Purismo Lewisiano

Purismo Lewisiano: definição desta Escola

Entendemos por PURISMO LEWISIANO a aceitação e adoção das idéias próprias de CS Lewis, ou nascidas, desenvolvidas e nutridas por ele, independente de como as igrejas e denominações o interpretem. São todas as instruções e filosofias por Lewis defendidas, e não necessariamente aceitas pelos credos existentes, sobretudo não incorporadas ou abandonadas pela Reforma. Compreende tudo isso as doutrinas mais importantes do Cristianismo, a maioria defendida em dogma e cânone, e sem as quais até o plano de salvação está em risco. Não se trata de quaisquer doutrinas defendidas pelas igrejas e por isso adicionadas ao ideário de Lewis, como se este as tivesse defendido. Trata-se de idéias, opiniões e crenças particulares de “Jack”, que incorporam inclusive “crendices” populares, testemunhos históricos e mistérios lendários, os quais foram analisados e aproveitados pela síntese teológica final de Lewis, mesmo quando os tais aparentemente contradizem a interpretação dada aos dogmas pelas denominações reformadas. Três exemplos disso seriam os seguintes, os quais podem ser tomados aqui como únicos, dada a sua importância central e a necessidade de uma síntese para este veículo do site:

(1)   O que Lewis pensa sobre a aparição de fantasmas: Que de fato se trata da visão real de almas desencarnadas pelos olhos dos vivos, e não uma operação enganosa de satanás. É óbvio que esta última não se descarta em absoluto, uma vez que o diabo pode se transformar até em anjo de luz. Todavia, sob autoridade de uma permissão misteriosa de Deus, a qual se demonstra à luz de incontáveis aparições testemunhadas ao longo de toda a História terrestre, e à luz das próprias Escrituras Sagradas, a possibilidade real de uma visão fantasmagórica é ponto indiscutível para Lewis e para qualquer seguidor purista de Lewis.

(2)   O que Lewis pensa sobre o Purgatório: Que de fato o Purgatório é real, e que todas as almas passarão por ele, seja por um segundo ou por um milênio, porque um dia pode ser mil anos e mil anos um dia. Que o Purgatório é importante para a conclusão do trabalho de purificação das almas, diante da perfeição exigida para a entrada no Céu, onde só habitarão seres irrepreensíveis e santos. Porquanto a alma que descrer de Cristo não merece ir nem para o Céu nem para o Inferno (Lago de Fogo), pois nem é santa para merecer aquele e nem cometeu pecado mortal para merecer este último, que jamais deve ser confundido com o Abismo, ou o Hades, ou a “Mansão dos Mortos”, ou o “Vale da Sombra da Morte” (Salmo 23). Lewis confessou acreditar no Purgatório e até que faz orações pelos mortos.

(3)   O que Lewis pensa sobre a mecânica da salvação: Que uma alma é salva por um complexo de condições inerentes ao emaranhado labiríntico dos vícios em que caiu, no qual estão incluídos: (a) A boa obra do arrependimento dos pecados, a qual não necessariamente “lavou” a alma dos vícios em que caiu, e que precisa ser constante a cada nova queda e a cada novo pecado; (b) A boa obra interior de, pela boa vontade para com o ouvir da Verdade que lhe é contrária, acreditar na Ressurreição de Cristo e na sua própria, bem como na boa vontade de Deus para com uma alma rebelde e renitente; (c) A boa obra do perdão genuíno aos pecados alheios, mesmo hediondos, sem o quê não haverá perdão de Deus (Mateus 6,14-15); (d) Outras boas obras que para nada prestam, a não ser para tentar “viciar” em bons vícios uma alma viciada em maus vícios – estas outras boas obras serão tanto melhores quanto mais ajudarem outras almas a se salvarem (com as mesmas regras) e tanto mais quanto quebrarem apegos individuais, como o amor-próprio ao dinheiro e aos prazeres carnais; (e) A boa obra de se submeter aos benefícios e beneplácitos dos Sacramentos do Corpo de Cristo (A Igreja), bem como à obediência irrestrita às ordenanças dadas por Cristo por intermédio de sua Noiva; (f) A boa obra da leitura da Palavra de Deus, desde que acompanhada pela orientação autorizada de um legítimo servo de Deus, como foi o caso de Felipe auxiliando o eunuco (Atos 8,26-40); (g) Outras obras menos relevantes, mas que criam o bom hábito de servir a Deus.

Finalmente, entendemos com isso encerrada a discussão sobre a nossa noção de PURISMO LEWISIANO, e a qual deve ser adotada, imprescindivelmente, por todos aqueles que se vinculam à nossa Escola, seja como aluno, mestre, amigo ou convidado. I.e., quem quer que se aventure a crer como nós, ou a pregar em nosso nome, deve fazê-lo com base nesta noção de PURISMO Lewisiano que aqui explicitamos. Nenhum católico ou protestante está, por nós, autorizado a defender CS Lewis com base no que pensa a sua respectiva igreja, e tão somente o fará aqui se enxergar Lewis em sua plenitude teológica pessoal e personalíssima, autônoma e independente das crenças particulares de cada denominação cristã. Diga-se e escreva-se.

A Diretoria.

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