Elizabeth Rice Handford: A heroína “anônima” de um Cristianismo moribundo

Uma serva do coração de Deus e uma senhora cristã consagrada poderá ter passado pelo mundo sem que ninguém a conheça, ou pior, sem que nem mesmo a cristandade feminina a valorize na devida conta, provando o quanto o Cristianismo está com seus dias contados…

O que impressiona nesta nova geração de “intelectuais cristãos” é o quanto se mantêm arredios ou ‘enojados’ em relação a certas posturas bíblicas universais, que eles “com a maior cara dura” silenciam ou fingem não existir, como se uma verdade de Deus fosse revelada e NINGUÉM a reconhecesse e ninguém a acatasse em seu conjunto de crenças pessoais. Ora, a bem da verdade, o desacato a tais posturas bíblicas não se dá por mera cegueira involuntária, e sim por uma tentativa demagógica de atender às maiorias, ou de se manter no politicamente correto e ganhar popularidade, a qual parece ser, atualmente, a única “recompensa” para quem ainda não descobriu que no prêmio da soberana vocação em Cristo (Fp 3,14) também entram coisas irritantes e até impopulares, como o próprio Jesus também enfrentou irritações e impopularidades em seu tempo.

A continuar a ideia e a prática de se apegar a conceitos exclusivamente por sua maior aceitação popular, não será nada espantoso chegar o dia em que a Bíblia será um livro despedaçado, ou colado em pedaços convenientes, e assim deixando de ser a viva e eficaz Palavra da Verdade (Hb 4,12)! Se a bola da vez for apresentar ao mundo um conjunto de ideias que deixem o povo seguir sua vida à vontade, a bel prazer e a mau prazer, que diferença fará em seguir o Cânon e a bíblia-do-diabo? Afinal, não é exatamente esta a proposta do inimigo?

Ora; o Zé-povão, ou o povo livre e solto na buraqueira, jamais desejaria uma vida onde alguém lhes ditasse regras morais, limites de liberdade ou mesmo moderação de excessos, e por isso a Bíblia Sagrada (quando aceita por inteiro) é de fato, neste sentido, o grande inimigo da Humanidade, e nenhum cristão genuíno deverá se espantar de quantas investidas serão feitas contra a Revelação de Deus, e todas elas planejadas não para queimar Bíblias em praça pública, mas para desvirtuar e anular o controle moral sobre as almas, em todas as áreas da vida.

Até o falso papa caiu no populismo, como se ele no fundo não fosse o maior modelo de hipocrisia da História.

Pior: dentro dessas áreas de controle em geral, há algumas tão detestadas que nem chegam a entrar em cogitação, sendo sumariamente suprimidas, mesmo no meio dos maiores “intelectuais cristãos” de hoje. Alguns deles até acatam a exortação, vinda dos defensores do politicamente correto, de que eles mesmos certamente ‘exageraram’ em suas convicções, e podem ter ido longe demais na exigência de santidade encontrada no Novo Testamento, como se algumas palavras de Jesus fossem mera ornamentação intelectual para impressionar os pecadores de seu tempo (um exemplo disso é quando Jesus disse “sede santos como o Pai é santo” – Mt 5,48).

Logo, dentro deste clima atual de total aversão à Moral cristã imposta pela Verdade revelada, a interpretação literal do versículo que diz “virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina” (II Tm 4,3) se faz impor, e inaugura uma sangrenta batalha entre a mentira do inimigo e a Verdade de Deus, que sempre trará e exigirá a santidade como regra sine qua. Neste espírito, vou escolher uma só verdade detestada pelo Zé-povão e descartada por toda a cristandade atual, com a honrosa exceção de Elizabeth Rice Handford, única serva de Deus a enfrentar e a defender, com humildade e heroísmo, a regra da submissão da Mulher (Ef 5,22).

Ora; a dificuldade inteira começa pelo próprio cotidiano das igrejas e das suas “escolas bíblicas dominicais”, incluindo até a grade curricular dos atuais seminários teológicos, nos quais a própria ideia da submissão é omitida, suprimida ou relativizada ao extremo, como se Deus não tivesse deixado, por escrito e bem claramente, a sua santa vontade para a organização familiar (lembrar sempre que aqui me atenho tão somente ao meio cristão, pois no mundo a mera hipótese de se “ventilar” tal coisa corresponde a um ato de guerra, e nenhum ouvido continuará aberto a partir daí).

E pior: a qualidade do discipulado cristão atual está tão precária e a baixeza da espiritualidade evangélica está tão evidenciada na cara de todo mundo que concede até bons argumentos para que as esposas não sejam submissas, já que a Palavra de Deus diz que a submissão da Mulher deve ter a contrapartida da convivência desta com um esposo decente, fiel e extremamente santificado, o qual a ame tanto quanto Cristo amou a Igreja! Assim sendo, como pedir a submissão dentro de um lar – de um lar cristão – onde o marido se comporta como um homem comum, sendo às vezes grosso, frio e até infiel? Eis aí o drama dantesco em que a igreja atual está inserida, e esta realidade infelizmente está presente em toda a cristandade, incluindo evangélicos e católicos em geral.

Criança se sente feliz num lar onde reina a disciplina e a hierarquia.

Pois bem. Mas aqui, para efeito de ter o que conversar, vamos partir da hipótese de que alguns – pelo menos alguns – lares cristãos são dignos deste nome, por possuírem almas cristãs conscientes e consagradas, na intenção diária de fazer a vontade de Deus. Neste caso, neste unicíssimo caso, o lar onde habitam esposos e filhos felizes, o plano de Deus para organizar a vida familiar deu certo, e o Senhor está feliz por ver ali uma constante vitória contra satanás, calcada numa hierarquia sólida e bem assumida por seus membros. Ali os filhos são obedientes a pai e mãe, e sua obediência tem o salutar exemplo de submissão de sua mãe ao seu pai, e se espelha no ótimo clima de amor e alegria reinante entre os dois. Enfim, é um lar que jamais apresentou qualquer indício de conflito, maldade ou mesmo maledicência, e sua permanência “até que a morte os separe” nunca resultou em estatísticas de páginas policiais ou mesmo de conselhos eclesiais.

Ora; alguns “sinais” dessa realidade podem ser trazidos agora, a partir de dois ou três testemunhos impressionantes, que impressionam não pela coragem em si, mas pela clareza de visão, para enxergar algo que toda a sociedade rejeita e todos os poderes do mundo se põem em contrário. Senão vejamos.

Uma destemida e lucidíssima jovem brasileira vem a público e se coloca contra o Feminismo, falando com argumentos típicos de Liz Handford. Confira AQUI. Depois a mesma jovem, totalmente consciente do papel decisivo e decisório do Homem na hierarquia do lar, vem dizer que a Mulher não foi feita para ser entendida, e sim amada (na verdade, a partir da Queda Edênica, nem homem nem mulher ficaram inteligíveis para os seres incontaminados do Além, e somente a inteligência de Deus pode “entender” o que as almas fazem em suas burras vidas de pecado, e foi por isso que Jesus pediu um perdão especial a seu Pai – Lc 23,34): confira o outro vídeo AQUI. Ela se chama Luana Basto e já fez escola em seu Canal, conquistando uma grande legião de seguidores, aos quais ela “discursa” com louvor, sem qualquer papa na língua!

Contudo e com efeito, é a palavra de um sacerdote religioso, na verdade um bispo católico da cidade de Toledo, Espanha, chamado Pe. Braulio Rodriguez (sumariamente rejeitado por esta geração perversa e corrupta, só interessada em curtir o prazer e espalhar a depravação), que tem chegado aos céus com o louvor dos anjos que batalham diuturnamente pela santidade universal. Um resumo “desaforento” acerca do argumento deste bispo heróico segue NESTE link, e seria bom que nossos leitores também investigassem outras fontes, tais como ESTA AQUI.

Finalmente, na inquietante constatação de que o Cristianismo fundado por Jesus – nos moldes desejados por Ele – está com seus dias contados, e que mais uma vez a Mulher tem uma participação decisiva na derrocada dos planos de Deus (primeiro em Eva agora em todas, e com a colaboração maliciosa dos Homens animalescos que só querem usar o corpo da Mulher como objeto descartável), uma mulher sobressai como luz do mundo e sal da Terra, alcançando um patamar que talvez nem Maria alcançou, pois a mãe de Jesus nunca lutou contra uma sociedade inteira para orientar as mulheres a serem submissas aos seus maridos como ela era submissa a José, ao contrário de Elizabeth R. Handford, certamente a última heroína oculta de um Cristianismo moribundo.

 

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

Conversa de almas sobre a “casa das almas”

Uma velha irmã de meu histórico evangélico conversa comigo sobre o difícil “Plano de Salvação” exposto com dificuldade na Bíblia, com base no livro “O Grande Abismo” de CS Lewis.

* PS: Diálogo extraído de conversação no WhatsApp, em 21.5.2021.

Link do vídeo deste diálogo no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=wWWIjS2OZc8

[21/5 20:47] Eleusis Guerreiro (Doravante EG): Boa noite meu querido! Então Efésios 2:9 quer dizer: Obras – fé = perdido. Esse capítulo de Tiago 2:10-24 é muito claro sobre a importância das obras. Isso quer dizer que: Fé – obras = perdido. Ou A TESOURA: Obras + fé = salvo.

ÁUDIO DA EG (Ouvir no vídeo)

[21/5 21:43] EG: Foi a razão que pensei. Mas CSL pensa assim também ou teria mais alguma reflexão sobre isso? Seria mesmo muita misericórdia de Deus dar a oportunidade de um purgatório… Me parece adequada a interpretação da existência de um lugar dos mortos nesse texto de l Pedro. Não consegui imaginar como interpretariam isso os que negam o purgatório… Tentando supor que não exista purgatório, eu diria que o “Vale da Sombra da Morte” seria um grande sofrimento pelo qual passaria o homem em sua vida pecadora. E imaginei também a hipótese de que não existe tempo para Deus. Então pensei assim:

DOIS ÁUDIOS DA EG (Ouvir no vídeo)

[21/5 23:49] EG: Eu ainda não te falei, mas eu estou estudando o que vem a ser terapia holística.

[21/5 23:50] João Valente (Doravante JV): Perfeito.

[21/5 23:50] EG: Isso por causa da minha depressão (espiritual).

[21/5 23:51] JV: Sim. Lewis pensa assim. Eu aprendi com ele.

[21/5 23:52] EG: E está sendo interessante fazer um paralelo dessa teoria com a palavra de Deus.

[21/5 23:52] JV: Sim. É muita misericórdia Deus criar um lugar para os pecadores ANTES de vê-los, com lágrimas, caírem no inferno (lágrimas de Deus).

[21/5 23:56] JV: Perfeito. Pois somente um lugar como o Purgatório permitiria a um Deus de amor “morrer a segunda morte” por nós (lembra que o inferno é a 2a morte? – Apoc 21,8).

[21/5 23:57] EG: Sim. A primeira é a da carne. A segunda é a da alma.

[21/5 23:58] JV: Esta resposta é a mais trabalhosa, mas a mais divina e profunda. Vou deixar pro final.

Continue lendo

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

“A música com marca-passo”

Quando a melodia é acompanhada e destacada por um sinal sonoro cadenciado e igualmente melódico, forma-se uma das mais belas aglutinações da estrutura da música, e por isso o fenômeno é tão raro e pouco destacado pela crítica especializada…

Existem músicas extraordinárias de vários modos e por diversas razões. Estas razões estão direta e invariavelmente associadas à beleza da melodia, parte mais importante de uma canção (poema musicado). Este artigo analisará um tipo raro de canção, aqui chamado de “música com marca-passo”, devido a inserção de um sinal sonoro igualmente melódico e belo, cuja incidência nos três fatores componentes de uma canção sempre dá a ela um caráter de extrema raridade estética no cancioneiro mundial.

Tecnicamente, é uma linda canção em cujo enredo se ouve um sinal melódico no seu decorrer, repetitivo mas nem por isso enfadonho, pelo contrário, é no sinal que reside toda ou grande parte da beleza da melodia, a qual, sem o sinal, perderia praticamente todo o seu brilho. E não é necessário ser um maestro, músico ou expert para identificar o sinal, pois ele se ajusta tão perfeitamente à linha melódica, ao ritmo e aos arranjos que nenhum ouvinte, de sã consciência, teria dificuldade em apontar o “marca-passo”.

E há diferença entre os marca-passos. Há alguns que são ligeiros, e só podem ser ouvidos com muita atenção e acuidade auditiva, porque fazem parte da backing-track da melodia (este é o nosso caso 1*). Há marca-passos bem evidentes e sonoros, que compõem tão majestosamente a melodia, que a música se tornaria vã e pobre sem ele (este é o nosso caso 2*). E há um marca-passo especial, que nem faz parte da música, mas que dá a ela um brilho tão diferenciado que a melodia ganha uma estética arrebatadora e um tempero prodigioso, que faz qualquer um ter prazer com sua musicalidade (este é o nosso caso 3*) – Veja os 3 casos abaixo.

Com efeito, nós mesmos, e todo o pessoal do StudioJVS (studiojvs@gmail.com), envidamos ingentes esforços na busca dessas sublimes canções, e agora mesmo só encontramos poucas delas para servir de exemplo do que estamos expondo aqui, e será indispensável ao leitor ouvir as referidas músicas ANTES de continuar esta leitura. Para isso, clique no seguinte link e ouça a primeira, de acordo com o que foi descrito dos “casos” 1*, 2* e 3* lidos acima.

Continue lendo

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

A matéria “salvou” a divindade de Cristo

Quando Jesus entrou no cenáculo e comeu peixe e pão, ali deixava a única prova de que Ele é Deus e que não há reencarnação, pois após a morte Jesus não se transformou em um fantasma…

Este artigo dá continuidade ao nosso artigo “Erro catastrófico no entendimento da idolatria”, publicado nesta Escola por este link: (https://www.e-a-t.info/erro-catastrofico-no-entendimento-da-idolatria/). Se o leitor não leu este último, favor ler o primeiro antes.

Nesta continuação, praticamente, apresentaremos o último grande argumento a favor da matéria tridimensional, último no sentido de vir espremido no mais sutil e inesperado esconderijo da Escritura Sagrada, no âmago das estrelinhas do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Acompanhe o presente raciocínio.

O artigo anterior mostrou que Deus não tratou a matéria como nós seres humanos a trataram, e, ao contrário do que se vê largamente pelo mundo (sempre os extremos, ou o desprezo ou a idolatria), Deus foi perfeito na criação e no uso da matéria, gerando-a em sua mais elevada imaginação e culminando-a em sua mais inefável glória.

Este ato estupendo de sua divina criatividade, ocorreu no corolário inevitável de sua santa saga transcendental, quando o Criador chegou a tal ponto de aceitar que a “reles” matéria, a aparentemente “imunda” matéria, iria se converter em sua verdadeira “mãe-salvadora” (aqui nada tem a ver com Maria, que não desmerece nenhum louvor), de um modo miraculoso e absolutamente surpreendente. Quem ou qual criatura algum dia chegaria a ao menos imaginar tal coisa? Ou em que pensamento tal coisa se passaria? Veja…A espiritualidade natural do ser humano sempre o levou à dicotomia do pensamento e ao reducionismo dualista das realidades captadas pela mente danificada no Éden. Daí se deduzem as dualidades de preto e branco, frio e quente, alto e baixo, magro e gordo, anjo e demônio, sagrado e profano, brilhoso e opaco, denso e rarefeito, matéria e espírito, vivos e mortos, etc. E então, a prosseguir neste raciocínio simplório das duplicidades, praticamente nenhuma outra realidade teria vez, e o próprio Deus (que não é uma dualidade, mas uma trindade), ficaria em sérias dificuldades para se fazer entender, mesmo que chegasse a se materializar no nosso meio.

O problema é que dada a tendência reducionista assimilada pela concupiscência adâmica, a mente humana conspurcada iria inevitavelmente “deduzir” (erroneamente) que “QUEM ESTÁ VIVO É MATÉRIA DENSA, E QUEM ESTÁ MORTO É ETÉREO OU FLUÍDICO”. Isso também acabaria levando a Humanidade perdida a achar que quem estivesse na matéria densa seria de algum modo “inferior” a quem estivesse na matéria fluídica, ou, noutras palavras, que um espírito seria sempre superior a um ser humano em carne e osso. E assim, sem atinar – ou sem vir à lembrança – que a realidade poderia não ser dualista, e que o Universo poderia ser muito mais complexo do que aparenta (ou que haveria muito mais coisas entre o céu e a terra do que…), todas as outras realidades correriam o risco de cair no esquecimento ou na pura cegueira, e assim a revelação de uma realidade superior estaria irremediavelmente prejudicada.

Tendo Deus então feito uma criação muito mais profunda e complicada do que jamais homem algum pensou, Ele defrontou-se com este terrível drama após a Queda, a saber, “como explicar ao Homem decaído e dualista que Eu criei muito mais coisas além da pura e simples dualidade? (porque Eu mesmo não sou apenas dois)… Bem, tenho certeza que um belo dia a multidimensionalidade irá aparecer na cara deles, e Eu mesmo me tornarei escândalo para eles”.Passados os bilhões de anos do início da Criação terrestre e os milhões desde a Queda, Javeh também apresentou a dualidade aos homens primitivos, incluindo aí até o povo de Israel, escolhido para servir de “exemplo de martelamento” à toda a Humanidade, como explicou Lewis. Assim, no Velho Testamento, se encontra a Lei de Talião e as várias instruções dualistas do Deus-trino, que ainda não tinha apresentado sua trindade na Terra. A dualidade da Lei servia ao homem pouco evoluído mostrado no Velho Testamento, cuja cabeça só entenderia mesmo “olho por olho, dente por dente”.

Quando o próprio Deus-trino veio a Terra no corpo de um carpinteiro pobre de Nazaré, ali se aproximava da Humanidade o confronto e o choque antidualidade promovido pela trindade de Cristo, e este choque só poderia se dar mesmo no anúncio da Ressurreição, que ninguém entendeu antes de ocorrer, nem mesmo os apóstolos que tinham ouvido esta promessa da boca do próprio Jesus. Antes do grande e glorioso dia da Ressurreição, os discípulos ainda pensavam que os vivos eram densos e os mortos diáfanos, ou fluídicos, como diziam todas as histórias de fantasmas narradas por todos os povos do mundo.

Mas então os discípulos, junto com Maria, tiveram que se esconder naquela época, devido às perseguições dos judeus ditos piedosos, “cegos” pela dualidade espírito/matéria. E então foi o tempo dos esconderijos e das igrejas subterrâneas, antes de passarem a ser igrejas domésticas como o Livro de Atos mostrou. O Novo Testamento então registra uma ocasião especial nessas “missões secretas”, a qual ficou conhecida como a “missão no cenáculo”. Os discípulos estavam reunidos em segredo, e muitos ainda desanimados pela cegueira das dualidades.Então, no esconderijo de portas fechadas, um fantasma atravessa a parede e se coloca no meio deles, e ainda ousa dizer “A Paz esteja convosco!”. Para a maioria, nem a voz reconheceram! (Aliás, com a “reconstrução perfeita” do processo ressurrecional, a própria voz de Jesus ficou mais pura e equalizada, e poderia de fato causar alguma estranheza para seus ouvintes). E Ele foi obrigado a ouvir os céticos dizerem: “Se eu não vir as feridas, não acreditarei que este fantasma é meu Jesus”! Outro ainda acrescentou: “Mas se eu não colocar meu dedo nas cicatrizes, direi que estamos sendo visitados por um espírito de defunto!”. E Jesus foi obrigado a acudi-los às pressas e dizer: “Sou eu, venham ver! Toquem nas minhas cicatrizes à vontade!”…

Para o cético-mor, Tomé, Jesus fez uma pergunta e deu um esparro: “Por que me viste, creste? Felizes os que não viram e creram” (aqui falava basicamente de sua mãe). “Não sejas incrédulo, mas crente”. Porém, após este esparro, Jesus sabia que muitos ainda não acreditavam. O demônio podia se transformar em anjo de luz e enganar todo mundo, até com falsas cicatrizes! E então chegou o grande dia de acabar a dualidade, dia este previsto por Deus desde a Queda de Adão.

Jesus explicou, “socorrendo os desconfiados”: “Vocês não têm nada pra comer aí?”… Porque Ele sabia que todos eles sabiam que um fantasma não pode comer nada! Eles disseram: temos aqui pães e peixes, como no dia do milagre da multiplicação. Então Jesus sentou-se à mesa com eles e se serviu dos pães e dos peixes, e ainda prometeu voltar à mesa com eles no Paraíso, quando todos eles já tivessem deixado a carne pobre da dualidade.

O choque estava dado. Não era o choque de um fantasma comer peixe sólido. Era o choque de verem, pessoalmente, quebrada, uma crença milenar de seu próprio povo, e de resto, de toda a Humanidade. Então, a rigor, a pergunta era: quem é Jesus? Ou, O QUE era aquele ser que atravessou paredes e entrou no cenáculo? Podia ser um homem, mas homens não atravessam paredes! Podia ser um fantasma, mas fantasmas não comem peixes!A matéria “salvou” a divindade de Cristo! E por quê? Ora; se um homem não pode atravessar paredes, e um fantasma não pode comer peixes, então foi a “materialização do fantasma” que permitiu a Jesus comer peixes! Foi a “densificação” do fluido etéreo de Jesus que mostrou quem Ele realmente é, e que a Santíssima Trindade não é nem homem nem fantasma! Foi ali no cenáculo que Jesus realmente APRESENTOU A SUA NATUREZA DIVINA, ou uma parte – ainda que minúscula – da inteireza da Trindade, e nos ensinou que nem o fluido nem a matéria devem ser desprezadas, porque ambos constituem elementos ontológicos do próprio Deus!

Neste caso, fica muito mais patenteado e endossado o uso da matéria para representar seres humanos, estejam eles no plano natural ou sobrenatural! Estejam vivos ou mortos, lembrando que NINGUÉM ESTÁ MORTO PARA DEUS, como diz Lucas 20,38. Se o Senhor usou a própria matéria para se apresentar como o Deus verdadeiro que Ele é, então como nós não devemos usar a matéria para representar santos e santas, anjos e arcanjos, ou até cenas bíblicas como as 7 Estações da Via Sacra, por medo de estarmos usando algo indevido que é devido, ou algo pecaminoso que é requerido, ou algo que nos dará a visibilidade que o etéreo não nos dá?

Creio que isto coloca Deus no cenáculo do Céu, que é o próprio ateliê do Artesão, ou a própria oficina do Escultor, para nos ensinar como construir uma imagem que chegue a representar um Deus que um dia vai comer peixe e pães conosco, e onde todos os fantasmas que um dia fomos estarão também presentes ao banquete celestial. Se até ali não tivermos aprendido o quanto Ele se devotou a criar a matéria, a usá-la em Seu próprio benefício e até a entronizá-la no Seu Reino, então é porque a mentira do grande farsante fez morada em nós, e aquele ali ainda não é o nosso lugar ou nosso tempo. Precisaremos voltar depois para comer peixes.

 

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

SEMANA LEWIS 2020: Papo Lewisiano com Sérgio di Paoli (II)

Uma conversa dialogada no WhatsApp acaba por nos fazer invadir os terrenos mistagógicos da Teologia Lewisiana, para o deleite dos fãs do raciocínio do mestre irlandês.[21/11 10:50] Sérgio di Pauli: O Maior birrento da História perdeu e não quer aceita… “só é democracia se eu ganhar, se eu perder é fraude”… É bem capaz do “cara do topete” se lascar de tanto processo aberto contra ele quando ele sair da presidência.

[21/11 14:23] João Valente: Aposto com você desde já. E é uma aposta onde eu pagarei R$ 100,00 pela vitória do Trump e prisão dos fraudadores, e você não pagará nada se perder. Apenas “dê o braço a torcer e reconheça que você foi um dos milhões de ludibriados pelo Comunismo. Só isso. Vamos aguardar. A Vitória de Trump será mostrada no próximo dia 14/12/2020 e a derrota dos comunistas será no final deste 2º governo dele. Vamos aguardar. Abraço fraterno.

[21/11 14:24] Sérgio di Pauli: Apostado. Se o Trump ganhar na justiça ok…

[21/11 14:27] João Valente: A Justiça de lá não é igual ao STF corrupto do Brasil, que só existe para soltar bandidos! Lá existe lei, e a lei de lá penaliza com prisão perpétua os TRAIDORES da Nação, e alguns até podem ser EXECUTADOS. Se vc estivesse na disputa e um poderoso grupo frauda o jogo para ganhar na marra, você também não recorreria à Justiça? Eu recorreria, pois não me vendo fácil aos meus inimigos. Sacou? Fica com Deus.

[21/11 14:37] Sérgio di Pauli: Sim…. A Justiça lá é diferente, mas que ele tá birrento tá… Ele tem todo direito de recorrer à justiça, mas ao sair o veredicto, vamos ser coerentes em falar que a Justiça lá funciona, independente do resultado. Não somente se um lado ganhar.

[21/11 14:40] João Valente: Sim. Também vou apostar 100 como Trump ACEITARÁ DE TODO CORAÇÃO o veredicto final da Suprema Corte de lá. Aliás, nesta eu dobro a aposta. O que me importa é abrir seus olhos. Vou lhe ajudar, pode crer… Abs.

[21/11 14:41] Sérgio di Pauli: Ok… mas eu não apoio um lado nem outro, lá, Biden é tal qual Trump… Tal como aqui não apoio nenhum lado porque no final, sentados na cadeira, todos são bandidos iguais, até que se mude as regras da democracia para o povo realmente poder decidir, é apenas trocar bandido por outro.

[21/11 14:42] João Valente: Biden é comunista. Trump não. Isso pra mim diz tudo. Mas só cheguei a saber direitinho a diferença entre comunismo e conservadorismo depois de meus 60 anos. Não posso exigir nada de quem não passou pelo que eu passei. Simples assim.

Continue lendo

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

SEMANA LEWIS 2020: Papo Lewisiano com Sérgio di Paoli (I)

Uma conversa dialogada no WhatsApp acaba por nos fazer invadir os terrenos mistagógicos da Teologia Lewisiana, para o deleite dos fãs do raciocínio do mestre irlandês.

[31/10 13:14] Sérgio di Pauli: Quando a figura de autoridade de una religião se coloca contrária ao pensamento  tradicionalista o povo crucifica… Me lembrou agora a história de um moço que veio com umas ideias de todo mundo se amar, de ser bom… que ia contra a regra tradicional da época e foi crucificado….

[31/10 15:42] João Valente: Padre Fábio de Melo: este padre não vale. Arranja outro. Este aí já se sabe o que ele quer… Até dançar com rapariga em programa de auditório ele já fez. Péssimo testemunho. Já horrorizou até católicos, mas as mocinhas fúteis o adoram.

[31/10 15:42] Sérgio di Pauli: E o Papa?

[31/10 15:42] João Valente: Piorou…

[31/10 15:43] Sérgio di Pauli: então a figura máxima dentro da religião,  teoricamente representante de São Pedro pela posição, eleito por seus iguais através da manifestação da inspiração divina, não conta? Então Deus falhou no direcionamento de sua palavra ao permitir que um ser sem luz dirija sua igreja?

[31/10 15:50] João Valente: Não. Deus nunca falha. Só nós humanos falhamos quando não vemos a perfeição nos atos de Deus. Lembre: todo o mal do mundo já estava profetizado antes de acontecer… Ele é justo justíssimo e mostrará sua Santa justiça em breve, e todo olho verá.

[31/10 15:52] Sérgio di Pauli: então esse pensamento pode ser aplicado ao entendimento da Palavra deixada, fazendo-se então a necessidade da reflexão e o uso da mensagem principal de Jesus ao interpretar suas palavras, perdão e amor, respeito e caridade… Então já estamos condenados antes de poder fazer qualquer coisa, isso me parece improvável, seria transformar Deus em um criador vingativo, diferente do pregado em perdão e amor.

[31/10 15:53] João Valente: O garoto lá atrás falou e disse tudo. Não há ali nada a retocar ou alterar. Só não entende quem não quer… Mas isso aí é Calvinismo. Calvinismo é heresia formal.

[31/10 15:55] Sérgio di Pauli: discordo de toda forma de discriminação e intolerância. Posso então, dentro desse pensamento, identificar-me como herege então.

[31/10 15:56] João Valente: A igreja estudou 2.000 anos de teologia e repensou a teologia umas 2000 vezes! Quem somos nós para menosprezar quem estudou tanto na nossa frente, que mal sabemos quem somos? E a Justiça Cósmica, não existe?

[31/10 15:58] Sérgio di Pauli: neste pensamento, estamos menosprezando a palavra de quem passou a vida lá dentro, estudando e buscando a orientação, tal como o Papa por ir contra ao que confortavelmente queremos que seja verdade. Acreditar que a justiça cósmica está preocupada com a relação sexual homossexual por não poder gerar filhos, o mesmo deve se aplicar a casais heterossexuais que  fazem sexo por prazer sem a intenção de gerar filhos?

[31/10 16:01] João Valente: Quem quer conforto não deveria crer na justiça divina, pois Deus é a perfeição, e a única linguagem que a perfeição entende é a “perfectez” ou santidade absoluta (Mateus 5,48). Ele fez um reino de felicidade para nós, mas apenas se aceitarmos as regras dEle. Fora disso tudo é infelicidade. Não é o homossexualismo. É qualquer ato não santo. Por isso Ele pediu que homem e mulher casassem na Igreja, única casa a abençoar a relação de amor.

Continue lendo

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

Esclarecimento aos médicos que nos leem…

Em razão da atual crise desencadeada pela falsa pandemia do “bírus”, passamos alguns sérios constrangimentos com a classe médica, dividida entre os que descobrem pasmos a trama maquiavélica, e os que, lucrando com a crise, promovem o pânico e ajudam certo país a vender pseudovacinas…

Prezados amigos médicos leitores ou inscritos desta Escola, é a vocês que me dirijo agora.

Vocês não estão implicados nas críticas que fizemos à classe médica em geral. Essas críticas, como soi acontecer, cabem a qualquer classe profissional, como muito bem pontuou o Dr. Francisco José Orto (codinome por razões óbvias), membro e amigo deste grupo. Toda classe profissional tem os seus maus profissionais, inclusive a classe religiosa, com a vergonha mundial de padres e pastores comunistas, corruptos, ladrões de dízimos, etc., para não dizer coisas piores.

Todavia, fizemos questão de pontuar o mal quando situado na classe médica, justamente porque esta classe profissional, por justa razão, é a classe que CUIDA DA SAÚDE FÍSICA das pessoas, e por isso deveria ser uma classe exemplar, não apenas nos aspectos da saúde em si (por exemplo, não deveria haver médicos obesos nem fumantes), mas também nos aspectos morais e espirituais (não deveria haver médicos corruptos, nem tarados, nem comunistas, nem ateus).

Isto, obviamente, expõe nossa crítica à máxima clareza, e evidentemente prova, de modo cristalino, que ela não se dirigiu aos médicos de nosso “Grupo de WhatsApp”, que, a rigor, NÃO DEVERIA ESTAR TRATANDO DE PROBLEMAS DE SAÚDE, e sim, de política e religião, como já pontuamos outras vezes e já colocamos até nas REGRAS do Grupo (aproveito e ensejo para pedir, mais uma vez, que deixemos as questões de saúde para o PRIVADO de cada um, e não ao grupo, ok?).

Nossa crítica foi feita tão somente porque, como conhecemos muitos médicos e os nossos maiores amigos na Medicina não nos atenderam em nenhum de nossos chamados (inclusive dois de urgência), exceto o Dr. Fernando dos Anzóis Pereira (codinome por razões óbvias), nos sentimos feridos não apenas pela falta de atenção, mas também pela velha amizade, que para nós aparentemente FALTOU naquela hora tão difícil por que passávamos, levados pelo pânico premeditado pelo Comunismo mundial, visando ao final vender vacinas potencialmente assassinas.

Porém, nesta última semana, finalmente, uma médica nos recebeu em seu consultório, mas não era uma de nossas médicas antigas e amigas, e por isso não a conhecíamos o suficiente. Pagamos particular e não convênio, e lá, por um descuido típico de um coração “verde-oliva”, sem querer citamos o nome de Jair Messias Bolsonaro e a quarentena vertical que o presidente pediu desde o início, ao invés da criminosa “quarentena horizontal” (claro que também fizemos uma crítica genérica ao Comunismo). E o pior aconteceu…

Esta médica, até então tão delicada e atenciosa, se virou com quatro pedras na mão e me mandou um áudio desaforado e até ameaçador, como vocês ouviram no Grupo agora há pouco. Enfim, só tenho a dizer que é muito ruim descobrir, na própria convivência pessoal, uma alma comunista, sobretudo quando ela se formou em Medicina e supostamente jamais adotaria uma posição política que já matou milhões de pessoas, desde o início do ‘modelo’ inventado por Marx e espalhado por Gramsci.

Finalmente, sobre o áudio da médica tenho a dizer o seguinte:

  • Alterei a voz da médica para voz de criança para que ninguém possa identificá-la, por razões de ética profissional e sigilo de consultório;
  • Desconsiderem tudo o que ela diz a favor da letalidade do vírus, pois, sendo uma médica comunista, ela obviamente espalharia o terror de uma suposta alta letalidade, o qual interessa aos comunistas para manter o “lockdown” e a quarentena horizontal (claro que uma médica comunista não iria considerar a trama dos dados estatísticos ALTERADOS para justificar altas verbas para os médicos corruptos encherem seus bolsos, como no caso de muitos prefeitos médicos);
  • Perdoem-me divulgar um áudio que contém a mentira da alta letalidade e das milhões de mortes, e também dos perigos da hidroxicloroquina, mas o fiz aqui tão somente para mostrar os riscos, realmente perigosos, de se consultar com um médico comunista.

Uma última observação: A expressão “Máfia de Branco” não foi inventada por mim. Uma pesquisa no Google a encontrará. Sou neto de médico e me lembro muito de meu avô falando da Máfia de Branco e de como ela garfou posições e até admissões de meu avô a certos postos na área da saúde, e como tais médicos imediatamente mudavam de posição quando o assunto cambiava para “dinheiro”, “um extrazinho”, uma “barganha”, um “caixa 2” qualquer, etc. Todavia, como disse no início, profissionais corruptos existem em toda parte, até nas igrejas. É a sina humana. É a humanidade podre, que será julgada por Deus e sem dúvida condenada, pois no céu não se toleram corruptos de nenhuma classe. Fiquem com Deus.

 

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

O teste ideal para provar o inimigo interior

“GUERRA INTERIOR PROVA PERDIÇÃO ESPIRITUAL DO HOMEM” – Se a cirurgia para separação dos dois lados do cérebro revelou uma medonha “mão alheia”, o que aconteceria de ela fosse realizada na Humanidade inteira?

O Caso de Karen Byrne é extraordinário. Um verdadeiro divisor de águas na História da Medicina e talvez, na História da Humanidade. Um ser humano com a moléstia de epilepsia serve de prova para se indagar sobre a hipótese de toda a Humanidade ser submetida à cirurgia de separação dos dois lados do cérebro e seus resultados absolutamente imprevisíveis. É este o tema desta reflexão, que também tem por base o pensamento de um autor que somos obrigados a manter anônimo (doravante chamado apenas “Dr. T”), autor de um livro que chamamos “O Segredo da Vida Abundante de Jesus”. Mas para o leitor poder se situar melhor, é imprescindível a leitura da notícia recente sobre Byrne, que pode ser encontrada neste link.

Após ler a notícia, uma consciência mais atenta imediatamente percebe uma realidade terrível por trás da aparente “quietude” da psique humana, e logo se dá a perguntar: “a ridícula inimizade entre aquela mão esquerda e a direita é um caso fortuito, ou seria regra geral com todos? Aquilo seria uma doença parasita da epilepsia – uma doença dentro de outra doença – ou é a patologia em si, que se manifesta como epilepsia enquanto os dois hemisférios do cérebro estão ligados? Em todo caso, sendo a doença em si ou uma derivada dela, que outras derivações poderia assumir nas outras pessoas? Ou que outros sintomas de ‘inimizade’ ocorreria nos bilhões de cérebros submetidos à cirurgia?”…

Todas essas questões são válidas e plausíveis, infelizmente. O “Dr. T” descreve em seu livro não apenas uma mãozinha boba que se rebela e esbofeteia o rosto de seu “dono” (ou uma perna que desvia o caminho que a pessoa escolheu para seguir), mas toda uma guerra encarniçada milenar, travada entre o subconsciente e o consciente de cada um de nós, que aqui vemos perfeitamente identificados com os dois lados do cérebro. É óbvio que não são os lados propriamente ditos, que nada mais são que duas porções de massa cinzenta “moldadas a mão” para caber nos espaços intracranianos em formato de meia-lua. Na realidade, aqui se trata da dupla consciência humana localizada ou mantida pelo campo neuronial produzido por cada um dos lados do cérebro, e em cujo histórico parece ter havido uma cisão (ou rebelião, segundo CS Lewis) que a união física dos dois hemisférios mantém “quieta”, quieta até certo ponto.

Na verdade o Dr. T nada disse de novo para quem conhece bem a Bíblia Sagrada, e apenas pintou o quadro todo com as cores mais vivas da cruenta guerra interior [O exemplo que Paulo deu de si mesmo, dizendo que “o bem que quero fazer não faço, e o mal que não quero fazer, esse faço” (Rm 7,15), é suficiente para lembrar o quanto a Palavra de Deus é pródiga em apontar a terrível contenda no coração de cada um de nós]. Porquanto nas Escrituras está dito que naquele fatídico dia da Queda, a Humanidade inteira rebelou-se contra Deus e com isso perdeu a sua paz, não apenas com o Criador, mas consigo mesma e dentro de cada indivíduo. A guerra, pois, é antiqüíssima, e certamente todas as desgraças vistas fora e dentro do ser humano são apenas o corolário inexorável dessa batalha, e felizes somos nós quando podemos ver tais resultados. Esta situação, de combate constante dentro da alma, é justamente o que a Bíblia chama de PERDIÇÃO ETERNA, e foi por causa dela que Jesus Cristo veio ao mundo, como única esperança de um “armistício” (condição sine qua para uma salvação anímica da espécie humana).

Com bilhões de cérebros já submetidos à “cirurgia” aqui imaginada, os sintomas decorrentes se centuplicariam e se diversificariam inexoravelmente, e os médicos encontrariam os mais diversos tipos de pessoas que se mutilariam, se machucariam em acidentes propositais, se tornariam surdas ou mudas para sempre, enfim, gente que se suicidaria por toda parte, como resultado da mente fendida e do ódio entre o consciente e o subconsciente. Neste sentido, nunca poderia ficar mais clara e precisa a frase: “A Humanidade está perdida”.

E quem disse que o estado atual é diferente desta hipótese aqui levantada? Se fosse diferente, a Bíblia não trataria o caso como gravíssimo, o qual precipitou o Filho de Deus à tortura da via crucis, levando o próprio Deus a experimentar a morte. E mais, obrigando como única saída para Deus o ter que descer à imundície do Hades e repetir o apelo incansável de seu Amor, que está à porta de nosso coração a bater eternamente com lágrimas (Ap 3,20).

Até aqui tudo pode ser considerado como uma descrição “em tese”. Porém, na prática, as coisas podem ser muito mais graves, na medida em que é no cotidiano da matéria que essas coisas passam despercebidas, pelos inúmeros disfarces que cada pessoa encontra para esconder a sua real situação de conflito interior, além da cegueira que o corpo humano tem para com as coisas do espírito. Assim sendo, toda a rotina diária de reclamações, de medos inexplicáveis, de angústias imprevistas, de pânicos súbitos, de depressões, de intrigas sem razão, de invejas ilógicas, de despeitos enciumados, de antipatias gratuitas, de amizades fingidas e inimizades camufladas, tudo isso, tudo tudo, pode ser traduzido como “a mão esquerda que tenta golpear a direita”, as quais estão sendo seguradas pela “turma do deixa disso”, que é a união forçada pela ligação física entre os dois hemisférios cerebrais.

Creio que esta reflexão nos dá todos os recursos lógico-filosóficos para entender o que é de fato a longa sina da Humanidade neste Planeta. O leitor deve lembrar – e concordar – que é a violência urbana e todo o sofrimento dos “inocentes” que causa mais espanto e desesperança no futuro da Terra, e é esta desesperança que mais seguidores congrega no incontável exército dos céticos. Aliás, a guerra interior é tão terrível que a paz sente dificuldade para habitar até no coração dos crentes, e isto explica soberbamente a profusão de denominações e divisões no meio da Cristandade.

O armistício, pois, é um milagre raro, e que exige a profunda e ininterrupta operação de Deus, sem contar as micro-cirurgias (chamadas “livramentos”) operadas pelos seus auxiliares, os anjos. É, assim, impossível pensar numa salvação do Homem sem pressupor um infinito amor e longanimidade por parte do Criador, que colocou todo a sua “equipe cirúrgica”, todos os hospitais, UTIs e laboratórios celestiais a serviço do Homem, deixando o cosmos inteiro apreensivo e interrogativo, a pensar: “Quem irá se salvar daquela hecatombe?”… [Esta idéia de incerteza quanto à salvação foi expressa por Paulo em Rm 8,19-22, e aqui só um milagre de humildade poderá fazer alguém sentir que a carapuça da palavra de Paulo também lhe cabe, em sua abrangência genérica e polissêmica].

Com efeito, é no cotidiano de nossos lares e ambientes que podemos detectar os sinais visíveis e disfarçados desta guerra, com olhos sujíssimos pela forte tendência de cada um de nós de só ver os malefícios da guerra dentro dos outros, e não dentro de nós. A empregada que não limpou o quarto direito porque um dos lados de seu cérebro lhe deu preguiça e venceu; o patrão que não lhe permitiu um recesso porque um dos lados de seu cérebro lhe venceu, convencendo-o de que você não merecia o tempo pretendido; a amiga que não lhe deu o recado do rapaz porque um dos lados de seu cérebro lhe fez desejar o mesmo homem; o irmão que lhe negou uma vaga em sua empresa porque um dos lados de seu cérebro lhe convenceu que trabalhar com irmãos traz má reputação; o pai ou a própria mãe que atende melhor o filho predileto porque um dos lados de seu cérebro lhe fez ver o maior tempo que aquele irmão ocioso dedica a eles e menospreza o pouco tempo do outro irmão ocupado pelo trabalho; tudo isso sem contar as rixazinhas por causa de comida, compras, festas, aparência, beleza, viagens, etc.. Os exemplos são inumeráveis, e o leitor, pode apostar, não encontrará nenhum problema humano em cuja base não esteja essa cisão interior, que interfere e extrapola para o dia-a-dia comum de todos nós.

É claro que esta guerra interior não pode ser facilmente explicada com nenhuma ciência humana, dentro ou fora da Medicina. Nem mesmo a teologia convencional teria alguma coisa a colaborar, mais que o exclusivo foco da Palavra de Deus. O que resta para o entendimento humano de seu próprio drama interior é uma investigação profunda de sua própria psique, feita exclusivamente com apoio da pesquisa bíblica descomprometida com interpretações proselitistas, e, se possível, acompanhada das orientações técnicas do Dr. T e dos mestres CS Lewis e GK Chesterton, sob o peso de uma pesada humildade em olhar para si sem medo e sem os velhos simulacros do ego. A guerra é enorme, cruenta e muito mais danosa que uma 3ª Guerra Mundial, que mataria apenas corpos e até pouparia os egos inflados que a detonaram. É a guerra definitiva, total e decisiva, da qual depende todo o mistério da Criação e toda a “esperança” de nossa salvação nutrida no coração de Deus. Nela combatem dois seres muito mais poderosos que Deus e o diabo (por assim dizer, metaforicamente, guardadas as devidas proporções), pois que são exatamente o deus e o diabo de cada um de nós, batizados com nosso nome e com nosso mesmo CPF, e dos quais depende a nossa salvação pela soberania cósmica do Livre Arbítrio. É isso.

Está matada a charada. O caso de Karen Byrne cai como uma luva sobre cada conceito da psicologia, da sociologia e da antropologia, e creio que aqui o maior mistério da Humanidade está solucionado (mistério interior, claro!). Porém, e infelizmente, ver não é curar. Mas é o primeiro passo. A Humanidade já sabe o que está errado, onde errou, desde quando errou, contra Quem errou, e quanto mal produziu. Talvez não saiba, hoje, por que errou, e muito menos para quê errou. Porque o vazio da proposta original de rebelar-se contra Deus é tão ilógico e destrutivo, que nem mesmo o seu propositor se atreve, nesta altura do campeonato, a reconduzir a mesma lorota. Pela primeira vez na História, estamos com a faca e o queijo na mão. Resta cortar o queijo, com os dois lados do cérebro.

 

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

Na Contramão do “Cover-Up”

Discutindo a ideia de manutenção do acobertamento como vantajosa para a Humanidade moderna, e ‘apoiando’ o próprio “silêncio de Deus” para uma geração má e corrupta…

Após 40 anos de estudo da política de acobertamento do Fenômeno UFO (“Cover-up”), chegamos a alguns dados no mínimo surpreendentes e ao máximo desconcertantes, uma vez que quebram em cheio o velho orgulho humano que no passado julgava a Terra como o centro do universo. A realidade do Cover-up sempre foi apresentada por quem deseja a sua eliminação, e os contrários nem sequer a reconhecem (isto prova que o que aqui diremos correrá riscos de ambos os lados, pois a hipótese de que haja alguém que defenda o Cover-up, sem estar envolvido pela trama macabra dos que o engendraram, nunca antes foi cogitada e soa mesmo como uma deslavada idiotice).

A tônica histórica para quem tiver sabido estudar todas as fontes com a devida isenção é, por um lado, a alegação (da maioria) de ter “o direito” de saber*, e, por outro lado, a alegação (dos ‘silenciadores’) de que os benefícios do não-saber compensam qualquer argumento contrário.

Ao final de longos e exaustivos estudos imparciais, porém, a idéia de que todos devem saber de tudo e de que não há nenhuma boa razão para o acobertamento**, não se sustenta sem uma alta dose de passionalidade (e até fanatismo), a qual contradiz o espírito científico alegado pelos que desejam desacobertar. Inobstante e contudo, não há como entrar na contramão do desejo da maioria sem apresentar as conseqüências da revelação pretendida. Elas se resumem em duas palavrinhas: “caos total”, e significam, no mínimo, o seguinte (daremos apenas 3 exemplos):

1º) Pânico psicológico generalizado*** (o pavor suscitado impediria o bom funcionamento mental e comprometeria seriamente o equilíbrio psíquico dos indivíduos vitimados pela revelação, e qualquer tentativa de amenizar a situação que se instalaria não pode ser levada em consideração, pelo simples e óbvio fato de que ninguém jamais experimentou submeter sua mente a tal grau de pavor****);

2º) Quebra generalizada das instituições, dentre elas as mais fortes e responsáveis pela atual manutenção do status quo, das quais citamos apenas as quatro principais: a Religião (que traz o freio da fé e a paz da segurança em Deus); a Ciência (que traz a segurança da erradicação do desconhecido e a certeza de contar com o conhecido que elimina o terror de todos os mistérios); as Forças Armadas (que deixam no ar a tranqüilidade de que as armas modernas garantem a inviolabilidade da Terra); e a Medicina, que cura o corpo, o cérebro e as dúvidas da presença de enfermidades assintomáticas.

3º) O fim da Economia mundial, com a desvalorização e desmoralização de todos os “meios de troca”, com a quebra do modelo econômico global, que está centrado sobre os metais raros (ouro, prata) e as pedras preciosas. É bom notar aqui que tanto os regimes capitalistas quanto os comunistas têm o ouro como lastro de suas economias, o que mostra a fragilidade da situação que se reflete até no nervosismo das bolsas de valores. Em tempo: o ouro ficará totalmente desvalorizado porque ele é uma das matérias mais abundantes no universo (chamado “sangue das estrelas”) e as leis da Economia dizem que aquilo que existe em abundância não pode servir de lastro para negócio algum. Além disso, será que algum de nós acreditaria que os grandes ‘donos do Capital’ iriam deixar vazar uma informação que poderia, num dia, arruinar-lhes as riquezas adquiridas ou roubadas há séculos?…

Afora os dados acima elencados, tivemos experiências bastante convincentes de que todo o equilíbrio psicossocial da humanidade está sustentado por crenças quase sempre mal fundamentadas, da mesma forma como se sustenta a automedicação, que a maioria esmagadora dos povos pratica sem compreender até que ponto estão se arriscando ao submundo bioquímico de bactérias e vírus. A julgar pela crescente perda do hábito de ler, pelos baixos índices de educação e erudição (de mentes capazes de interpretar aquilo que lêem) e da tranqüilidade sustentada pela crença de que “nenhum mal nos atinge” e que “a vida só é possível se for vivida sem pensar no futuro”, não há como prever resultado otimista numa revelação tão crua e cruel quanto a da invasão da Terra por alienígenas, sobretudo se eles forem maus como muitos casos registrados comprovam. Cruz credo!

Por tudo isso, não posso evitar dizer que já não compreendo como positiva a revelação de todo o segredo por trás da Ufologia (devido às conseqüências desastrosas sobre as populações, sobretudo as mais desfavorecidas) e a mortandade dela decorrente, um verdadeiro banho de sangue em escala global, produzido pela incapacidade dos meios disponíveis de conter a avalanche de massas humanas desesperadas pelas cenas grotescas que seriam explícitas ou exibidas pela mídia que lucra com a violência. Lembrar nesta hora de filmes, mesmo ridículos, como “Independence Day” (com Will Smith) e “Guerra dos Mundos” (com Tom Cruise), pode ajudar a ver o tamanho do caos que se instalará, de cujas mortes ninguém pode presumir estar imune na hora do “salve-se quem puder”.

Claro que se pode questionar que haverá mortes com ou sem a revelação oficial do Governo americano, como a casuística tem mostrado para desespero dos que crêem na benignidade de nossos visitantes cósmicos (embora aqui, nos casos de violência explícita de ETs contra humanos, o Cover-up sempre funcionou de modo muito mais forte e efetivo do que podemos supor, pois se há uma história que os militares do mundo mais temem é o que eles chamam de “world panic histeria”, e há quem diga que eles oram para que os ETs também se mantenham dentro do esquema do Cover-up, com liberdade para agir, pois o pânico das massas também atrapalharia os planos deles).

Por outro lado e com efeito, ninguém pode dizer que não houve, em diversos momentos da história moderna dos discos voadores, o desejo e a tentativa, por parte dos militares norte-americanos e do mundo todo, de deixar vazar informações sobre a ‘problemática UFO’, do contrário, talvez nem mesmo nós ufólogos tivéssemos vindo a saber boa parte do que sabemos (a rigor, se os militares quisessem mesmo o segredo total, qual celebridade poderia testemunhar um UFO, como fizeram Jimmy Carter e Ronald Reagan?).

Isto ficou particularmente provado pela indústria cinematográfica, sobretudo em filmes como “A Invasão”, “Os Invasores”, “Ameaça Alienígena”, “O Predador”, etc., e seriados como “Os Invasores” e ‘Arquivo-X’ (que durou 9 anos e ainda promete a continuação do longa-metragem – aliás, o seriado inteiro é um verdadeiro manancial de informações, que abrangem praticamente todo o histórico da Ufologia desde antes de 1947, e ainda traz a ‘suspeita’ de culpa dos militares na Grande Conspiração), o que nos leva a concluir que ‘a Hierarquia‘ vive o dilema de contar ou não contar algo cujos efeitos da revelação são imprevisíveis, e que deve estar em andamento um plano de descortinamento gradativo da verdade, que Chris Carter garante estar “lá fora”.

Por último, sei que meus colegas ufólogos dirão: “Mas eles podiam revelar tudo pelo menos para a comunidade científica e/ou para nós ufólogos!”… Sim, podiam. E eu também desejo isso. Mas será que podemos garantir que não haverá impacto psicológico em nenhum de nós? Ou pior, será que podemos garantir que nós (nós desorganizados ufólogos, nós briguentos ufólogos, nós presunçosos ufólogos da guerra de egos) conseguiremos fazer o sigilo que até para os militares tem sido difícil de manter? Quem de nós não acabará contando para a sua namorada, esposa, pais ou filhos?… Ora, eu aposto que não duraria um mês e tudo já estaria na Internet!!!… Pensem, repensem e repassem.

Finalmente, adiar a morte – quando não se pode evitá-la – é o dever mais nobre sobre o qual se sustentam todas as medicinas do mundo, bem como as obras sociais e profissões mais magnânimas, como os esquadrões de resgate, os “médicos sem fronteiras” e o corpo de bombeiros. Eis porque não temos como negar razão aos mal afamados “mantenedores do silêncio”, uma vez que, embora possam impô-lo com o dolo de atos execráveis, terminam por ensejar um maior tempo de vida à Humanidade, se é que nosso Deus-pai não “fechou” sua agenda terrestre e determinou o fim da vida neste planeta, tão maltratado desde a Queda de Adão. Maranata vem logo Jesus.

_________________________________________________________

CHAMADAS DO TEXTO (ASTERISCOS):

(*) = O notável escritor Artur da Távola, num dos momentos mais lúcidos de sua vida, um dia escreveu um texto sobre este “direito de saber” que calou a todos quantos o leram em sua publicação e nas aulas e palestras que demos para centenas de alunos. Recomendo a todos que leiam o citado texto, chamado “Pedindo a Deus que ele seja mais fácil” (Anexo 2), para adicionarem aqueles dados ao conjunto final do argumento aqui exposto. Esta Escola traz este texto de Artur da Távola na sua página “Pérolas Raras”, e o leitor pode acessar por meio deste link: https://www.e-a-t.info/perolas-raras/
(**) = O argumento aqui exposto não encontraria inimigos muito violentos no meio religioso, sobretudo entre os cristãos, pois não apenas a Igreja tem colaborado (ao longo de séculos e séculos) com o Cover-up, mas até mesmo a Bíblia revela ter o próprio Deus em Cristo defendido razões para não contar certas coisas, e o apóstolo Paulo também escondeu “revelações inefáveis” daqueles a quem supostamente caberia contar tudo. Duas passagens que provam que Cristo escondeu coisas dizem: “Tenho muito o que vos dizer, mas vós não podeis suportar no presente” (Jo 16,12); e “Se vos falei de coisas terrestres e não crestes, como crereis se vos falar das celestiais?”(Jo 3,12). A passagem de ocultação do apóstolo Paulo diz: “(…) ouvi palavras inefáveis as quais não me é lícito referir” (II Co 12,4).
(***)= A Bíblia descreve este pavor psicológico com as seguintes palavras: “(…) Os homens desmaiarão de pavor pelas ruas”…
(****) = Pior, nestes últimos anos e meses, há uma notícia muito mais grave e aterradora que a revelação da presença e ameaça dos alienígenas operadores das abduções, a saber: a chegada da Estrela Nêmesis ao nosso Sistema Solar, com sua passagem catastrófica entre a Terra e o Sol, da qual ninguém escapará, exceto se Deus proteger a Terra com sua onipotência, como o fez nas várias outras passagens de Nêmesis pelo nosso Sistema Planetário. Esta Escola também publicou matérias a respeito; veja os seguintes links: (1) https://www.e-a-t.info/para-que-negar-o-que-nao-existe/ ; (2) https://www.e-a-t.info/semana-lewis-2019-a-segunda-vinda-de-cristo/ .

 

Publicado em Arte de Desaprender | Deixar um comentário

Por que Jesus permite que o Reino de Deus seja chamado “Reino de Maria”?

Somente a humildade infinita de Deus exaltaria uma mulher que teria sido “meramente” sua mãe carnal, tal como Ele assumiu uma família humana, com todos os seus erros e precariedades…

O único Filho de Deus nasceu na Terra dos Homens como resultado da lei natural da reprodução humana, a exceção do fato de que o óvulo gerador de Jesus foi complementado, em sua carga cromossômica, pelo sêmen do Espírito Santo, que “cobriu Maria com sua sombra” (Lucas 1,35) após o SIM decisivo que ela deu a Deus, recebendo o milagre em seu ventre e o curtindo por nove meses, como a gravidez comum de todas as mulheres.

Estando tudo o mais perfeitamente enquadrado na ordem natural das coisas, o segundo seguinte da fecundação do óvulo de Maria transcorreu em perfeita harmonia e saúde, amparada que foi a Virgem “por aquEle que faz retas todas as coisas”. Sem que faltasse ao bebê Jesus nenhum dos nutrientes para seu perfeito parto normal nove meses depois, nascia o menino na humildade plena de sua missão, iniciada dentro de uma manjedoura, ou onde dormiam vacas, ovelhas e cavalos. Desde aquela hora inicial na sua missão terrena, a vida inteira de Jesus se configurou na mais profunda humildade, perfazendo um perfil 100% incondizente com o presumível nascimento do Criador do Universo, que a vaidade humana identificaria como sendo num berço de ouro de um palácio real, rodeado de finos lençóis e colchões, para dizer o mínimo. Engana-se fragorosamente a Humanidade em sua presunção de valores invertidos, e o Criador pouco se importou de aparecer na mais desprezível das cidades, num bolsão de miséria chamado Galileia, pela qual ninguém daria nada de valor no currículo de quem ali nascesse.

E o Menino Jesus foi crescendo em sua casa de humildade, feliz com sua Sagrada Família ao lado de seu pai carpinteiro e sua mãe doméstica, e sem qualquer perspectiva de galgar o mínimo status social naqueles tempos difíceis, sob escravidão do Governo Romano. Todavia e contudo, o Menino nunca sentiu qualquer tristeza por pertencer aquele lar e família, pelo contrário, cresceu uma criança feliz, um adolescente sábio e um jovem portentoso, capaz de encantar até os mestres da época. Aliás, até chegando a sentir plena satisfação da pertença aquele lar humilde, no qual a sua realeza celestial brilhava até os confins do cosmos, e o Menino dormia sob o louvor das orquestras de anjos que lhe cantavam “Glória a Deus nas alturas, e paz na Terra aos homens por Ele amados”.

O Menino, o Adolescente e o Jovem estava tão bem ajustado à sua casa paterna, que devia responder a todos os que perguntavam “onde você mora?” com as seguintes palavras: “Moro naquele casebre sem número, ali da rua sem nome, do bairro dos guabirus, no subúrbio de Nazaré, mas na casa onde mora Maria, esposa e mãe de José”.

Aos poucos, e crescendo em graça e sabedoria perante Deus e o mundo, o Menino foi se sentindo forte, e cada vez mais forte, ao acolher em si toda a fortaleza e virtude de sua mãe, que eram exemplo até para seu pai. Em pouco tempo, Ele se apresentar em sociedade com o currículo enriquecido pelas qualidades celestiais de sua mãe, passou a ser rotina de um “profeta” que precisava entrar bem nos ambientes sociais, e isso ficou provado nos episódios do sumiço no Templo (aos 12 anos), e no episódio das bodas de Caná, aos 30 anos. “Ali estava o Filho de Maria, e não o Jesus de Nazaré”, pensava e repetia o jovem profeta a se reencontrar com João Batista.

Com efeito, tudo demonstrava que a humildade de Jesus enaltecia Maria, tal como Deus hoje e enaltece. Porém devemos atentar para o fato de que quando a Igreja diz que Maria nasceu SEM a mancha do pecado original, comete um terrível engano teológico contra a Cristologia e contra a própria humildade de Deus, porque para Jesus, quanto mais humana e “desvalorizada” fosse Maria, melhor e maior seria a sua honraria (porque mais valor tem a humildade quando sustentada sobre “fatores humildes”). Ou seja, tanto a humildade de Jesus fica mais evidente com a “desqualificação” de Maria, quanto a venerabilidade dela mesma, que merece todos os encômios justamente na medida em que “Deus contemplou a humildade de sua serva”. Isto é, é na pequeneza e na insignificância de Maria que a Teologia pode ressaltar, com todas as letras maiúsculas, a infinita humildade de um Deus Onipotente que a si mesmo se humilhou e se esvaziou por completo, ao ponto de morrer nu numa vergonhosa cruz, no meio de ladrões e malfeitores!

Qualquer outro cenário que mostrasse Maria como os artistas, pintores e escultores a mostraram a posteriori, linda a até com coroa e vestes reais, configuraria o equívoco teológico de diminuir a humildade de Jesus! Simples assim. No entanto, por que a Santíssima Trindade permite que o Reino de Deus seja chamado “Reino de Maria”? A única resposta é a humildade de Deus, que, com sua onipotência, não se sente de modo algum rebaixado por dizer aos 4 ventos que tem uma mãe de carne e osso, igualzinha a qualquer mulher humana, menos no pecado.

Neste caso, fica claro que se os cristãos não se sentirem bem ao ouvir Jesus no Céu convidar todos para seu banquete (dizendo “vinde benditos de meu Pai, ao Reino de Minha Mãe, para a Santa Ceia que ela vos preparou com toda a sua perícia de cozinheira de Nazaré!”), eles não terão nenhum apetite para morar no Céu, ou seja, não gostarão daquela Sagrada Família que ali se reapresenta.

Mas há outros aspectos da Teologia Cristã que podem iluminar melhor a questão. Vejam.

Por que TODO inimigo de Deus odeia Maria? Justamente porque Deus a coroou de honra MAIOR que a dos próprios anjos, e o diabo se corrói de inveja! Já pensou como ele pensa: “Uma mulher? Uma simples mulher? Como pode o Criador coroar e dar todo poder de seu Reino a uma mera mulher? Uma mente simplória como a das mulheres, que mal entendem a si mesmas, e pior, uma mente limitada como a de uma esposa de carpinteiro que nunca frequentou uma escola na vida?! Que Deus idiota faria isso? E que espécie de Reino é esse, onde todo o poder da onipotência fica subjugado pela vontade volúvel de uma mulher carnal? Tss-tss!”…

Logo, está mais que evidente que toda a humildade de Deus repousaria sobre aquilo que aparentemente não tem valor algum para os olhos humanos e muito menos para os olhos dos anjos caídos, e quanto menos valor lhe fosse atribuído, mais humildade seria aceitá-lo como se todo valor tivesse. Neste caso, somente Deus conhece o infinito valor de Maria, e o quanto a sua humildade contribui para enaltecer a humildade de Deus, como em nenhuma outra ocasião na História da Criação desde toda a Eternidade.

Finalmente, somente a humildade infinita de Deus exaltaria uma mulher que teria sido “meramente” sua mãe carnal, sem possuir ela nenhum poder especial, ao ponto de merecer dEle a saudação “Bendita és entre todas as mulheres, ó Maria cheia de Graça”. Por tudo isso é que o Reino de Deus é chamado “Reino de Maria”, pois é a única forma lógica de explicitar a humildade de um Deus que não se sente nem um pouco diminuído pela humildade de sua mãe, pelo contrário, vê-se plenamente reconhecido como Deus, quando sua onipotência praticamente desaparece entre os mil predicados de uma mera israelita da Galileia.

 

Publicado em Arte de Desaprender | 1 comentário