O macabro está à espreita

Em 11/11/11, um comentário casual sobre um crime que abalou a todos e não sejá jamais esquecido, por sua sinistra relação com o “misterium peccatu”…

Ele já foi publicado com o título

O pavor sem limites mostra sua face

Uma ocorrência aparentemente banal no cotidiano tresloucado das grandes metrópoles, termina por revelar um quadro assustador da realidade dos próximos séculos, que lembra a chegada do menino “Damien Thorn”, do filme de 1976, “A Profecia”.

Na esteira do que comentamos em nosso artigo “O pavor sem fim da Bruxa de Blair” (Google), uma nova face do horror exibe-se eloqüentemente nesse recente episódio de “tiroteio escolar” (veja a matéria completa NESTE LINK), no qual um garoto feriu uma professora e depois se matou. E aqui, a sua nova face diabólica manifesta-se exatamente por deixar um rastro apelativo de incerteza e espanto geral, no sentido de ter sido produzido por um aluno exemplar (nas palavras da própria vítima e de todos os seus colegas de colégio) e sem qualquer histórico escolar ou familiar de violência, surto psicótico ou mesmo depressão, geralmente traços típicos nesse tipo de massacre. Assim, o que estremece a paz de qualquer um e põe nas mãos da Ciência (Pedagogia e Psicologia) um abacaxi difícil de descascar, senão impossível, é justamente ter sido uma ocorrência sui generis, sem antecedentes, ou seja, algo que aparentemente condena todo mundo à possibilidade de vivenciar coisa semelhante em sua casa ou escola, ou pior, de qualquer um de nós poder “surtar” e chegar ao comportamento daquele garoto, suicidando-se ao final. É como se toda a cena mundial e todas as estrelas tivessem parado e passado a observar a cada um de nós, esperando a resposta mais decisiva de todas, aquela que inaugurará o apocalipse social do planeta: “você é surtável? Você tem algo em si que pode levá-lo a um desequilíbrio tal que espante até a si mesmo?”…

Assim é que o episódio do menino de São Caetano do Sul, que inclusive era evangélico e filho de evangélicos, vem atordoar profundamente o coração desta geração perversa e corrupta, como a descreve precisamente o Evangelho. Ele obriga a uma reflexão profunda acompanhada de uma auto-análise, expondo, em letras garrafais, a inquietante pergunta: “Quem é você? Quem é o seu próximo? O que significa ser uma pessoa NORMAL? Como se pode confiar no próximo, se nem você merece confiança? Como pode haver um mínimo de paz e segurança num planeta que abandonou Deus?”…

Que este episódio sirva, pelo menos, de lição para quebrar a presunção humana, forçando à humildade dos fatos mais gritantes, a saber, que qualquer um pode matar alguém ou a si mesmo, dando razão ao Evangelho que aponta a cada um de nós, sem distinção, como autores finais da morte do próprio Deus, encarnado em Jesus. CS Lewis tratou desta questão dando como exemplo o fato de que, assim como cada um de nós esteve presente à tresloucada decisão de Adão e Eva (compartilhando deles os pecados que cada um tem e mantém por meio de seus vícios), nós também estávamos presentes não apenas nos soldados romanos que mataram o Nazareno, mas até na multidão que gritou “Crucifica-o! Crucifica-o! Crucifica-o!”. E não deveria ser diferente, se Deus quisesse quebrar a soberba humana que, olhando para os dois ladrões ao lado de Jesus, pensava arrogantemente: “pelo menos eu não roubo nem mato como esses dois”. Está desfeito o equívoco. Durma-se com um barulho desses…

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