros modos, num processo totalitário de robotização das consciências (?). Será? O leitor vê algum exemplo disso no mundo? O que está na mente de todos e que ninguém contesta porque todos aderiram? Vou tentar dar alguns exemplos:

(1)      Todos aderiram a cultura da saúde física e mental, e por isso a indústria farmacêutica é uma das que mais cresceu na modernidade; nesta cultura, todos aceitam que a carne vermelha é um perigo, que verduras e legumes promovem a longevidade e os exercícios físicos são indispensáveis para quem quiser viver muito;

(2)      Todos aderiram a ideia de que não existe nenhuma diferença entre o homem e a mulher, e que esta pode assumir todas as tarefas de um homem, sem qualquer impedimento; da mesma forma, a mulher sente o sexo do mesmo modo que o homem, e que os instintos sexuais são idênticos e levam às mesmas dependências num e noutro; mulheres e homens têm os mesmos desejos, em quantidade e intensidade;

(3)      Todos aderiram à ideia de que não há nada no passado da Humanidade que mereça um lugar na modernidade sem qualquer alteração, pois nunca jamais houve nada praticado no mundo que fosse tão perfeito que não precisasse de correção pela Evolução.

Estes três exemplos bastam. Mas há um outro que é o cabeça de todos os pré-conceitos e o maioral de todos os prejuízos. É o seguinte.

Trata-se da noção massificada de que o homossexualismo é uma coisa normal e até igual ao heterossexualismo, e que as “razões” alegadas para sua aceitação mundial são a mais pura lógica aristotélica, como se nada ali houvesse de incongruência e manipulação. Mas antes de continuar, lembre urgentemente o leitor de que se trata de um conceito que já está PETRIFICADO em todas as mentes, e assim já virou pré-conceito, e por isso ai de quem suscitar qualquer argumento em contrário, por mais lógico que seja. E antes ainda de continuar, devemos lembrar o seguinte:

(i) Quais interesses estavam por trás da onda erotizante que acabou propondo, pela tangente, o homossexualismo mundializado, que acabou sendo engolido por aqueles que apenas queriam ver todas as mulheres como promíscuas e o sexo grupal como moda?Multidão nua1(ii) Quem garante que os ninfomaníacos que subiram ao Poder e controlavam a mídia não capitularam ao homossexualismo, não por aderirem pessoalmente a ele, mas porque ele diminui a quantidade de machos e assim sobram mais fêmeas para a promiscuidade geral?

Enfim, há outras vertentes a se analisar na questão, antes que a mente se petrifique. Afinal, um mundo imoral e insano, onde até quem deveria ser exemplo de moralidade cai em pecados mortais como a pedofilia, jamais poderia se levantar contra aqueles que queriam curtir o prazer adoidado em todas as suas formas, mesmo que contrárias à lógica e à natureza. Neste sentido, os homossexuais nada mais fizeram que seguir a onda, pois a imoralidade, a pedofilia e a sodomia já existiam muito antes da mídia divulgar tudo, e assim o grande pecado é maior e mais velho que a pederastia. Esta, afinal, nem chegou a concretizar-se 100% pura, pois a grande maioria dos homens e mulheres homossexuais na verdade gostam mesmo é da curtição do prazer (ou “pansexualismo”, que une pessoas “poliafetivas”), e esta independe de qual sexo está entre as pernas do parceiro de cama. A maioria faria sexo com qualquer um, e usaria o corpo como mero instrumento do prazer, independente de chegar ao orgasmo penial, vaginal ou retal. É por isso que a ideia subjacente à onda erotizante não é tornar a Humanidade homossexual, e sim reintroduzir a sodomização no mundo, com a qual o sexo grupal seja “a inauguração definitiva da felicidade terrena”.O jardim dos prazeres terrenos…………….É por isso que foi preciso implantar primeiro a Ditadura da quantidade sobre a qualidade, para que uma proposta ilógica pudesse vingar em todas as mentes. A Mídia então era a grande arma das trevas, pois só ela poderia fazer a Humanidade inteira engolir uma idiotice e achar esta gostosa. Então a jogada era fazer com que todo mundo visse o mundo inteiro aderir a uma ideia, e este simples fato numérico seria convertido em argumento lógico, e pior, COM AJUDA DA IGREJA! (Todas as igrejas, desde muito cedo, aceitaram de bom grado a noção de que era preciso trazer as multidões para Cristo, pois só um movimento de massa poderia mudar o mundo e garantir a sobrevivência da instituição religiosa! Até porque, é lógico mesmo, qualquer lugar do mundo é pior do que uma igreja, e a igreja é sempre o melhor lugar no mundo para alguém estar). Estava aceso o estopim da bomba atômica midiática, e, a partir dela, tudo o mais seria proposto globalmente.

Gay-boyPara não deixar o presente texto terminar tão pessimisticamente, chamamos mais uma vez o leitor para pensar: vamos ver se há lógica nos argumentos usados pelo homossexualismo, certo?

Os homossexuais e sobretudo os seus chamados “filósofos”, alegam basicamente duas coisas quando o defendem: (1a) Que o homossexualismo não é uma opção consciente, e sim um distúrbio nato e genético de alguns corpos humanos, e por isso não pode ser encarado como um pecado ou uma sem-vergonhice; (2a) Que o homossexualismo é uma opção sexual como qualquer outra, e por isso a democracia e o Livre-arbítrio o permitem sem qualquer restrição. A opção (1a) já está hoje em dia quase fadada a inexistir, e a (2a) ganha cada vez mais força numa era de permissividade e impunidade.

Se já estamos avisados do perigo de se aderir a um pré-conceito sem analisá-lo, então ainda temos o direito de pensar com nossa própria cabeça, e ver aonde fomos enganados, a partir da chegada dos meios de comunicação de massas (1950-60).

Nenhuma das duas respostas anteriores são corretas, embora a primeira contenha um dado que este articulista não pode nem negar nem confirmar, por absoluta distância de minha área de atuação (a Teologia). Porquanto uma terceira opção, aceita no início das pesquisas científicas da homossexualidade, e também hoje, na surdina do medo de se expor, deve ser considerada a verdadeira por se adequar perfeitamente à lógica e às duas outras opções. Refiro-me à resposta que defende que o homossexualismo é uma doença, mas mental, tal como a esquizofrenia e o autismo, e por isso pode ser curado e perdoado. De modo mais elástico, pode-se entender perfeitamente o homossexualismo como doença mental, porque todo pecado é uma doença mental; e sendo cada um de nós um pecador inveterado, então TODOS NÓS somos doentes mentais! – O que nos obriga a rever com urgência qualquer espécie de agressão ou mesmo pré-conceito contra gays, já que todos nós merecemos o mesmo “tratamento” (se é que xingar e agredir pode tratar alguém!). Estava certo o velho Dr. Joacilo, quando um dia declarou: “o mundo é um grande hospital psiquiátrico”; e se não for tudo isso, podemos enxergar hoje em dia que “há mais louco fora do asilo do que dentro”.

HellraizerIsto é um baita problema, sim, mas o nó cego dele é que a sociedade inteira foi preparada não para curá-los (a cura sempre é trabalhosa, cansativa e irritante), mas para digeri-los, custe o que custar, engolindo cobras e sapos crus e achando-os saborosos. Engolir sem mastigar é sempre mais rápido e menos cansativo, sobretudo para uma geração sem esperança (“mataram o Deus da Esperança”) e indolente, cuja única razão de viver é o prazer e o dinheiro. Afinal, fazer o que o bom samaritano fez é incômodo e desagradável, e perturba completamente o andamento das coisas, atrasando compromissos e perdendo oportunidades. Ainda mais quando os supostos ‘tratadores’ (ou médicos psiquiatras) também têm interesse em não curar… ora porque também são homossexuais, ora porque veem enorme vantagem em diminuir a população de machos pelo sonho inconfesso do “paraíso da promiscuidade”…

Eis, enfim, porque a onda massificante entra engolindo tudo o que vê pela frente, ganhando cada vez mais espaço na mídia e nos corações. A chamada “Ditadura da Quantidade sobre a Qualidade” está deitada em berço esplêndido e nada indica que aparecerá alguém para tirá-la de lá, numa ação que agora depende de um milagre. O povo gosta da situação atual, embora reclamem de tudo e prefiram sempre a vida do vizinho rico. Assim, os males advindos da onda erotizante jamais serão questionados, enquanto a violência urbana, fruto da ausência da Moralidade, vier assaltar os seus curtidores e defensores, ou quando o feitiço se voltar contra os feiticeiros. A antiguidade, pelo menos, sabia e desejava a qualidade acima de tudo, e temia seriamente os riscos da ditadura edonista. A pós-modernidade capitulou e sucumbiu, junto com “a morte de Deus”.

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