Só Deus poderia ser tão claro

Lendo os principais livros de CS Lewis, não se pode concluir outra coisa senão que seu autor intelectual foi Deus, pois cego algum poderia iluminar tanto o caminho para uma Humanidade cega (Mateus 23,24 e João 9,39-41)

Nem precisaremos escolher livros a comentar, e nem precisaremos de outro livro que não seja aquele que chamamos desde cedo de “Livro-1”, o qual teve diversos nomes em várias edições brasileiras. Trata-se da extraordinária obra “Cristianismo puro e simples”, que já foi chamada de “Cristianismo Autêntico” e “A Razão do Cristianismo” (sempre defendemos que este é o melhor título para a obra-prima de Lewis).

Mas não devemos falar nele de imediato. Façamos uma parábola ou raciocínio hipotético antes de entrar no argumento. Suponhamos que recebemos a incumbência de explicar para alguém que jamais fez um curso de motores (e nunca quis saber de nada sobre o funcionamento de seu carro) tudo acerca da fisiologia dos automóveis e do ato de locomoção de uma máquina sobre rodas para transporte de humanos. Suponhamos também que o carro seja bem moderno, desses que usam computadores de bordo.

Ora. Um técnico que conheça bem o motor em questão terá profundas dificuldades em se fazer entender por um proprietário leigo em sua oficina, bem como com um aluno de um curso técnico de motores que pela primeira vez vê todas as engrenagens abertas e ao vivo. As dificuldades não seriam apenas oriundas da enorme quantidade de peças, fios e circuitos, mas até mesmo pelo entendimento da “filosofia do motor”, ou a ideia através da qual seu inventor achou por bem de fazê-lo funcionar, de um certo modo e não de outro, usando certas máquinas e não outras. Muitas vezes até o aprendizado da filosofia é necessário antes mesmo da visão ao vivo do motor, tal como um novo funcionário precisa conhecer, antes de suas tarefas diárias, a missão e a visão de futuro da empresa pela qual acabou de ser contratado.

No curso teórico, pois, o instrutor vai falar do modus operandi do carro depois de montado, comprado e em circulação pela cidade. Vai dizer que é um carro utilitário (uma “station wagon” ou ‘pickup’), que pode carregar muito peso, além de ter espaço folgado para 9 pessoas. Vai dizer que a ideia de seu caráter utilitário nasceu da vontade da população de ter uma caminhonete confortável, que também fosse elegante e “feminina”, capaz de atender aos mais diversos gostos dos moradores do interior. Por fim, dirá que será muito útil ler todo o Manual do Proprietário para as dúvidas mais comuns no uso do veículo, evitando idas à oficina por problemas facilmente resolvíveis em casa.

Pois bem. O mesmo ocorre com a máquina humana e sua filosofia de operação. No estado em que se encontra hoje, qualquer alma nascida na Terra precisará de um “reparo” ou “evolução tecnológica” para vencer as dificuldades que a natureza impõe aos corpos desprotegidos (pelo mau uso ou desuso de poderes supranaturais, que o Homem perdeu justamente pelo risco de praticar o abuso deles). O problema é que tal reparo ou evolução exige o conhecimento daquela filosofia, e esta não é uma coisa “simples”, que se possa resolver em 5 minutos de conversa, ou por assistir um vídeo de uma hora ou pela leitura de um livro de 300 páginas!

Pelo contrário, após a cegueira mental que se iniciou após a Queda do Homem, a bagagem de conhecimento necessária foi se expandindo centuplicadamente, a ponto de hoje em dia já está além de Plutão a pilha de livros sobrepostos para explicar tudo, o que tornou humanamente impraticável o resgate pelo aprendizado da conscientização ou pela conscientização do aprendizado. Como, então, Deus resolveria o drama do resgate humano, já que nem a vinda dEle à Terra poderia dispensar a via do conhecimento transcendental? – Tudo indica que restaram a Deus duas opções.

A primeira era deixar uma mensagem no mundo que pudesse fazer as pessoas se amarem com o amor gratuito com que Ele nos amou, e para isso era bom desidolatrar o amor consanguíneo e elevar o valor do amor comunitário, e isto só seria possível por uma comunidade que se reunisse em seu nome (a Igreja). Todavia, nem mesmo esta seria suficiente para dar conta de todo o conhecimento necessário à reintegração mental e espiritual das almas decaídas, e por isso a Bíblia registrou que “há muito mais coisas que Jesus fez, e se fôssemos aprender tudo isso nem no mundo inteiro caberiam os livros”.

Ora; se a Igreja não daria conta do recado (um recadão de milhões de livros) e se a própria Bíblia seria insuficiente, fica óbvio que Deus suscitaria alguém que, após longos anos de evolução tecnológica e cultural, trouxesse toda a luz à Revelação do Novo Testamento. Porém isso foi tentado um milhão de vezes na História e até ontem ninguém teria sido capaz de ir além do Novo Testamento, ou mesmo equiparando-o em precisão e profundidade. Entretanto isso mudou, a partir de 29 de Novembro de 1898.

Naquela data Deus suscitou um profeta de nenhum nome significativo, pelo contrário, era mais um pobre Zé-ninguém imiscuído num subúrbio da Irlanda, sem que nada indicasse vir a ser aquele menino o divisor de águas na História da Revelação de Deus. Em resumo, o menino cresceu e se tornou o responsável pela iluminação mais clara das Escrituras Sagradas, permitindo que qualquer alma agora pudesse vislumbrar tudo o que lhe dizia respeito em sua “religação” com Deus e com o universo em que vivemos, tornando a Bíblia finalmente clara e contra todas as tentativas de interpretação da vontade do Criador.

Neste caso, deve-se deduzir de imediato que só Deus poderia ser tão claro ou só a mente de Deus poderia ter feito um comunicado tão completo à Humanidade pela boca de um único homem, após todos os séculos de obscuridade na interpretação teológica de todas as igrejas cristãs.

Todavia, toda esta preciosidade epistemológica ficará inutilizada se cada indivíduo da espécie homo sapiens não perceber a necessidade de dedicar boa parte de seus “tempos mortos” a uma pesquisa minuciosa do que ensinou aquele homem, sobretudo em seu livro chamado “Mere Christianity” (“A Razão do Cristianismo”, que foi depois merecidamente publicado com o nome de “Cristianismo AUTÊNTICO”, e depois imerecidamente chamado “Cristianismo Puro e Simples”), encontrado gratuitamente aqui.

De posse da informação completa oriunda da leitura dessa obra, o indivíduo pode então ser perguntado: restou alguma dúvida? Ficou claro o seu caminho de volta para Deus? Ficou clara a Revelação Bíblica?

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