Coisas que Jesus disse e que não estão na Bíblia

A necessidade de comunicar o essencial e explicar o imprescindível levou os escritores canônicos a resumir tudo, além daquilo que conseguiram lembrar da convivência com Jesus e seus apóstolos.

Jesus Pregando-2Dentro da estratégia de contar o essencial (única possível para possibilitar a comunicação da verdade salvadora) exposta no Evangelho de João, 21:25, muitas deduções válidas são perfeitamente plausíveis e aceitáveis, quando o comentarista ou hermeneuta se importa em usar a Lógica e a coerência bíblica, seguindo o mesmo sentido de interpretação do Velho Testamento levado a cabo pelos apóstolos e escritores do Novo Testamento.

Noutras palavras: fazendo como os autores canônicos do Novo Testamento fizeram, i.e., interpretando o Velho Testamento à luz da Lógica que aponta para a vinda de um salvador humano (mas que seria ao mesmo tempo o Deus Javé criador e o Messias), tudo o mais girará em torno desse fundamental personagem da História, e todas as demais elucubrações e teologias devem se filiar àquela Lógica, desdobrando-se em todas as orientações de vida contidas na Razão e no bom senso. É aqui que está o argumento deste artigo, a saber, a enorme quantidade de revelações não contidas no texto oficial ou canônico das Escrituras, as quais a Lógica manda acrescentar para alcançar o bom senso de uma Revelação mais próxima daquilo que o próprio Deus revelaria, se as tivesse escrito!

Entretanto e infelizmente, nem mesmo os cristãos, i.e., as pessoas mais indicadas para “ampliar” os sentidos ocultos nas entrelinhas e de quem mais se deveria esperar a hermenêutica perfeita, na maioria das vezes se acanham ou se omitem – por medo, certamente, oriundo de uma má interpretação de Apocalipse 22,18-19!… E assim, infelizmente para as almas, as pregações da Palavra de Deus claudicam entre o simplório e o medíocre, deixando toda a Cristandade a se alimentar apenas de leite espiritual, e nada de alimento sólido! (Para não fazer qualquer injustiça, é claro que há alguns grupos, teologias e pregadores que foram, e vão, além da mera letra morta; e, fazendo assim, fazem a Humanidade galgar patamares espirituais muito mais elevados, para a nossa segurança e glória de Deus: aqui se incluem pregadores como C.S. Lewis, G.K. Chesterton, o teólogo João Batista Libânio, o grande Russel Champlin, John Stott, Elizabeth Rice Handford, Padre Enemias Bravo, Monsenhor Abib e alguns mais que a memória cansada não resgata neste instante).

Jesus pregando-1Então chegamos ao ponto central: Existem coisas que a Bíblia não revelou? Sim. Claro. Ela própria diz isso, em trechos como: Dt 29,29; João 3,12; João 16,12; Mateus 10,26 e 13,11; II Coríntios 14,1-4; etc. A outra pergunta é: “essas outras coisas não reveladas são proibidas? Ou prejudiciais aos ouvintes?”. Proibidas? Jamais! Prejudiciais? Depende de quem ouve, em relação à maturidade mental e intelectual. Isto significa que tais revelações não foram feitas por Deus tão somente porque os seus ouvintes, da época de Jesus, não tinham condições “psicointelectuais” (tanto emocionais, como culturais de erudição, quanto de tecnologia da informação), de alcançar o sentido final da mensagem, e por isso esta poderia prejudicar ou precipitar mentes ingênuas em terrenos inadequados para elas; ou até que a Humanidade tivesse chegado a compreender coisas que o avanço científico revelaria para quem tivesse acesso ao seu ensino.

Neste mister, portanto, é óbvio que a Lógica manda acreditar que o próprio Jesus, em muitas ocasiões de seu ministério, deve ter vivido o drama duplo de ter coisas para contar que poderiam prejudicar seus ouvintes, e/ou pior, deve ter contado coisas que os autores canônicos não registraram – e não registraram ora por equivocada sintetização didática da verdade (naquela escolha difícil entre o essencial e o acessório), ora por falhas de memória ou falha das memórias (que eram muitas, de muitas pessoas), já que tudo o que escreveram foi produto do resgate das tradições orais que “perambulavam” entre os primeiros cristãos, após a Ressurreição do Nazareno.

Com efeito, por conta desse raciocínio irrefutável e até óbvio, pode-se agora admitir, com todos os méritos da verdade revelada, que Jesus falou coisas que não estão na Bíblia, e que as mesmas não são “bichos-de-7-cabeças” misteriosos, ou incapazes de se fazer entender pelo homem da era espacial ou tecnológica. Usando da Lógica aristotélica, do bom senso ou mesmo da moderna Física Quântica, muitas histórias que hoje já são verdades científicas devem ter sido pronunciadas por nosso Senhor e foram propositalmente omitidas ou involuntariamente esquecidas, em face, sobretudo, das duas justas razões acima apresentadas.

Ora; analisemos esta história com exemplos:

Com toda certeza lógica, Jesus jamais se esqueceu de:

1) Apontar para o futuro e dizer que “haverá tanta gente, mas tanta gente sobre a Terra, que nada será suficiente para mantê-los vivos, e mais de um bilhão de pessoas passarão fome”.

2) Apontar o dedo para as estrelas e dizer que “ali há muitas outras terras e eu preciso ir lá também para pastorear outros irmãos de vocês”.

3) Apontar o dedo para as grávidas e dizer que no futuro nenhuma mulher deveria ter filhos, para evitar o tremendo sofrimento deles e delas, sofrimento até pior do que Ele mesmo teve na cruz (mas os escritores canônicos registraram apenas aquela enigmática declaração em Lucas: 23,27-29).

4) Apontar para nós e dizer que tivemos a mesma origem dos macacos e que antes de Adão e Eva, todos os humanos eram primatas mudos como todos os animais. Quando o Pai soprou nos primeiros pais o Espírito da Luz, todos os animais passaram a falar, exatamente como falava a serpente que tentou Eva e não a espantou por falar.

Jesus-teachings5) Apontar o dedo para um grupo de crianças e dizer: “Vinde a mim as minhas criancinhas EDUCADAS, mas afastai de mim as malcriadas e os adolescentes tresloucados”;

6) Apontar o dedo para o Rio Jordão e dizer que todas as águas do planeta deixarão de ser potáveis, e até o mar agonizará sem vida, em águas escuras e revoltas, que muitas vezes invadirão as terras em ondas enormes e compridas, que o povo chamará de tsunamis. Além disso, a 3a Guerra Mundial será motivada pela falta d’água.

7) Apontar o dedo para o Império Romano e dizer que um homem do outro lado da Terra, muito mais longe que Roma e muito mais poderoso que César, olhará para Israel e desejará a sua morte, podendo arremessar de lá flechas enormes de fogo e enxofre, que cairão do céu sem piedade alguma.

8) Apontar o dedo para uma taça de vinho e dizer que no futuro haverá uma substância tão perigosa que os homens a beberão pelo nariz, a qual os fará literalmente loucos, e o mundo se transformará num gigantesco manicômio, muito pior do que já é hoje em dia. Com aquela substância, filhos matarão pais e pais matarão filhos e todos farão qualquer coisa para conseguir dinheiro para manter seu vício.

9) Apontar o dedo para 30 moedas de prata e, lembrando-se de Judas, dirá que um dia ninguém mais confiará em ninguém, e a Humanidade deixará de ser humana. Não será à-toa que se dirá que a sociedade habitará com monstros, literalmente.

Collection_plate10) Apontar o dedo para o Templo judeu e dizer que um dia a desobediência geral da Lei de Deus pelos sacerdotes alcançará níveis tão alarmantes que até a Igreja claudicará, queimando pessoas vivas em fogueiras. E pior, quando esta era passar, uma nova igreja surgirá e só brilhará por um tempo, vindo depois uma época em que todo o Cristianismo perderá a confiança de todo o povo, pois a Nova Igreja só pensa em dinheiro e a velha só pensa em acobertar pecados sexuais.

11) Apontar o dedo para a Arca da Aliança e dizer que existem seres extraterrestres vivendo entre nós aqui mesmo na Terra. Mas vocês têm que chamá-los de “anjos”, pois ninguém entende o que são seres de outro planeta. Por tudo isso não desprezeis a hospitalidade.

12) Apontar o dedo para a espada de um soldado e dizer que nenhum cristão pode ser frouxo ou covarde, e que muitas vezes precisaremos de armas para defender outros cristãos, e também nossos filhos e mulheres. Aliás, também apontou o dedo para um advogado dos romanos e disse expressamente que, se nós cristãos quisermos conquistar o mundo todo, teremos que ser astutos como serpentes e mais hábeis que os filhos das trevas.

13) Apontar o dedo para os leprosos e dizer que uma pandemia de hidrofobia deixará bem visíveis a todo o povo os pecados mais sórdidos; e, como não acharão antídoto para salvar todo mundo, será preciso uma grande mortandade para permitir um difícil recomeço da Humanidade.

14) Apontar o dedo para um buraco na terra e dizer que os futuros “sábios” descobrirão um modo de fazer germes de metal (máquinas de nanotecnologia e chips) e com eles poderão não apenas promover genocídios, mas literalmente controlar a mente de todos, para que todo mundo só tenha o que comprar das mãos de Satanás.

15) Muitas outras coisas Jesus deve ter dito e apontado o dedo, e elas não foram escritas porque não caberiam nos livros do mundo inteiro (João 21,25): ESTA é a lógica mais cristalina e clara de todas as que a Teologia poderia expor; e quando a Teologia não faz isso, torna-se a pior de todas as ciências.

Enfim, o leitor pode constatar, por seu próprio nível intelectual, que essas coisas (que aqui dizemos terem sido faladas – ou sussurradas – por Jesus) possuem uma lógica intrínseca irretorquível, de tal modo que seria absolutamente ilógico se Jesus jamais as tivesse pronunciado! É o mesmo que pensar que um astronauta que visitou a Lua jamais tenha dito que se sentiu mais leve por lá, ou que uma adolescente estuprada não expressasse a angústia do que é viver uma relação violenta. E mais, se nem o astronauta nem a adolescente contassem nada, seria 100% lógico e até óbvio que alguém falasse sobre a gravidade da Lua – que torna o corpo humano mais leve – e do desespero causado por um estuprador, mesmo não tendo vivido tais experiências em pessoa. I.e., o bom senso obriga a eclosão de raciocínios lógicos por tabela, e não fazê-los é sucumbir à ignorância e a um tipo de estupidez jamais pretendida por Deus para seus filhos!… Afinal de contas, a Palavra de Deus é viva e eficaz, e, como todo bom adestrador sabe, cachorro 100% manso é cachorro morto. Os vivos sempre poderão surpreendê-lo e mordê-lo, como cabe a um bom cão de guarda. Assim é a Palavra de Deus: o cão de guarda de nossas almas rebeldes! (Para bom entendedor, meia palavra basta).

Felizes somos e seremos na medida em que nossa mente funcionar bem e nos permitir alcançar a plenitude da Revelação, que não se faz una, mas multifacetada e multidisciplinar, dada a extrema complexidade da mente divina criadora da complexidade de nossa mente; esta sim, cheia de mistérios desafiadores, justamente por estar DENTRO de nós e mesmo assim se manter inesquadrinhável. Falar da complexidade de Deus, aliás, deve ser apenas uma desculpa da preguiça mental que não quer se dar ao esforço de ir além, e se flagrar, de súbito, diante de uma realidade espantosa, seja por sua inefável bênção, seja por sua multiendereçada sinceridade.

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