A terapia da dor para cérebros danificados

Após contrair o Mal de Alzheimer, experiências comprovam que em certos casos o único contato com a realidade presente no paciente é a experiência da dor, para desespero dos teóricos pós-modernos.

Um dos mais graves erros da Ciência pós moderna é atribuir exatidão irretorquível às descobertas de sua própria época, e atribuir errância inexorável às descobertas antigas, como se a Antiguidade ou a “Humanidade medieval” não passasse de um aglomerado de idiotas ao sabor das intempéries, e vítimas da ignorância. Todavia os “pós doutores” de hoje esquecem que o corpo humano, o cérebro humano e sobretudo a alma humana, QUASE NÃO SOFREU ALTERAÇÃO NENHUMA desde a sua Criação, e por isso aquilo que a intuição descobriu pode ter a mesma exatidão de fatos matemáticos comprovados em laboratório.

Um desses “fatos empíricos” descobertos pela intuição e pela lógica é a desatenção psicológica que o cérebro, voluntária ou involuntariamente, assume no incremento da vida desregrada, ou seja, na crescente surdez promovida pela prática viciada do pecado, e na sua virtual petrificação no universo interior do pecador, numa espécie de “autismo derivado” (a princípio consciente e ao final inconsciente). Isto tudo significa que, qualquer um de nós, após 40, 50 ou 60 anos de pecado, estamos trilhando o caminho do “autismo pecaminoso”, e um dia virá que precisaremos de uma realidade de choque para “acordarmos” outra vez nosso espírito, então embotado sob toneladas de vícios, ou soterrado sob um único “vício alfa” e dominante de nossa personalidade! (Neste sentido, estaremos ali à beira da morte anímica ou do suicídio).

Entender o que seria uma “realidade de choque” não foi nada difícil para o homem antigo, dada a crueza da realidade vivenciada com animais, e dada a ausência, no mundo inteiro, do “relativismo moral” que o Politicamente Correto encampou. A vida cotidiana apresentava casos riquíssimos de lições extraídas da convivência com cachorros e cavalos, para não falar de macacos e golfinhos. Todo o plantel de bichos de fazenda ou domésticos, que aprendiam solenemente o comportamento adequado à vida em sociedade com humanos, demonstrava vantajoso aprendizado pela moral inflexível, e nenhum revés reclamável pelo vitimismo e falso moralismo dos ambientalistas modernoides.

Maços de jornais têm dupla função: assustam ao bater e não doem.

Noutras palavras, cavalos surrados com moderação (ou até com carinho) e cães apenados com “palmadas de papel”, em rápido tempo aprendiam a lição e se comportavam “como gente”, e também recebiam o bom prêmio por sua disciplina. Mas o problema é que para um animal, o simples susto da ameaça era suficiente. O mero barulho das palmadas de papel (dadas com maços de jornais ou de folhas de palmeiras) levavam os cães a entender o que seus donos queriam. Porém isso não ocorria com humanos rebeldes vitimados pelo autismo voluntário de seus pecados! Era ali que a porca torcia o rabo.

O humano sabe distinguir bem a ameaça da dor, e a dor da ameaça que não dói. Além do mais, o problema do humano não está na doença ou no dano cerebral em si, mas na rebeldia da vontade egocêntrica, que teima em sobrepor-se sobre tudo e sobre todos, independente do resultado ser letal ou destrutivo para a vida alheia. Neste caso, as palmadas de papel não adiantam (são inócuas), e muito menos um tratamento somente à base de ameaças. O homem rebelde precisará sentir dor. Este é o problema. Pior: é a isto que a pós modernidade se opõe.

Assim sendo, temos que voltar à única fonte 100% confiável dada à Humanidade: a Palavra de Deus. O que diz a Bíblia sobre o uso da dor como corretivo humano? Creio que a resposta é positiva, isto é, que “a dor é útil e pedagógica”. A Bíblia propõe este “tratamento” até para crianças! Diz que se os pais tirarem “a vara” das costas das crianças, poderão um dia ir buscá-las nos hospitais! (Provérbios 22,15). Diz que a vara pode livrar as almas de seus filhos do inferno de fogo (Provérbios 23,13-14). Diz que se os filhos forem educados conforme a disciplina, ainda quando ficarem velhos não se desviarão do caminho do bem (Provérbios 22,6). Enfim, são muitas as passagens onde a “disciplina pela dor” é valorizada, sem qualquer vitimização ou “mimimi” do politicamente correto. Sim. Mas, e quanto aos adultos?

“Ou este livro me afastará do pecado ou o pecado me afastará deste livro”.

A resposta está aí acima: adultos rebeldes e problemáticos são justamente aquelas crianças que não foram disciplinadas na infância por seus pais, igualmente insubmissos a Deus, e agora terão que sofrer como adultos! Esta regra é universal, democrática e 100% infalível. Não temos nenhum receio de que o leitor tente provar isso e não consiga as provas. As provas virão aos borbotões e aos montes, e você passará a desconfiar dos livros de pedagogos e psicólogos atuais. Todos estes parecem ter nascido para desqualificar a Escritura Sagrada, e contradizer a Pedagogia milenar do pensamento judaico/cristão. Aliás, basta começar examinando a vida infantil e escolar dos judeus, assim como a dos colégios militares e internatos confessionais de futuros sacerdotes. Em todos eles a disciplina é a mãe da honra e o pai do sucesso profissional.

Pois bem. Mas adiantemo-nos agora até chegar na experiência com adultos pacientes do Mal de Alzheimer. Teremos autoridade no assunto não como médicos ou psiquiatras, mas como cuidadores de idosos nesta condição. Em minha casa, a experiência calamitosa se dá com nosso pai, vítima de Alzheimer profundo, já há 5 anos; e nossa mãe com Alzheimer “leve”, há dois anos. Como chegamos à dedução aqui exposta na experiência com eles?

Nosso pai foi um homem comum, que mergulhou no pecado desde muito jovem, e ainda o coroou com uma descrença ferrenha em Deus, no pior dos “ateísmos rancorosos” de que se tem notícia (ele massacrava os filhos crentes, ainda que sem bater neles). Seu ateísmo foi tão “incisivo” que fez minha mãe abandonar, primeiro a igreja, e depois a fé. Pior: seu ateísmo NUNCA foi alterado, e ele “morreu ateu”, por assim dizer, se pudermos chamar o Alzheimer de “morte cerebral”.

Ora; o Alzheimer de quem foi ateu a vida inteira se assemelha ao suicídio de Judas Iscariotes. Porque se este, ao invés de amarrar uma corda no pescoço, tivesse ido a Jesus pedir perdão ARREPENDIDO, não teria morrido tão jovem e tão medonhamente. Assim, se o ateu tivesse se arrependido quando ainda estava LÚCIDO (que é o único arrependimento válido para Deus), Deus o teria impedido de chegar ao Alzheimer, ou o levaria antes, como cremos que ocorre com muitos cristãos idosos. Porquanto não há sentido algum em Deus promover a sobrevida de um “morto vivo” entre os vivos, apenas para atrapalhar o cotidiano normal da família vitimada, quando o Senhor sabe que aquela sobrevida não terá nenhuma utilidade para o doente (já que não ouve mais nada, não entende mais nada e não poderá se converter: a salvação vem pelo OUVIR – João 5,24 e Romanos 10,13-17). Logo, a sobrevida da vítima do Alzheimer só se justifica em caso de missão para a família, quando o paciente for um cristão. No caso de ter sido um ateu a vida inteira, e nunca ter se arrependido quando lúcido, sua doença só tem sentido se for um castigo ou maldição para a família. É duro mas é verdade. E os cristãos não podem fugir da verdade, doa ela em quem doer.

Com efeito, daqui podem advir muitas provas auxiliares destas constatações, embora cada família vitimada tenha que analisar caso a caso, pois este é o padrão da realidade terrestre surgida a partir do pecado original. Senão vejamos.

Na nossa experiência diária com o pai doente, percebem-se 3 (três) coisas chocantes e desesperadoras:

  1. O ateísmo continua, porque ele ri sarcasticamente de filmes evangélicos ou católicos. Isto significa que o diabo venceu a guerra, pois o idoso não teria se arrependido até o tempo em que ainda tinha alguma consciência. Foi rebelde até perder a consciência, e ninguém sabe o que ele fará quando recobrar a consciência dentro do Purgatório, e Deus sabe que ele nunca se arrependeu de nada.
  2. O nome “diabo” está sempre presente em seus lábios, num vício de praguejar herdado desde os tempos de ódio aos padres que o evangelizaram. Quando está alegre ele diz “isto é bom como o diabo”; quando está com raiva diz “vá para o diabo que o carregue!”; quando ouve um barulho diz: “que diabo é isso?”; ou seja: o cérebro danificado pelo Alzheimer não arrefeceu o vício, pelo contrário, tornou-o preponderante.
  3. Não escuta nada nem ninguém, exceto o que está dentro de sua própria cabeça, como se ele vivesse eternamente aprisionado numa realidade onírica. Pior, e aqui está o nó cego: as únicas vezes em que parece “aterrissar” na Terra e escutar alguma coisa fora de sua cabeça, é quando precisou ser tratado com vigor, como por exemplo, quando precisou ser internado e o hospital teve que chamar 4 maqueiros fortes para forçá-lo a se deitar.

A partir de então, e com a acuidade devida, viu-se que quando seus punhos são segurados com força para forçá-lo a se deitar ou a se sentar numa privada, sua consciência retorna e ele imediatamente diz que está doendo – mas não está – ou que estão massacrando-o, quando não está ocorrendo nada disso. Percebeu-se então que este comportamento é um maldito vitimismo, associado a uma canalhice ou sacanagem, mostrando ser capaz de “fingir” quando a consciência volta por alguns segundos.

Pior: quando foi preciso tirar uma tesoura das mãos dele com veemência (ele podia ferir a mamãe), ele nos acusou de o estarmos tratando com violência, e que éramos muito cruéis com ele. Mas agora ficava claro o jogo secreto: a consciência “volta” quando algum “sofrimento” lhe parece ou lhe aparece no meio do autismo pétreo, como se somente a dor ou o medo da dor lhe ‘acordasse’ para ESCUTAR, VER, NOTAR – e até reclamar – algo além de sua própria mente, aparentemente mergulhada num egocentrismo onírico. (É bom reler este parágrafo, pois é muito detalhístico).

Agora começamos a entender o tratamento dado pelos antigos aos casos de “caduquice”, autismo e outros “sumiços da consciência”, incluindo aqui as possessões diabólicas. Ora: os tais “inconscientes”, digamos assim, não passam de cérebros mergulhados em si mesmos, em processo de fechamento completo na dimensão do Além, caso ninguém consiga “acordá-los” de seu sono narcisista “auto-hipnótico”. E o que restou de “contato real” para colocá-los de novo em sintonia com a realidade são seus corpos físicos, cuja sensibilidade não é retirada nem pelo Alzheimer, nem pelo autismo e nem pela possessão (isto é, Deus é tão bom que não retira a sensibilidade dos corpos humanos à dor, deixando esta única porta de acesso à realidade, antes que um apagão definitivo faça extinguir o último “sopro de vida” daquela consciência diante de Deus).

Então os teóricos pós modernos, entre psicólogos, psiquiatras, pedagogos e outros “gogos”, andaram ensinando tudo em contrário à experiência histórica dos antigos “curadores e curandeiros” (além de antigos médicos), os quais obtinham bons resultados altamente positivos de recuperação de possessos e outros pacientes inconscientes, quando meramente reapresentavam a eles a realidade nua e crua, na qual a dor é o fator mais “despertador” da consciência. Veja como até eu e você, conquanto estejamos vivendo “a alienação nossa de cada dia”, passamos a orar muito mais quando estamos sentindo dor, ou mesmo em vista do medo de uma dor vindoura, ou quando entramos num avião e sentimos medo de que ele caia. Ou seja, a dor é um instrumento de despertamento da consciência, seja lá em quem ela aparecer, seja em que hora chegar. CS Lewis dizia mesmo que a dor “é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo” (repare em “um mundo surdo”: tem coisa mais parecida com o dia a dia do Alzheimer?)…

Logo, tentar levar a convivência com um paciente inconsciente sem aplicar-lhe nada que o faca retornar à realidade física do cotidiano, deve ser encarado como um ato de descaridade, o qual vai desde a promoção do inferno na vida dos cuidadores, até o fechamento daquela alma no inferno de seu próprio cérebro estragado/sucateado, não dando nenhuma chance de recuperação para sua vítima. Sem nenhum contato com a realidade, o único destino lógico de tais pacientes seria a morte, o que leva os cuidadores e orarem neste sentido, muitas vezes junto com a família. Muitos países possuem leis que aprovam, para estes casos de inconsciência irreversível, eutanásias ou desligamento de máquinas de manutenção da vida, quando o paciente já foi pro hospital.

Finalmente, a melhor sugestão seria, sem titubear, reestudar as razões teológicas e filosóficas de aplicação da terapia da dor pelos médicos antigos, sem o pré-conceito de culpar o sofrimento como inútil em todos os casos. Abandonar o politicamente correto e a falsidade das alegadas políticas de direitos humanos, quando cada homem deve ajudar outros homens a serem úteis no trabalho e na sua consciência espiritual. Com efeito, se seu pai, mãe ou tio estiver inconsciente o tempo inteiro, ao ponto de defecar em seu sofá, lembre que quando você era menino e defecou ali, na segunda ou terceira vez que fez isso, o tapa de sua mãe lhe ajudou a lembrar que suas fezes devem ser derribadas na privada. Se o seu paciente de Alzheimer lembrar da privada pela dor do mesmo “tapa de mãe”, não tema e faça: pegue um maço de jornal. Quem sabe ele não lembra até dos tapas que lhe deu?…

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Porque ninguém deveria chegar a padecer de Alzheimer

No “Mal de Alzheimer” a alma fica “presa” a um corpo imundo e inútil, e que não pode se comunicar, retardando assim a sua entrada e saída do Purgatório. Se morresse antes já estaria no Céu…

Já expressei minha estranheza e horror ao escrever sobre o Mal de Alzheimer AQUI nesta Escola e por duas vezes (veja a outra AQUI) repassei ao grande público as “impressões técnicas” de convivência pessoal com um paciente idoso desta doença, e não alguma coisa que eu tivesse aprendido em livros ou cursos presenciais com especialistas em Alzheimer. Justamente por isso, julguei por bem servir ao leitor naquilo que poderia servir melhor, apresentando-lhe aspectos da doença e da convivência com o paciente nos termos mais “domésticos” possíveis.

Cheguei a frequentar cursos com especialistas e com “cuidadores práticos”, todos muito bem intencionados, mas que de nada serviram para iluminar o pântano sombrio do Alzheimer, coisa que, agora sei com certeza absoluta, só pode ser plenamente compreendida por quem investiga a fundo a teologia cristã, ou por quem milita nas lides sofridas da escatologia bíblica, ou nos espaços profundos da experiência sobrenatural.

Porquanto foram naquelas lides e nesses espaços que o “bicho” se mostrou por inteiro, iluminado pela teologia, e as deduções lógicas de qualquer mente lúcida desembocam inevitavelmente nas conclusões aqui apresentadas, e acreditamos que nenhum dos nossos leitores deixará de “captar” a mensagem final deste artigo, endossando a dura realidade sobrenatural do Alzheimer.

O problema começa quando analisamos as coisas na profundidade, e não quando somos míopes, olhando as coisas apenas superficialmente. Na profundidade, portanto, haverá muito mais dificuldade de expor os fatos, mas não pouparemos esforços para ajudar o leitor, destrinçando o novelo com “mãos de fada”, literalmente. O problema, pois, será equacionado da seguinte forma, como que desenhando um cronograma ou um “fluxograma fenomenológico”, por assim dizer. Senão vejamos:

1) A Teologia diz que o nosso corpo nos foi dado apenas para “cobrir”, ou “transportar”, ou envolver, ou “sustentar”, a nossa alma extrafísica, dando-lhe ocasião para, dentro de uma matéria tridimensional, viver as experiências da alteridade, na qual Deus poderia avaliar bem as virtudes e os pecados de cada um, antes de incorporá-los, por mérito moral, ao lugar próprio dos santos imaculados, o Paraíso onde somente puros e superiores habitam. Sem o corpo físico, essas almas inferiores mal conseguiriam distinguir a si mesmas nas conversas cotidianas, e os enganos de identidade seriam desastrosos, tanto para o Céu quanto para a Terra. “Não somos seres de matéria com uma experiência espiritual; somos seres espirituais com uma experiência na matéria”, já diziam os gurus da “Terceira Onda”.

2) Na verdade a criação de Deus (Creação), iniciou-se muito antes de QUALQUER matéria existir no chamado Multiverso, e os espaços multidimensionais de Deus eram habitados apenas por seres espirituais, ou hiperfísicos, sendo a ideia de criar um corpo físico (para dar aos espíritos uma experiência na matéria) uma ocorrência muito posterior à pré eternidade dos espíritos, embora este raciocínio já seja parte da obra da Criação já iniciada; isto é, na mente de Deus, por assim dizer, nos espaços multidimensionais, o Criador já tinha visto ou realizado tal experiência, sendo a criação do tempo “CRONOS” apenas um palco para melhor aferição moral das personagens de matéria.

3) Ao estabelecer o espaço-tempo para a melhor aferição das almas inferiores e ao colocá-las dentro da matéria tridimensional, o Criador também contou com a possibilidade de alguma coisa dar errada no percurso (a entrada no pecado dos anjos), como de fato aconteceu. Pior: Ele deve ter visto que uma Queda Moral numa alma inferior, estruturada dentro de um corpo físico, a faria perder todos os poderes ensejados pela ligação direta com Deus, e a Natureza inteira perderia seu controle e passaria a controlá-la! Ou seja, era uma criação de alto risco. Mas o Senhor apostou nisso. Confiou no seu próprio “taco”, e iniciou a criação tridimensional com almas hiperfísicas habitando a matéria.

4) Ao cair na Tentação, as almas do primeiro casal transcendentalizado pelo Espírito de Deus, também perderiam o controle de seus corpos e mente, e ficariam a mercê de todas as forças refratárias da Natureza, inclusive à contaminação bacteriológica e à poluição da Biosfera. Pior, sua rebeldia não veio de seus corpos, mas de suas almas, e assim a contaminação dos dois virou contágio espiritual e a Humanidade inteira passou a agir do mesmo modo, muito além da mera hereditariedade.

5) Com aquele seu “simples” gesto (que de simples não tem nada!), o primeiro casal perdeu – e a Humanidade por consequência – até o controle sobre seus corpos físicos, e foi a Natureza que passou a dominar tudo, levando à derrocada entrópica de toda a criação terrestre. Com a entropia como regra, a sobrevida do espírito humano agora dependeria, de certo modo, de um crescimento ontológico assimétrico, pois se a carne era fraca e a alma volúvel, o espírito teria que “se virar” para vencer as três batalhas recém inauguradas, a saber, a batalha contra a entropia da matéria (seus corpos envelheceriam rápido e sob ameaça de bactérias e outras patologias); a batalha contra a desordem emocional (as paixões internas colidiriam umas com as outras); e a batalha espiritual propriamente dita, quando a Razão Consciente teria que vencer racionalmente os argumentos do velho inimigo que os fez cair, sem contar com um espírito transcendente neste embate. A vitória só poderia se dar, obviamente, se e quando cada alma refizesse as pazes com Deus.

6) Neste sentido, é preciso ver agora que a própria Queda já foi o abandono do corpo à própria sorte (leia-se “golpeado pela entropia inexorável”), e este fato já caracteriza uma deficiência, um decréscimo e até um “aleijão” na ontologia de cada ser humano, com seus corpos sendo agora usados quase que tão somente para sobreviver, ou manter-se vivo no meio do caos, quando poderiam ser sua própria nave-mãe, suas “catapultas de levitação espacial” ou suas asas da imaginação, capazes de voar como “pássaros de fogo” até o céu profundo.

7) Com a inutilidade transcendente dos corpos, a matéria densa passou a ser também a prisão física, já que nem o voo espacial nem o voo astral se mantiveram intactos (este ainda pode ocorrer, mas eivado dos perigos advindos da inimizade a Deus), e agora o ser humano não passava de um animal planetário, bípede e não voador, apegado aos meros prazeres instintivos do seu lado animal, o qual nunca se satisfaz por inteiro com prazer nenhum.

8) Pior: a própria capacidade de captar o mundo objetivo e exterior, que antes podia ser captado por inteiro até enquanto dormia, passou a imiscuir-se e misturar-se no mundo subjetivo, até durante a hora mais desperta do dia, dada a desordem mnemônica que imperou após a Queda. Qualquer doença física, ou mesmo uma pequena dor de cabeça, já poderiam ser suficientes para interrupção da memória e todos os desastres dela decorrentes, com toda a ignorância daí advindas.

9) Não era difícil supor que os corpos humanos, atravessados os anos de “saúde presumível” e juventude desregrada, começassem a falhar por inteiro, embora paulatinamente, ficando a cada dia mais difíceis de controlar, e a cada ano mais dependentes de remédios e perdas de consciência mais ou menos profundas. O homem adulto agora não passa de uma alma inquieta, quando muito, consciente de suas limitações ilógicas e incorrigíveis, e sem mais forças para buscar a varinha de condão que usava nos seus sonhos de infância. Seu espírito “forte”, a cada ano que passa, lhe esbofeteia por reavivar, em sua consciência, o quanto ele podia ser “divino”, “milagroso” e até “onipresente”; ou o quão poderoso deve ser qualquer ser mais amigo de Deus, em sua estranha saudade do futuro.

10) Sua liberdade, ou tudo aquilo que para ele lhe parece mais liberdade, agora não passa de uma sensação de decisão solitária, geralmente associada ao que se pode comprar com dinheiro e aos prazeres dele decorrentes. Não há mais qualquer outra liberdade que ele almeje e muito menos que conheça, e quem quer que lhe fale de outras liberdades lhe parecerá ora um louco, ora um hipócrita, falando de coisas que não são liberdades ou são perfeccionismos vazios, de um padrão inalcançável.

Chegando aos 70 anos, se chegar, como idade muito bem pontuada para o destino final humano na Bíblia Sagrada, seu cérebro que já não funcionava bem (e já se sentindo aprisionada a um corpo fraco e vulnerável), passa ao domínio final da entropia física, e agora seu corpo envelhecido é quem impede cada vez mais a sua “liberdade”, e muitas coisas que ele fazia depois dos 50 já não pode mais fazer, e a própria redução da velocidade de caminhar começa a gritar alto a perda da liberdade. E pior, também chegou um dia em que já não pode mais nem caminhar, e já teve que aderir a uma cadeira de rodas que também o limita a rampas e elevadores especiais.

Enfim chegou o “grande dia”, em que aquele que já foi grande, agora não passa de um monte de carne e ossos furados, e com dano cerebral irreversível, à mórbida semelhança de uma osteoporose cerebral (o nome técnico seria “encefaloporose”, o velho alemão chamado “Mal de Alzhemer”). Pior: nesta fase, ele nem pode mais ver o pavor de ficar 100% dependente dos outros, naquilo que ele jamais desejaria para ninguém, nem para seu pior inimigo, e muito menos para si mesmo, e ao que se submete tão somente pela total incapacidade de ver o seu próprio estado deplorável! Eis aí descrito o inferno do Alzheimer, de quem até o diabo foge.

É aqui que chegamos à nossa reflexão de hoje.

Tendo compreendido que a Queda do Homem nunca foi da vontade de Deus, e nem mesmo um mini desvio de conduta seria do agrado do Criador (tanto é que o Homem só caiu por uma catastrófica desobediência: as demais desobediências, ou os mínimos deslizes, nem sequer eram observados por Deus e o primeiro casal “pintava e bordava, na alegria da liberdade infinita”), é também necessário deduzir que a prisão resultante da Queda também não estava nos planos de Deus, e por isso o Senhor, quando veio à Terra em corpo humano com o nome de Jesus Cristo, deve ser primeiro entendido como um libertador e não um salvador, propriamente dito, pois ninguém pode ser salvo sem ganhar de volta a liberdade! Ou melhor, só um homem livre pode curtir uma salvação verdadeira. Tudo o mais é prisão ou eufemismo de prisão.

Se a prisão da criatura humana se deu com a Queda e com esta o Homem ficou sujeito à entropia, que é a prisão às limitações cumulativas e sequenciais da matéria imanente, não haveria como impedir que a primeira prisão levasse à última, tal como um abismo chama outro abismo, e tal como uma cova fica cada vez maior quanto mais se cava. Logo, o Alzheimer seria a última forma de prisão, mas também seria a prisão mais óbvia e inexorável, pois se o corpo ficou a mercê da entropia natural, nada mais lógico que “claudicasse” até o dia em que o cérebro implodisse, coisa que deve desagradar enormemente ao próprio Deus, pois o certo para Ele seria que o corpo morresse ANTES do cérebro, embora para o Criador nem mesmo a morte estaria no nosso destino (fomos criados para a Eternidade, ou para galgar esta sem passar por aquela!).

Pior: Deus nos fez para se comunicar conosco, e nós com Ele. Somos espíritos comunicantes, animais falantes, almas dialogais! O Plano original de Deus jamais desejou encontrar nossas almas e não poder dizer-lhes nada que não entendessem. Mas a Queda mudou isso! A possibilidade de interrupção da comunicabilidade humana nasceu ali, quando o primeiro casal se comunicou com a Serpente! Talvez até por falar demais, ouvir demais e entender tudo, o Homem caiu. Quando caiu, o primeiro golpe foi justamente sobre essa capacidade de comunicação: nenhum animal entendeu mais o Homem e o Homem nunca mais entendeu os animais (pior: nem entende mais um outro homem e muitas vezes mal entende a si mesmo!).

A própria salvação então dependeria de Deus conseguir comunicar algo às almas decaídas; e para conseguir isso Ele dependeria não só de seus superpoderes, mas também de uma cirurgia no Homem, uma cirurgia espiritual chamada “conversão”. E a luta pelo resgate da alma humana já começou renhida, pois ainda gozando da liberdade (embora limitada à terceira dimensão terrestre), o Homem podia continuar ouvindo à Serpente, único animal que continuava falando aos seus ouvidos, com voz de anjo. Então a salvação da Humanidade também passou a ser uma forma de conquista. Quem agradasse mais o coração venceria.

Mas como Deus falaria da salvação para um tipo de SURDO COMPLETO (um surdo com uma surdez incurável), ou seja, para uma alma agora aprisionada a um corpo moribundo e inútil, cujo próprio cérebro apagou-se inexoravelmente e apenas espera o coração parar de bater? É claro que você dirá que Deus pode curar qualquer doença! Sim, pode. Mas nesta cura, como em qualquer outra, tem que haver um propósito! E qual o propósito de envelhecer, senão dar lugar a outros por meio de uma morte que a Bíblia chama de “preciosa”? (Salmo 116,15). Para que serviria curar alguém que em pouco tempo estará num lugar muito mais feliz? E quantos velhos bem velhos aparecem curados por Jesus ou pelos apóstolos na Bíblia? E por que Jesus, todo-poderoso, não curou seu pai e adiou sua morte? Ou por que não o ressuscitou? A resposta é óbvia: o pai de Jesus já havia cumprido sua missão, como ocorre com todos os velhos bem velhos.

A conclusão é obvia: não adianta orar pela cura da velhice de quem envelheceu demais! Ou melhor: não adianta orar por um paciente idoso de Alzheimer! Este paciente constitui uma espécie de “acidente indesejável da entropia”, pois mesmo na desordem terrestre do pecado, Deus jamais planejou (este termo não é bom para entender isso) que uma alma, mesmo merecedora de castigos maiores, viesse a sofrer de Alzheimer e ficasse um tempo sem qualquer possibilidade de salvação, pois TODAS as outras almas se mantêm salváveis em todas as circunstâncias da vida, menos as almas vitimadas pelo Alzheimer!

O paciente de Alzheimer não só não se salvaria na Terra (se adiasse seu arrependimento e deixasse sua salvação para a velhice), como seria um estorvo para todas as almas circundantes, inclusive para aquelas que oram por ela e cuidam dela, numa verdadeira via sacra imerecida para muitos! Um sacrifício desumano quase sempre deixado para a própria família, CONTRA a vontade dele, pois nenhum Alzheimer quis ou quer que sua família passe pelo inferno de cuidar de um inútil 100% descontrolado, um alienado pior que um animal de estimação! Tanto é que muita gente diz que, se viesse a saber antecipadamente que iria sofrer de Alzheimer, tentaria o suicídio antes de sentir sua memória apagar!

O leitor está lembrado de que a salvação, para nós católicos, não se completa nesta vida, exceto quando a alma se santificou o suficiente para merecer de Deus um passaporte especial, como no caso dos mártires, dos justos 100% justos, e do caso especialíssimo de João Batista, Enoque e Nossa Senhora? Pois bem. Todos os demais, todos nós, não subiremos ao Céu imediatamente após a morte. Mas também Deus não nos jogará no inferno, quando viu que tanto esforço envidamos para vencer nossas concupiscências, e quando viu que, até com lágrimas, falhamos. Onde estaria a Justiça e a Misericórdia de um Deus que jogasse num inferno eterno, almas que tentaram acertar e não conseguiram vencer meras imperfeições de caráter herdadas de seus primeiros pais?

Eis a Justiça e a Misericórdia chamadas de Purgatório! O Canal StudioJVS publicou uma série de vídeos onde a figura do Purgatório é explicada magistralmente, sempre a partir de textos bíblicos onde o estranho lugar transparece nas entrelinhas da Revelação. O primeiro capítulo está AQUI e o Youtube oferece os outros em seguida. Assista para conhecer melhor o Purgatório e a Misericórdia de Deus, sem os quais não haveria justiça em Deus. Pois bem.

No “Mal de Alzheimer”, a alma fica literalmente “presa” a um corpo imundo e inútil, e que não pode se comunicar em hipótese alguma (exceto com uma cura sem sentido), retardando assim a sua entrada e saída do Purgatório. Se tal pessoa morresse antes já estaria no Céu! Eis aqui o drama do Alzheimer: este Mal também é uma Maldição, pois atrapalha a própria vontade de Deus de resgatar as almas humanas! Se morresse antes, Deus não teria dificuldade alguma de comunicar alguma coisa àquela alma, já que o corpo imprestável se foi e a surdez absoluta foi rompida! Aliás, qualquer um de nós que se encontrasse com aquela alma já desencarnada, poderia facilmente comunicar o Plano de Salvação para ela e fazê-la sair do Purgatório e chegar ao Paraíso, muito mais cedo do que seria se sua doença-maldição lhe mantivesse por longos e longos anos na terra dos vivos, como ocorre com muitas almas infelizes, aprisionadas por décadas naquela condição deplorável!

Então, finalmente podemos ver a dura realidade por trás do Alzheimer: ninguém deveria chegar a padecer deste Mal neste planeta! É uma doença monstruosamente desumana, obra prima do próprio diabo, autor de todas as doenças! É a tragédia por excelência! É a exata significação da maldade dos demônios e a perfeita sinonímia da DES-GRAÇA, o oposto da Graça! Cruz credo!

Só nos resta deixar uma pergunta “simplória” no ar, para um diretor de cinema que quisesse fazer um filme de terror religioso, associado a uma história de tecnologia futurista: teria sido o Alzheimer uma obra do diabo que “surpreendeu” o próprio Criador? Não, óbvio que não! Deus nunca erra e nunca possui duas coisas que só nós temos: surpresa e esperança. Deus nunca leva sustos. Então é claro que Deus anteviu o Alzheimer, e jamais quis a sua existência… mas que este Mal acendeu a ira de Deus, ah, isso sim, são outros quinhentos.

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Proteção Total a Vênus: Prova de Vida Inteligente por lá

Uma série de observações diretas dos arredores do Sol feitas pelas “sondas solares” SOHO, COR1,2, SECCHI e outras faz cair o queixo dos lewisianos: “Vênus está sendo sistematicamente protegida”.

Um estranho “escudo” está situado entre o Sol e Vênus. A lógica diz que Deus não protegeria um planeta sem vida inteligente, feito só de areia e gelo. O “escudo”, que parece um guarda-chuva, é maior que a Terra…

CS Lewis sem dúvida “estremeceu no túmulo”, por assim dizer. Ou está de queixo caído, lá mesmo no Céu, entre os santos. Mas se ele estivesse vivo entre nós nesta época palpitante de alta tecnologia de observação astronômica, Lewis certamente diria como disse Simeão: “Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a tua salvação” (Lucas 2,28-31). Esta é pelo menos a minha sensação interior em relação à estupefação de Lewis, e é ela que quero compartilhar com quem tem “ouvidos de ouvir”, ou com quem esteja, no presente momento, “preparado para se aprofundar mais no assunto”.

Para começar, devo sugerir que o leitor procure entrar no site da NASA, numa seção própria de “Satélites de Observação do Sol”. A ESA também oferece acesso às mesmas sondas. Porém, se o leitor quiser encurtar caminho, peço que entre no Canal do Youtube chamado “Olhos no Céu”, do arguto, lúcido e humilde pesquisador Handerson, o qual pode ser acessado clicando NESTE link. Nesta experiência de pesquisa individual, o leitor também vai estupefar-se, ou estupidificar-se, diante do que a NASA, “casual ou propositalmente” (mais tarde explico isso), deixa vazar para o olhar leigo das massas, Deus sabe lá como!

Com efeito, como explicar que a NASA esteja indo na contramão do Cover-up ufológico? Ou como entender que aquela Agência tão obediente ao “EMFA” esteja remando contra a correnteza de segredo de Estado sobre a vida extraterrestre, o qual é obrigatório por força de LSN (Lei de Segurança Nacional)? Sei não. Há um grande imbróglio aqui. Mas vou arriscar um palpite sobre esta questão agora.

Até meados da década passada, ou mais precisamente, até janeiro de 2012, parecia haver um consenso, entre as várias agências espaciais do mundo, que nenhum sinal da vida extraterrestre tinha sido sério o bastante, ou acintoso o suficiente, para convencer suas diretorias e pessoal técnico de que “não é mais possível ESCONDER as evidências, sem parecer uma grotesca enrolação a qualquer público que porventura dê de cara com os fatos que nossos olhos e instrumentos têm observado”. A coisa se deu assim: a História sempre registrou a casuística ufológica como uma sucessão de ocorrências passíveis de camuflagem ou dúbia interpretação, e por isso tais agências puderam convencer, até os pesquisadores mais entusiastas do fenômeno UFO, que tudo não passava de engano das massas, confusão entre o olho e a memória, fenômenos naturais ou meteorológicos confundidos com naves espaciais e até histeria coletiva. Enfim, os próprios extraterrestres pareciam colaborar com o Cover-up oficial, ou não tinham se dado conta da injustiça praticada pelos governos terrestres contra seu próprio povo, negando-lhes a verdade de suas visitas à nossa orbe.

E aí aconteceu uma das duas coisas: ou os ETs descobriram a injustiça e se voltaram contra ela (expondo-se acintosamente a olhos “não autorizados”); ou suas aparições passaram a ser – por conta de mudanças especiais em seus próprios planos ou em atendimento aos planos de Deus – tão vistosas que NINGUÉM mais poderia escondê-los! Então, o máximo que a NASA/ESA etc. fizeram foi camuflar o FUP (“Fenômeno UFO Presencial”, os chamados “contatos imediatos” de Josef Allen Hynek) e deixá-lo à vista apenas de pesquisadores mais argutos e pessoal mais habilitado com as novas ferramentas da Informática a serviço da Astronomia moderna, as quais captariam flagrantemente as naves dos ETs, tornando impossível negar sua natureza não humana.

Este é o resumo mais aproximado do que está ocorrendo hoje, se é que pude ser claro e objetivo com os meus leitores. E a tradução do resumo seria a seguinte, agora particularmente dirigindo-me aos meus leitores “lewisianos”.

Lewis nos contou que há vida inteligente em Vênus… Você se lembra? É claro que aqui se distinguirão os leitores comuns de uma obra de ficção, dos leitores “adultos de coração de menino”; os quais puderam sentir, ao menos de leve, uma sutil inclinação de seu coração ao estranho paraíso venusiano chamado “Perelandra”, e voltaram atrás por culpa da Ciência cética, da Ciência enganada pelo Cover-up ou obrigada por ele a negar a verdade! Mas digamos que ainda está valendo a estória mal contada pela NASA de que Vênus é um planeta mais quente que Mercúrio, e que o calor em sua superfície mataria até mesmo um verme que vivesse dentro do gelo. Ok. Fiquemos com esta estória na memória por enquanto.

Mas o que você pensaria se visse um socorrista do Corpo de Bombeiros entrar correndo numa casa em chamas? Será que ele entraria ali depois que sua equipe lhe tivesse dito que a casa está vazia e que eles já retiraram todo pessoal de lá? Ora, se você visse esta cena no mínimo iria pensar o quê? Claro que você pensaria que o bombeiro ouviu o choro de um bebê ou que talvez apenas “intuiu” ainda haver alguém ali dentro, e que valeria a pena arriscar encontrá-la nas chamas! Certo? Haveria outro raciocínio a fazer aqui? Claro que não, a não ser que o bombeiro fosse um louco, coisa altamente improvável no Corpo de Bombeiros! Pois bem. Passe agora a raciocinar comigo.

Se você é cristão e, mais ainda, se você é lewisiano, terá sempre Deus à frente de todos os seus raciocínios. Então pense em Deus como um socorrista do Corpo de Bombeiros. Pense que seu Deus criou TODOS os planetas, e não apenas a Terra. Pense que a Terra seria uma espécie de “Menina dos Olhos de Deus”, e por isso seria protegida integralmente por ele. E por que Deus teria tanto interesse em proteger a Terra? Você diria: porque na Terra tem gente. Na Terra existem bilhões de almas por quem Cristo morreu na cruz! Certo! Certíssimo!

Para quê ou por que Deus protegeria um lugar assim? P. ex., por que Deus protegeria Mercúrio? E por que os termômetros estão sempre enganados com a temperatura da superfície de Vênus?

Então, se tudo isso é lógico, seria óbvio supor que os planetas DESABITADOS não seriam protegidos, certo? Certo. Então, o que você diria se visse Vênus, aquela caldeira fervente, ser sumariamente protegida por Deus de radiações solares mortais, e de explosões de massa coronal devastadoras? Bem como também ser protegida de quedas de asteróides e cometas gigantes? Por que Deus se daria ao trabalho de proteger uma terra sem vida? – Enfim, é este o quadro atual visivelmente claro nas telas dos satélites de observação do Sol, sem qualquer contestação da NASA!

Logo, já seria bastante espantoso ver naves gigantescas protegerem a Terra! Protegerem a vida humana. Mas não seria ilógico! Porém o que pensar de uma proteção ostensiva a um planeta que a NASA alega ser 100% inabitado e inabitável, com mais de 500 graus centígrados de calor em sua superfície? Não lhe parece estranho? É este cenário que eu quero lhe mostrar. Venha comigo…

Acessemos no Youtube o Canal “Olhos no Céu”, de Handerson Antônio (este pesquisador também pode ser encontrado no Facebook). Vejamos na lista de vídeos do Canal, na barra de pesquisa, colocando as seguintes frases para examinar: Como acessar a Sonda SECCHI; OBJETOS PERTO DO SOL; ENORME OBJETO NO SISTEMA SOLAR; CORPOS ESTRANHOS; ATUALIZAÇÃO DA SONDA SECCHI; etc. Assista todos os vídeos deste Canal aqui indicados, ou o máximo que puder assistir. Pesquise mais nos canais indicados pelo Canal “Olhos no Céu”. Então, se fizer isso, agora podemos conversar melhor.

Comecemos com a pergunta implícita no título: por que cargas d’água Deus enviaria “naves de proteção contínua” para as redondezas de um planeta que não tivesse vida inteligente? Ou mesmo vida incipiente, no início da Evolução? Por que todo o trabalho para proteger areia e gelo?”… Ora, a verdade transparece clara e evidente: há vida inteligente no espaço, e esta vida está protegendo vidas inteligentes em Vênus!… O que isto tem a ver com CS Lewis?

Deus “revestiu” Vênus com uma densa camada de nuvens (o Albedo), não apenas para protegê-lo do Sol, mas para evitar “invasores humanos”!

Quem leu a “Trilogia Espacial” do gênio irlandês, viu que o segundo livro trata de uma história ocorrida em Vênus, e que a Ciência JAMAIS PERMITIU vazar qualquer coisa que possibilitasse a descoberta de vida naquele planeta, e o próprio Deus construiu um “domo de fumaça densa” sobre a superfície de Vênus, ao qual a Astronomia chama de “Albedo”. No interior e na base do Albedo Deus colocou um sistema de detecção simulado de calor tórrido para instrumentos humanos, de tal maneira que os terráqueos terminassem por concluir que a vida humana ali seria impossível. De fato, nunca um satélite voltou com a mensagem de ambiente propício, o que fez a Ciência dizer que (veja o absurdo) “Vênus é mais quente que Mercúrio”! Enfim, que grande Deus é o nosso, que protege de modo incisivo os seus filhos diletos, e afasta os intrusos para o espaço restrito de seu próprio planeta prisão, a Terra, que também limita a ação dos demônios (o inimigo não pode “sair” da Terra, a não ser DENTRO do corpo de um ser humano ou de um defunto, como fez com o corpo do professor Weston)…

Neste sentido, então, e sabendo que em 1942 só havia um casal lá, quantos filhos não terão tido Thor e Tinidril até hoje, pela vontade prolífera de Deus e sem nenhuma instrução dEle no sentido de controle da natalidade? (Sem falar que Dr. ER também está vivendo em Vênus, único lugar do universo onde sua ferida profética fica curada…). Ora, talvez já hajam 100 ou 200 pessoas em Vênus? Sim. E são elas que Deus julgou dignas de merecer toda proteção possível!

Cena real filmada pela NASA, numa observação de “trânsito lunar” sobre a superfície do sol: uma nave do tamanho da lua cruza de volta o espaço observado pela Sonda…

Com efeito, o que as sondas solares têm mostrado é:

1) Naves colossais rondando Vênus e abrindo escudos gigantescos de proteção das explosões de massa coronal, como se abrissem enormes guarda-chuvas protetores da superfície habitável de lá;

2) Naves colossais chegando no Sol e sugando energias de explosões que alcançariam Vênus, antes destas iniciarem sua ignição;

3) “Bolhas” ou “Redes Circulares” imensas que se projetam de Vênus para impedir a chegada de ventos solares e raios mortíferos de nosso Sol à superfície habitada, como se os engenheiros de Vênus tivessem previsto o perigo da proximidade de nossa estrela-mãe (o Sol também tem uma estrela irmã, chamada Nêmesis);

4) PS: Vale acrescentar: estes mesmos “escudos” também estão protegendo a Terra!.

Links dos vídeos que provam isso, dentre muitos outros (visitar e pesquisar no Canal “Olhos no Céu” os seguintes vídeos): não deixem de assistir nenhum deles. Cliquem aqui:

Link 1: https://www.youtube.com/watch?v=U8R_a9phicg

Link 2: https://www.youtube.com/watch?v=jmdc_AFHz0M

Link 3: https://www.youtube.com/watch?v=vY1komHKfrI

Link 4: https://www.youtube.com/watch?v=2nYTgeudo6Y

Link 5: https://www.youtube.com/watch?v=2nYTgeudo6Y&t=501s

O pequeno arco situado entre as labaredas solares e Vênus não tem explicação. Ele é um arco muito maior que a Terra e se postou num ponto tal que o Sol não destrói Vênus!

Finalmente, e neste instante convencido de que o leitor procurou assistir todos os vídeos aqui sugeridos, resta “curtir” a alegria de receber de Deus uma prova tão contundente quanto a dada a Simeão (Lucas 2,28-31) e, além de ter uma evidência lógica da existência de Deus, saborear os inúmeros “milagres cósmicos” que testemunham o cuidado de Deus com os seres possuidores de alma e espírito. É claro que o leitor não deverá esperar grandes comprovações por parte da NASA, ESA e governos mundanos (pelo contrário, espere negação de tudo), e contente-se jubiloso pelo fato de Deus ter como que “obrigado” tais agências a divulgar as observações das sondas solares, dando a nós crentes a “prova das coisas que não se vê” como explicou o autor canônico em Hebreus 11,1-2.

Conscientes do quão benditos são os nossos olhos “porque veem e nossos ouvidos porque ouvem estas coisas que todos os profetas antigos desejaram ver e ouvir” (Mateus 13,16-17), e sentindo-se bem aventurados como todos os herdeiros do Reino, agora podemos dormir em paz na expectativa redentora da Parusia, tal como falou Simeão (“Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a tua salvação”). Estamos na época da profecia que diz que “todo olho verá”? Não podemos saber ao certo, porque este foi um segredo que o Pai guardou somente para si. Mas podemos ter certeza de que Ele brindou nossos olhos com segredos que nos preparam muito melhor para enfrentar os últimos dias do mundo, com sinais tão claros que podem ser documentados até perante crentes que se calam diante das pedras. Você entende agora por que a igreja é feita de pedras? Entendeu por que Deus enviou seus anjos para proteger apenas “pedras” em Vênus?…

Maranata!

 

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SEMANA LEWIS 2018: Por que CS Lewis falou tão pouco sobre a Parusia?

Dada a morte prematura aos 65 anos de idade, antes da primeira metade da década de 60, Lewis pode ter antevisto certo “retardo” nas profecias para um maior amadurecimento da Humanidade.

Numa certa altura de uma análise abrangente sobre o tempo presente e as “inexplicáveis” rixas entre as várias denominações cristãs, Lewis nos apresentou uma conclusão inquietante: talvez as rixas todas não passassem de uma prova de imaturidade, ou do quanto a Humanidade ainda está engatinhando no descortinamento da Revelação, e toda a Teologia cristã ainda estaria às apalpadelas “no pântano tenebroso” da procura da Verdade. Tal conclusão satisfaz a incredulidade dos que sempre apostam no retardo da Promessa da Parusia, e inquieta aqueles que sempre acreditam nos sinais claros de sua iminência.

Não há dúvida de que as incompreensões e discussões teológicas entre as várias denominações cristãs são resultado da longa e perigosa ignorância imposta às igrejas pela ideologia ou irresponsabilidade dos pastores, cujas intenções parecem cortejar tão somente a meta populista da “casa lotada versus dízimo gordo”, como se os membros de suas igrejas não tivessem alma ou cujas almas já estivessem 100% salvas, no milagre herético de uma espécie de predestinação.

A heresia começa na ignorância teológica herdada do reducionismo visual de Lutero, que entendeu a salvação das almas como o mero resultado de uma crença cega em Jesus, como se o pecado que destruiu 3 (três) dimensões da ontologia humana pudesse ser retirado do Homem sem que este retribuísse a Deus o dever de sua própria responsabilidade moral, ou, como alguns dizem, “o mero saber amar”. É a questão simples do perdão inútil, quando o ofensor (nós) não aceita o perdão do Ofendido (Deus), e mantém-se nutrindo os mesmos sentimentos que geraram a ofensa.

É também o esquecimento mortal das duas faces da moeda que Jesus mandou respeitar, dando a parte de Cezar a Cezar e a de Deus a Deus. A parte de Cezar é a objetiva (vai lá pessoalmente e paga o teu tributo ao governo); e a parte de Deus é a subjetiva, quando deves a postura do bom pagador em todos os sentidos. Ao morrer na cruz por nós, Jesus, o bom pagador, cumpriu a parte objetiva de nossa salvação, e esta parte do problema está 100% resolvida e encerrada. Mas a parte subjetiva também precisa “pagar o tributo devido” (Romanos 13:8), como resultado inexorável de nossa retribuição (inevitável corolário da reciprocidade do amor), aceitando o perdão de Deus e perdoando o próximo – todos os próximos – que lhe ofenderam. Perdoar “os próximos” seria um sinal de salvação operada com sucesso (certamente o maior sinal interior, por demonstrar a vitória sobre o mais recalcitrante dos instintos, o instinto da vingança). Lewis disse isso quando falou sobre O Perdão no livro “Mere Christianity*”. Ele chegou a dizer que este instinto é até mais forte que o instinto sexual.

[Se o instinto de vingança, ou, leia-se, o ódio no coração, é até mais forte que o instinto sexual, e todos sabemos o quanto o sexo é forte, está explicado porque NINGUÉM pode se salvar sem perdoar o próximo. Foi isto que Jesus explicou quando nos ensinou a oração do “Pai Nosso”. Toda esta explicação não é nossa, mas sim, de CS Lewis].

O esvaziamento da doutrina cristã da salvação (Soteriologia) levou à mais grave divisão no Corpo de Cristo, sem contar a “desnutrição espiritual” que as igrejas reformadas promoveram, criando o ambiente ideal para heresias e descrenças tão perigosas quanto a da negação de Cristo. O reducionismo traria, invariavelmente, a imaturidade, a qual, associada à preguiça mental e outras desordens do espírito, resultaria na miopia que provoca as rixas entre denominações, ou o “odium theologicum” citado por Lewis.

Teria Lewis suprimido este ponto da questão para salvaguardar sua amizade com as várias denominações? É possível. Isto porque a igreja dele (a Anglicana) não cometeu o mesmo erro das denominações egressas de Lutero e outros reformadores, e por isso é tão fácil ocorrer um bom entendimento entre católicos romanos e católicos anglicanos, ou mesmo as cúpulas das duas denominações conversarem francamente sobre “reaproximações” entre o Papa e a Rainha da Inglaterra. Os últimos anos têm sido pródigos em provar isso, sobretudo agora na Era Francisco, de Jorge Mario Bergoglio (corro para adiantar que não temos pessoalmente nenhuma simpatia por este papa… pelo contrário, temos até destilado críticas ferrenhas a ele, dadas as íntimas e indisfarçáveis relações dele com o Comunismo – veja uma das críticas NESTE link).

Mas alguém poderia objetar que a conversa sobre a Parusia está muito mais presente nos ambientes seculares do que nos intramuros das igrejas, e que o próprio Lewis deixou isso para os teólogos da Escatologia, os “estudiosos dos sinais do fim”, associados a astrônomos e cosmologistas modernos. Sem dúvida. Isto é verdade. Mas replico que Lewis voltou com carga total e pintou com cores fortes a Parusia nos livros ditos “ficcionais”, o que de qualquer modo estremeceria seu “populismo” nas bases, já que os leitores das “Crônicas de Nárnia”, da “Trilogia Espacial” e outras obras acabariam “dando com a língua nos dentes” e a crença de Lewis na iminência da Parusia ficaria exposta como galhos de árvores negras no degelo da primavera.

Inobstante, mesmo desconsiderando as obras ditas ficcionais, as poucas passagens dos livros não ficcionais que tratam da Parusia fecham a discussão sem nenhuma tergiversação, o que nos leva a identificar Lewis como um crente bastante consciente do retorno do Rei, compreendendo toda a Escatologia sem as complicações surgidas após a Reforma. No livro “Palestras que impressionam” Lewis chegou mesmo a dedicar um capítulo inteiro, embora curto, à parusia gloriosa de Jesus.

Por exemplo. A plena consciência dos chamados “novíssimos” foi deixada bem acentuada, mas nas entrelinhas de certas obras, como nas explicações que deu acerca do Céu, do Inferno e do Purgatório, já desde o livro supracitado* (leia-o como “A Razão do Cristianismo”), até no hiper profundo “Cartas a Malcolm”. No “Mere”, Lewis transforma em epígrafe gloriosa uma simples frase de sua “experiência teatral” (isto é, das vezes em que foi pessoalmente ao teatro no Reino Unido), e nada mais foi preciso acrescentar para qualquer tipo de público. Assim, todos os crentes teriam resposta completa acerca das “etapas escatológicas” do cronograma profético da Parusia, quando ele simplesmente disse: “Quando o dono da peça aparece no palco, a peça acabou”. Com isso, ele explicava o seguinte:

1) Não haverá mais nada na superfície da Terra quando Jesus reaparecer nas nuvens, naquele episódio registrado na Bíblia com a expressão “e todo olho verá”. Ou seja, ao reaparecer para os olhos humanos, Jesus fechará ou encerrará a história terrestre, e o Reino então inaugurado se abrirá no “desdobramento multidimensional” da Terra para todo o sempre, e não por um período de mil anos como muitas denominações cristãs pensam.

2) Neste caso, a chamada “Grande Tribulação” já terá passado, com os cristãos tendo vivido suas dores e sofrimentos martiriais, saindo dela muito mais fortes e honrados do que se tivessem sido poupados da dor por um suposto arrebatamento que nunca haverá. Para esta negação do arrebatamento prévio da igreja, Lewis usa, como principal argumento, a sua plena e sólida crença no poder espiritualizador e regenerador do sofrimento, dado como prova do infinito amor de Deus, como ele deixou claro em palestra universitária (confira NESTE link a lógica do Ágape que nos fere com seu “formão”, justamente porque é um pai que ama infinitamente seus filhos: aqui lembramos como Ele feriu as costas de Aravis para salvá-la, no livro 3 das ‘Crônicas’, chamado “O Cavalo e seu Menino”). PS: A ideia de que não haverá arrebatamento também já foi defendida pelo pastor Caio Fábio (veja AQUI), pelo pastor Augustus Nicodemus (AQUI) e outros pregadores de grande conhecimento bíblico e inteligência lógica.

3) O inimigo já terá sido vencido e atirado no Lago de Fogo (único lugar, afinal, onde as almas dos anjos decaídos poderiam viver, para sempre, com algum prazer e muita dor emocional da saudade inquietante de seu antigo “Pai”), e os homens maus que jamais se arrependeram nem terão percebido que trocaram de lugar entre o Hades e o Tártaro, passando a formar um bloco “homogêneo” e interfundido de almas entrelaçadas à Maldade Suprema. Ou seja, a “segunda morte” se operou longe da vista de todos!

4) O Juízo Final se processou naquele exato instante, o qual pode ser o imediatamente após a morte para nós humanos, ou o eterno AGORA para quem vive fora do tempo “cronos”. Neste caso, o Lago de Fogo sempre esteve a arder depois da última curva da esperança, e a permanência dos demônios ali não pode ser identificada por nenhuma escala temporal, e as portas do inferno, que nunca prevaleceram contra a Igreja, também nunca estiveram 100% abertas nem fechadas!

5) A Revelação do Livro do Apocalipse jamais pôs em dúvida os tempos futuros, de exclusiva autoridade do Pai, e nos pediu, desde os primórdios do Cristianismo, que nós jamais deveríamos desprezar profecias. Neste caso, a discórdia e confusão entre as várias denominações acerca do Milênio bíblico não passavam de mera ignorância, pois sendo um período de mil anos a contar de um dia de mil anos, nunca igreja alguma saberia dizer quanto tempo levaria para alcançar os mil anos literais, e muito menos quando o famigerado dia se iniciaria. Logo, o único milênio que restou (e só podia ser um) iniciou-se na primeira vinda de Cristo e se encerraria no dia em que uma profecia do Apocalipse real se cumprisse, e isto já ocorreu desde meados do Século XX.

6) Tendo o Milênio sido assim como que “desmascarado”, e seu final coincidir com a Segunda Guerra Mundial, a honestidade de cada igreja deveria perceber e pregar que o Milênio bíblico não perfaria um período de mil anos literais, pois, da primeira vinda de Jesus à Segunda Guerra, a soma final seria de 1.939 anos, ou mais precisamente 1.942 anos (se o calendário gregoriano estivesse 100% correto, e Deus “assumisse” o erro historio do papa Gregório XIII), pela seguinte numerologia: A idade de Adão (930 anos), o número das tribos do povo eleito (12) e o tempo ilustrativo da Eternidade apontado no Apocalipse, a saber, um milênio, ou seja, 1.000.

7) Finalmente, a igreja fundada por Cristo teria que ser “pós milenista” (teria que saber que o Milênio já passou); teria que ser anti arrebatamento, porque saberia que o sofrimento é algo tão importante e decisivo para a salvação das almas que qualquer cristão ficaria mui feliz em saber que não haverá honra maior nem galardão maior do que aquele recebido pelos mártires da Grande Tribulação; teria que olhar para a escalada da maldade no mundo como o desenrolar inevitável dos eventos até a prisão de satanás, que sempre esteve solto DENTRO de Tellus e nunca será preso, exceto quando Jesus fechar para sempre o Lago de Fogo após o “Tribunal Branco”; teria que olhar para o antiCristo como uma pessoa de carne e osso, com duas naturezas (homem e anjo), mas que se utilizaria de políticas mundanas (particularmente o Comunismo) para transformar o mundo numa antessala do inferno; e finalmente teria que olhar a volta de Jesus como o último ato visível deste mundo moribundo, após o qual o próprio Paraíso se descortinará diante de nossos olhos, com o som lindíssimo de multidões incontáveis louvando o Cordeiro, ao mesmo tempo em que todo olho verá o apagar das luzes deste Planeta com o estrépito de sua morte fria e vazia.

Neste parágrafo acima está o resumo perfeito e o máximo que podemos extrair da leitura dos livros de Lewis acerca da Parusia, com poucas referências nos livros não ficcionais. Como dissemos no início, Jack nem se preocupou em distinguir, acentuadamente, os detalhes intrincados do processo de finalização da vida terrestre, e se contentou em passar todos os detalhes que Deus lhe mostrou em inspiração do tipo “apostólica”, como somente de Lewis se pode dizer isso sem medo de errar. O próprio fato de ter falado muito mais para “crianças e cães farejadores” do que para os “sábios e doutores deste mundo”, revela o quão pouco interessado esteve Lewis com uma grande “audiência técnica” para ouvir sobre o futuro, e o quanto de verdade ele próprio confiou à revelação pessoal que recebeu de Deus.

Ora, se as Escrituras mostraram a humildade de apóstolos que tiveram dúvidas mesmo tendo ouvido diretamente de Jesus, quanto mais não devemos ver em Lewis a “humildade de esconder” aquela parte da Revelação que o próprio Cristo poupou aos discípulos, apontando sua revelação para a nossa época? (João 16,12). Ora, é exatamente agora que penso: será humilde pensar que estamos mesmo na época em que Jesus nos revelaria tudo? Temos certeza que a humildade de Lewis ainda apontaria para o futuro, o qual nós ousamos acreditar ser este nosso presente o tempo profetizado por Lewis. Quem sabe não estejamos vendo bem? Ou quem sabe não estejamos mesmo “vendo coisas”?…

 

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SEMANA LEWIS 2018: Olhar o cenário e não ver como Lewis é cegueira pura

Se já lemos e conhecemos CS Lewis, então olhar o mundo e não enxergar a teologia cristã em tudo é cumprir a risca a – ou cair na – advertência de Jesus de um “cego guiar outro cego”…

Na Semana Lewis 2018, esta Escola promove estudos diversos em CS Lewis e na Bíblia Sagrada, com olhares fundamentados na Idade Média (por causa da paixão que Lewis sentia pelo Medievo), para iluminar o olhar do homem moderno em torno de si, após a cegueira espiritual engendrada pela Mídia de massas de nosso tempo. Com efeito, apresso-me a adiantar que, até mesmo as piores atrocidades cometidas pelos medievais contra as “almas supostamente inocentes” das “alcovas obscuras” daquela época, não passa de “briga de criança” em comparação com a profundidade do Mal que “vive e reina” agora na pós-modernidade.

O pior é que nos dias atuais, não se encontra nem mesmo o recurso providencial e salvador da boa leitura (como também não se encontra mais a boa música), estando a Humanidade inteira aprisionada aos governos tirânicos e suas técnicas de lavagem cerebral e engenharia social, de tal modo que o próprio senso crítico que antes enxergava o mal que vinha prejudicar (ou que subia em oposição à felicidade na Terra), agora o recebe de braços abertos e até com sensações de prazer, levando qualquer olhar mais atento a descobrir o quanto a liberdade humana foi suprimida, sem que suas vítimas jamais percebam a armadilha e por isso até lutem para se manter nela, alegremente, feito pinto no lixo.

É aqui que entra CS Lewis. Quem tem ouvidos de ouvir que ouça. Porquanto dizer que estamos num tempo onde não há mais boa leitura, pode ser encarado como uma espécie de “hipérbole de massas”, porque os livros de C.S. Lewis, G.K. Chesterton, J.R.R. Tolkien, JB Phillips, Russel Champlin, Olavo de Carvalho, Luiz Carlos Lisboa e outros grandes nomes da literatura, foram dados à sociedade justamente na pós-modernidade, e esta pode ser encarada, neste sentido, como “a era literária mais feliz e completa da história da Terra”, e os próprios apóstolos de Cristo teriam desejado viver esta nossa época, sem falar no privilégio de viver “os últimos dias do mundo”, de que falava Pierre Kohler.

Nem é preciso ler tudo isso para encontrar argumento corroborador da visão realista da nossa “era da incerteza” de que falava J.K. Galbraith, e a leitura de quatro ou cinco livros de CS Lewis já bastariam para deixar o leitor estarrecido e preocupado com o que o mundo tem apresentado todos os dias, em escala crescente de maldade, num sinal evidente de encerramento da vida humana dentro da biosfera terrestre. Aliás, nem precisaria o encerramento da vida biológica e certamente este não é propriamente o desejo da mente luciferiana por trás dos fatos, mas sim o fim da liberdade de consciência, quando a Humanidade enfim perder – literalmente – o seu lado humano e passar a ser uma espécie de massa amorfa manipulada por demônios. Recentemente fizemos um vídeo sobre isso (veja AQUI). Lewis explica isso a partir do plano individual, quando ele diz assim:

1a tradução da ABU e 1a tradução da Ed. Luterana, em 1a Pessoa do Plural (Seção “Livros” deste Site).

[Abre aspas] A verdadeira prova é a seguinte: suponha que você veja no jornal uma reportagem sobre atrocidades e crimes violentos e que, depois de alguns dias, alguém revele que a reportagem era falsa e que as atrocidades não eram tão terríveis quanto pareceram na primeira versão. Então, qual será sua reação? Será: “graças a Deus, os bandidos não eram tão maus assim”?; ou, ao contrário, você ficará ‘decepcionado’, disposto até a continuar acreditando na primeira reportagem, pelo simples prazer de continuar julgando seus inimigos tão maus quanto possível?… Ora, se for a segunda reação que lhe ocorra, isto significará o início de um processo que, ao final, o transformará num demônio. É fácil notar que a pessoa que agiu assim está começando a desejar que a escuridão seja um pouco mais escura. Se dermos vazão a esse tipo de sentimento, logo estaremos desejando que a penumbra também seja escura, e depois, que a própria claridade seja negra. No final, estaremos vendo tudo — inclusive nossos amigos, Deus e até nós mesmos — como maus, e não seremos mais capazes de parar. Assim ficaríamos presos para sempre num universo de puro ódio. [Fecha aspas]. (Livro “Cristianismo Autêntico”; ‘Mere Christianity’, Capítulo “O Perdão”; Livro III, Comportamento Cristão).

Neste mesmo livro, Lewis chegou até a intitular um capítulo com um título bem auto explicativo, e somente o título é capaz de mostrar o quanto seu autor de fato via com bons olhos (no sentido de “olhar acurado”) a escalada do mal no mundo, e o leitor deste artigo também deduzirá isso sem nenhuma dificuldade. Refiro-me ao capítulo intitulado “Temos razão para estar preocupados” (capítulo 5, Livro I).

Mas esta “preocupação” se centra num ponto crucial para quem enxerga como Lewis. A saber: que a maldade profunda das trevas, invasora do mundo desde antes da criação da Humanidade, teria levado a raça humana ao “abismo do niilismo cósmico”, do qual Lewis explica como sendo uma espécie de “volta aprazível ao zero absoluto”, ao Vazio, ao Nada. Ou seja: o desejo profundo das trevas era de fato anular, aniquilar e eliminar para sempre a individualidade humana, substituindo-a pela posse definitiva das almas por demônios, ou por um estado de “fusão” tão profundo com anjos caídos que da alma nada mais restaria, a não ser a existência em si (porque as almas são imortais e ficará claro que um suicídio é uma terrível ilusão).

O fim da possessão individual e coletiva da personalidade seria a “aniquilação absoluta”, e podemos ver nas três primeiras letras de ANIQUILAÇÃO as três primeiras letras de ANIMAÇÃO (ânimo de vida, que vem de “anima”, alma). Entendamos aqui que a aniquilação será a destruição definitiva de quem foi outrora uma personalidade humana individual, capaz de distinguir a si mesmo, bem como seus desejos e razões, e agora nem sabe mais que existe. Isto é a definição exata do que ocorre no inferno, e este inferno já dá sinais claros de iniciar esta aniquilação já nesta vida, agora em alto e bom som, nestes tempos obscuros da pós-modernidade.

E pior, é uma correnteza tão medonha e definitiva que Lewis chegou a temer que ela seja inexorável, ou seja, sem remédio, sem cura, sem retorno, sem socorro. Um terror puro, ao vivo e a cores, diante de nossos olhos lewisianos. Mas o leitor aqui perguntará: existiria algum mal que “nem Deus” pudesse curar? Infelizmente a resposta é sim, e ela pode ser a mesma resposta que daríamos se a pergunta fosse feita a um médico. Ele diria: “nenhuma doença tem cura quando o paciente não quer a cura!”. Com efeito, é aí mesmo que reside o grande mal.

Até o final da idade média, toda a maldade pensada e praticada sobre a Terra enfrentava uma oposição realmente ferrenha, até mesmo pela própria consciência dos malfeitores, pelos seus familiares, pela igreja, enfim, pela sociedade em si. Isto é: a consciência ainda não tinha sido vencida. E homem mau conhecia o mal e também “sentia” até onde no mal caiu, e assim o arrependimento era uma realidade até certo ponto “fácil” de encontrar. Os confessionários – muitas vezes com filas “quilométricas” – eram uma prova cabal disso. Havia até um sentimento de “glamour” ou de “boa reputação” para quem fosse visto nessas “filas”, e suas personagens não sentiam quase nenhum impedimento moral de voltar ao convívio social. Aliás, aqueles que não voltavam ao convívio social geralmente eram as almas cuja aniquilação já havia iniciado tão drasticamente que já tinham deixado um rastro de sangue em seus currículos, sem falar na manipulação de feitiçarias, lascívia com crianças e até o uso destas em rituais de sacrifício. Todas as outras almas pecadoras voltavam à sociedade e, salvo nas quedas escandalosas, se mantinham alegres e benquistas em festas, mercados e reuniões públicas. Mas na Modernidade não ocorre assim.

Hoje em dia, pasme o leitor, não apenas as almas perdidas DESEJAM voluntariamente a perdição, mas a própria sociedade a aceita e até a promove, uma vez que o senso moral foi substituído pela “lei da falsa liberdade”, e em nome desta TUDO é permitido, tudo é incentivado, tudo é relativo e nada em contrário se levanta. Os confessionários de hoje viraram sucata e motivo de chacota, e quem quer que entre numa fila de confissão (se é que esta chega a se formar nas raras igrejas que ainda mantêm confessionários) quase é vaiado, ou sempre é interpretado como um babaca que “parou no tempo e no espaço e não viu que confessar-se a um padre é um resquício da escravidão medieval”.

Com efeito, é este conjunto “almas inconscientes versus sociedade conivente” que caracteriza o “modern infernum” de nossa era, e a própria raridade desta visão aponta diretamente para o fim da história humana, descrita em detalhes pelas profecias do Novo Testamento. Mas voltemos para a questão de uma doença que nem o próprio Deus cura.

O cenário atual é, pois, inexorável, e C.S. Lewis o explicitou magistralmente no último livro das suas “Crônicas de Nárnia”, deixando os cristãos pós-modernos com o queixo caído, só encontrando um modo de ver a nossa situação, i.e., “das duas uma”: ou o crente vê tudo isso com os devidos “olhos santos” de suas responsabilidades morais intransferíveis; ou vai se levantar contra a visão de C.S. Lewis, achando que ele não viu bem as coisas, ou interpretou errado o Novo Testamento, ou não deve ser tão cristão quanto diz ser. E aí o erro é fatal.

Porquanto NINGUÉM viu melhor o estado do mundo do que CS Lewis, embora tenhamos visto em GK Chesterton, Tolkien, Olavo de Carvalho e outros, uma verdadeira iluminação divina sobre o caminho obscuro descrito por Lewis. Mas Jack o expôs com as imagens colossais da loucura humana elevada ao extremo, escancarando a última participação do Deus-histórico na História, na qual o próprio Criador parece fazer como Pilatos, “lavando as mãos” diante da esquizofrenia da vontade e do ego levada às últimas consequências!

A cena é a do Criador, assentado sobre toda a sua autoridade divina, aguardando apenas que as últimas e poucas almas sigam o eco de seu chamado à sensatez, com sua voz já em silêncio, abafada pelos estrondos retumbantes do apocalipse. Um Leão sentado ao lado da porta (João 10,9) apenas espera os últimos narnianos capazes de sair da escuridão exterior e interior, após o que a porta é fechada e aquele velho mundo lacrado para sempre “num universo de puro ódio”, como ele descreveu num trecho citado de “O Perdão”. Ali está a descrição perfeita do que ocorrerá na Terra, e estes últimos dias da pós-modernidade estão a apontar a chegada da porta “que se abre no ar”.

Conclusão? Neste drama atemporal? Não ouso arriscar palpite. O Criador está “parado”, em silêncio, “lavando as mãos”, ou apenas a olhar o fim da história terrestre com seus olhos de leão afogados em lágrimas. É uma situação irremediável até para o Médico dos médicos, que tem a Medicina Infinita do Ágape e do Perdão. Tudo agora só depende de nossa vontade pessoal, mas a corrosão de nossa consciência dificulta enxergarmos em que abismo entramos. Logo, em nosso caso, a esperança cristã está na dependência de nos mantermos confiantes em Cristo e na sua Santa Palavra que “não passará até que os céus e a terra passem”, e a crença na iminência da Parusia tornou-se a Chave e o grande sinal de sobrevida do Cristianismo neste tempo. Sem ela, o Vazio toma conta de tudo, e se alimenta do vazio humano.

 

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Porque podemos e devemos comer carne

Ao contrário do que pensam os essênios, os adventistas e outros “arautos” do vegetarianismo, a ante Pré-história da criação da vida animal e o relato trágico do Gênesis nos credenciam a continuar comendo carne, sem medo de ser feliz.

Não viemos aqui recomendar nenhum livro específico sobre este assunto, mas o livro do professor Wilson Rondó é uma pérola preciosa da nutrição, e nos deu a surpresa de endossar o pensamento bíblico de que o próprio Deus recomendou aos seres humanos a alimentação via carne animal, executando para isso uma “cirurgia emergencial” na Natureza, tanto no “rebaixamento” da consciência animal, quanto na providência nutricional para uma Humanidade decaída, que agora não mais podia contar com o poder espiritual original de suas mentes, com o qual sua alimentação era completamente diferente daquela inaugurada com a Queda.

É claro que a Queda também trouxe revezes noutras áreas, e a poluição ambiental total, que vai desde a água que homens e animais bebem, até o oxigênio rarefeito e contaminado da biosfera, saturada de “macróbios e micróbios”, tudo isso levou à confusão científica acerca do valor nutricional da carne, o que não invalida o fato de que o primeiro médico a recomendar a carne animal foi o próprio Deus, e por isso temos condição de afirmar que a modernidade trouxe todos os malefícios à nossa raça, sobretudo nas áreas de saúde física e metabólica. Antes destes tresloucados tempos modernos, ninguém dizia nada contra comer carne e ninguém se sentia mal com um bom churrasco, até que a indú$tria alimentícia chegou e a competição cega por dinheiro criou mitos do bem e do mal, e dentre estes últimos, a condenação da carne (sobretudo as carnes vermelhas).

Todavia nosso campo neste artigo não é o terreno dos nutricionistas modernos, e muito menos o campo dos modernoides que leem 3 páginas do passado e acham que, por encontrarem povos sadios entre os veganos e vegetarianos, podem sair por aí condenando a carne animal, sem qualquer prova científica conclusiva e muito menos prova bíblica.

Enfim, neste sentido então, não teremos grandes problemas para encontrar textos bíblicos que apóiem a tese aqui defendida, devido estar a lógica aqui apresentada em grande parte extraída da Teologia cristã lewisiana. Com efeito e a rigor, um dos pontos mais fortes da lógica que defendemos aqui está centrado numa passagem bíblica assaz conhecida, cuja omissão (das teologias católicas e protestantes) é por demais espantosa, já que não há outro caminho a deduzir do primeiro livro do Pentateuco. É uma lógica tão cristalina que equivale a dizer que se o dono da casa encontrou a casa arrombada e “varrida” na volta de suas férias, um ladrão entrou ali e “fez a festa”.

E há outras passagens bíblicas (literais ou nas entrelinhas) que vem em socorro do texto base do Gênesis que usamos em nossa “tese”, como as seguintes:

(1) Se Jesus esteve frente a frente com o centurião romano (um militar da época), e se não se levantou contra os militares e o serviço “potencialmente genocida” que exercem, a dedução óbvia é que os cristãos podem servir ao exército e até ir para a guerra.

(2) Se os apóstolos acharam que Jesus era um fantasma quando Ele caminhava à noite sobre as águas, e Jesus não desencorajou essa crença neles, então das duas uma (das duas as duas): ou Jesus também acreditava em fantasmas; e/ou fantasmas aparecem aos vivos.

(3) Se os próprios apóstolos duvidaram de Jesus, então nossas dúvidas não são um pecado tão grave quanto afirmam algumas teologias abstracionistas, que defendem a fé como único veículo para a salvação e a incredulidade como sinônimo de “blasfêmia contra o Espírito Santo”.

(4) Se na hora da cruz Jesus disse para João: “Mãe, eis aí o teu filho; filho, eis aí a tua mãe”, então todos os cristãos podem – e devem – chamar Maria de mãe.

(5) Se Jesus foi chamado de “rei” e se Ele de fato é o grande Rei do universo, então sua mãe Maria pode e deve ser chamada de Rainha.

Enfim, são dezenas e dezenas de exemplos onde a dedução lógica nos ensina o pensamento bíblico sem necessidade de qualquer texto escrito sobre a respectiva dedução, provando que a Palavra de Deus é viva e eficaz e que a letra mata, mas o espírito vivifica.

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De onde vêm os nossos maus políticos?

Uma perguntinha tão simples e aparentemente tão tola continua a esconder, na surdez voluntária de nosso povo, toda a “contabilidade de cobrança” da Justiça divina em relação à nossa consciência, já quase inteiramente danificada pelo pecado.

Um tal de Leandro Karnal, um comunista do tipo “melancia” que faz o programa “Careca de Saber”, grita aos quatro ventos que “uma sociedade corrupta não pode produzir políticos honestos”. E não é que ele, neste particular, está certíssimo! Certíssimo e biblicamente combinado, com toda a lógica da coerência bíblica a seu favor. Não é de espantar a nenhum cristão lewisiano, sem dúvida. Afinal, o próprio Deus disse que se os cristãos se calassem, “até as pedras clamariam”: Karnal aqui não foi nada mais do que uma pedra!… (Ou uma mera e milagrosa coincidência imerecida por sua índole socialista a serviço do Comunismo histórico).

É sobre este assunto que trataremos aqui. Porém, contudo e com efeito, além de nossa base teológica sob orientação de CS Lewis, um artigo muito mais profundo de Luiz Carlos Lisboa servirá como nossa grande inspiração, e aqui o reproduziremos na íntegra. Vejamos.

A violência nos outros*

A ideia de que a cidade grande modifica o homem, para pior, é uma  das crenças modernas mais difundidas. As grandes concentrações urbanas tornam mais evidente o que sempre existiu nele, nascido no egocentrismo comum e conservado na ignorância da própria realidade. O realismo interpessoal mais estreito e frequente produz no habitante dos centros populosos uma concentração de experiências que torna agudos os problemas individuais. Aquilo que num meio mais rarefeito seria dissolvido, ali reforça suas características e agrava seus males. O homem é colocado com dramática insistência diante do espelho das ações alheias, onde vê a todo instante sua própria ação, e suas contradições. O aumento da tensão decorre dessa efervescência em espaço limitado, com o individual e o coletivo influenciando-se reciprocamente, e elevando a temperatura até o espasmo da violência. Culpar o grande aglomerado é tão frívolo quanto responsabilizar a febre pela enfermidade.

A inflamação, a fome, as desigualdades sociais interferem muito na vida de uma coletividade, mas influem pouco na eclosão de um surto de violência, ou no crescimento aparentemente repentino da criminalidade. A menos que a explicação seja usada como denúncia de efeito político, não há por que dar ênfase a esses fatores na busca de entendimento para a questão. Nem sempre, onde os desequilíbrios sociais são mais evidentes, a violência é maior. Melhor será examinar outros aspectos, embora reconhecendo que aquela concepção tosca satisfaz perfeitamente os que querem qualquer explicação e que por natureza são menos exigentes. O problema da violência não pode ser compreendido à luz das grandes crises, através do noticiário policial, do ângulo das estatísticas, ou qualquer coisa no gênero. Não é a grande violência que interessa mas a pequenina, disfarçada no dia-a-dia, na ação e no pensamento do homem que se considera pacífico. Talvez aí esteja tudo o que precisamos saber sobre a brutalidade que ganha as páginas dos jornais e pinta um quadro terrível das grandes cidades.

       Os assaltos planejados, os sequestros bem premeditados, a liquidação de criminosos por bandos particulares, são culminâncias. O que precisa ser conhecido, sem desculpas ou atenuantes, é o resto do iceberg, mal dissimulado no cotidiano do homem comum, no motorista que dirige a caminho do emprego, no funcionário que atende por trás de um balcão, no cidadão anônimo que defende a pena de morte numa entrevista apressada de rua, na mulher que arrasta o filho pequeno numa calçada cheia de gente. Esse conhecimento não pode ser começado de fora para dentro. É preciso iniciar na raiz, na câmara escura que está escondida de todas as aparências do mundo. Cada homem terá de começar a descobrir a sua violência, a única que está ao alcance. A tendência para observar os problemas “fora de nós” é quase irresistível, e a razão disso é bem óbvia: estamos absorvidos, nada temos a fazer, nosso estimado ego está a salvo.

No caso da responsabilidade pela violência crescente nas grandes cidades, é flagrante a infantilidade dos que teimam em ver a solução dependendo “dos outros”, de uma revolução, da reforma urbana, da conversão a uma nova corrente, etc. como as crianças às vezes fazem, pomos a culpa em alguma coisa alheia a nós. O adequado seria deixar de lado a ideia de culpa, antes de mais nada, depois descobrir em que medida estamos também envolvidos nisso que censuramos e de que modo somos o que queremos rejeitar. Isso não é nada filosófico, metafísico ou místico, é um fato simples que pode ser verificado. Nossas preocupações com a sociedade não chegam a ser sinceras e não há nada a fazer exceto constatar como nos enganamos com tudo isso, todo o tempo. O envolvimento de cada homem no processo cultural da violência varia de acordo com sua submissão às pressões da moda, aos valores vigentes. O regime político, a organização econômica têm pouca importância no caso. Sob qualquer sistema, somos mais ou menos envolvidos, conforme nossa capacidade de ver, ouvir, entender.

       A violência escondida no homem comum – às vezes naquele que se considera um pacifista – é bem mais reveladora do processo geral da violência do que qualquer outra coisa. A descoberta das nossas limitações nos outros é especialmente desagradável mas, por outro lado, é aliviadora. A revelação incômoda de que, afinal, somos como todo mundo, e temos em nós o vilão e o herói, é comumente superficial. De fato, só é desconfortável porque passa muito por cima os fatos. Se penetrasse um pouco mais em sua crosta, faria uma constatação pura e simples, sem qualquer conotação pessoal ou impressão subjetiva. Vemos claramente a violência, desde que não seja em nós. Se desconfiamos que está em nós, culpamos logo a sociedade, o sistema, a cidade grande, as provações que sofremos. Depois, temos olhos somente para os grandes eventos, para os acontecimentos maiores – a culminância de um processo que começou pequenino e vive em nós residualmente.

A violência dos nossos pensamentos, desejos, disfarces, ambições, anseios, é da mesma essência daquela que ganha os títulos dos jornais de sensação. Os livros que lemos, a TV e o cinema com que nos divertimos, os comentários que fazemos, o futebol que nos distrai, a maneira como negociamos e o modo como nos relacionamos com os mais humildes, estão impregnados da violência que nas suas manifestações mais visíveis e concentradas nos parece tão repulsiva. Henry David Thoreau escreveu uma vez que “ver-se a si mesmo é tão difícil quanto olhar para trás sem virar a cabeça”. Talvez seja necessário apenas dar uma meia-volta completa.

A influência do Socialismo

O problema é que a chegada sorrateira do Comunismo nos 4 cantos do mundo veio manchar ou embaçar a visão clara desta realidade apontada por Karnal e Lisboa, a saber, que a malignidade dos atos humanos rebeldes contra a vontade do Criador é a grande incubadora da corrupção endêmica e sistêmica a rigor em todo o globo, e o Brasil, por ser um país “mineralmente” rico e ter um povo completamente alienado por supostas “liberdades”, constituiu-se no melhor laboratório de implantação deste tipo de mazela social e desgraça espiritual.

Com efeito, nenhuma mente sadia deverá deduzir que a corrupção é filha do Comunismo, não apenas porque a corrupção é milênios e milênios mais velha que ele, mas porque foi ela que criou o Comunismo para efeito de se perpetuar e se mesclar indelevelmente no DNA humano. Eis então que é o coração humano a grande tragédia, e o próprio Deus já nos havia alertado contra isso, naquela célebre passagem onde Jesus disse que “é do coração que procedem furtos, roubos, maus pensamentos, prostituição, etc.”, e somente uma “cirurgia espiritual” chamada ‘conversão genuína’ poderá livrar a Humanidade desta desgraça.

Ipso facto, nascidos e educados num ambiente 100% corrupto, corrupto pela própria rebeldia humana contra Deus e o hedonismo endêmico, ninguém deveria se admirar que a sociedade produzisse figuras demoníacas como um Gilmar Mendes, um Dias Toffoli e o STF brasileiro como um todo, os quais nem eleitos foram! Porque os demais demônios da nossa Política, os do Congresso e do Executivo, poderão pelo menos alegar – fraudulentamente – que estão no Poder porque o povo os colocou lá, embora saibamos que nunca os colocamos lá, e que suas eleições foram “um milagre às avessas” das urnas fraudáveis da Smartmatic!

Sim. Mas nada disso exime o povo de sua culpa imperdoável, pois sua traição a Deus veio muito antes de se refinar o Sistema para eleger aqueles que eles jamais desejariam ver eleitos! É como aquela armadilha macabra que os meninos construíram para pegar transeuntes adultos e ela mesma os engoliu quando esqueceram o lugar onde a colocaram! Isto é: aqui se deu com perfeição o dito comum na ciência da Magia: “O feitiço se voltou contra o feiticeiro”.

Por que aqui só podemos olhar para dentro?

E a realidade aqui não tem e mínima misericórdia para com os cegos voluntários, para com os presunçosos e para com todos os preguiçosos mentais. Aqui está o “point of no return”. Somos nós os nossos próprios algozes! Somos nós inimigos de nós mesmos e de Deus! É a nossa corrupção PESSOAL que elege políticos corruptos! Neste caso, se tudo está dentro de nós, então nem adianta reclamar ou discursar pedindo Intervenção Militar, pois os próprios militares também são filhos desta gente corrupta, e não nos salvarão se tiverem que renunciar às mamatas oferecidas pelo demônio, pelas mãos do Comunismo.

Neste caso, é perfeita a relação estabelecida pela reivindicação cristã da conversão das almas: porquanto assim como todos nós somos os primeiros e últimos culpados pela corrupção dentro e fora de nós, e nenhum pedido de socorro devemos fazer excluindo-nos da culpa pela tragédia, assim também a solução que devemos buscar é única e exclusiva da “cirurgia espiritual” de Cristo que deseja trocar nosso coração de pedra por um coração de carne. Por isso estão cobertos de razão os santos e os bons religiosos que dedicam suas vidas inteiras à oração e ao jejum, seja pela Pátria, pela Família Tradicional e por eles mesmos. São os carmelitas, os monges, os enclausurados da fé, e todos os que sofrem a ironia da sociedade corrupta, que alega que eles não fazem nada em prol do progresso, como se houvesse qualquer progresso em caminhar para o caos.

Nunca houve um tempo em que a vida devocional e de oração fosse tão crucial e necessária, e nunca houve um tempo em que a sociedade entendesse isso tão mal. Os servos do Senhor que são verdadeiros orantes da salvação da Terra não perdem por esperar! São eles os salvadores deste caos, e aqueles que eles salvarem nem chegarão a entender o que fizeram! Fica no ar a ordem implícita de seu Deus: “orai sem cessar, e tudo quanto pedirdes em oração eu vo-lo concederei”. Quem tem ouvidos de ouvir ouça o que o Espírito diz às igrejas, igrejas vivas em cada alma orante.

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(*) – Texto original: Luiz Carlos Lisboa

 

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Outras expressões “incompreensíveis” na Bíblia Sagrada

Após saber de expressões “pouco misericordiosas”, temos a perguntar como e porque os autores canônicos registraram frases que não se coadunariam com nenhuma lógica e muito menos com a Teologia Cristã

Após saber de expressões entendidas como “pouco misericordiosas” na esteira de “supostas” declarações de Jesus (confira antes o artigo que trata do assunto NESTE link), temos a perguntar como e porque os autores canônicos registraram frases que não se coadunam com nenhuma lógica e muito menos com a ‘Teologia Bíblica dos Apóstolos’, senhora mestra absoluta de todo pensamento cristão. É isso que este artigo se propõe a tratar, na medida do possível, pelas fontes por nós pesquisadas.

Todo o problema parece residir, até onde conseguimos enxergar, na diferença entre: (1) aquilo que Jesus de fato disse; (2) aquilo que os autores canônicos conseguiram SE LEMBRAR das palavras de Jesus; (3) aquilo que Jesus permitiu aos autores canônicos fazer na hora de registrarem, para as gerações futuras, as palavras que Ele de fato proferiu; e (4) aquilo que Jesus permitiu aos autores canônicos escolher na hora de registrarem palavras que Ele gostaria de ter dito na ocasião e não disse, e cuja revelação iria ajudar na melhor compreensão do plano de salvação.

Isto posto, podemos utilizar mais ou menos 3 (três) expressões – ou pensamentos – de Jesus para não nos excedermos nas dimensões cabíveis a um “artigo de jornal”, utilizando as mesmas em cada um dos 4 pontos acima descritos relativos ao registro das palavras de Jesus. Senão vejamos.

As coisas que Jesus disse, aquelas mais capazes de dar exemplo ao nosso argumento, seriam as seguintes:

  • Primeira expressão: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem” (Lucas 23,34);
  • Segunda expressão: “Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir (Mateus 12,32);
  • Terceira expressão: “Pai, graças te dou porque me ouviste; aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste” (João 11,41b-42).

(a) “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”: Por que Jesus disse isso? O Pai do Céu por acaso não sabe que o povo é ignorante e absolutamente alienado? Ou então, numa hipótese trágica e impensável, o Pai do Céu não seria tão misericordioso quanto Jesus acreditava? Ou, então, mistério dos mistérios, Jesus NÃO TERIA DITO tais palavras? Ou seja, elas seriam um acréscimo posterior, do tipo “populista”, inserido pelos escribas das comunidades fundadas pelos discípulos? Isto é, um “enxerto dos seguidores dos apóstolos” (doravante ESA)? Pior, nesta expressão, a rigor, pode-se ver até um “defeito técnico” sutil no âmago de tal pensamento, pois a Bíblia registra casos onde ficou claro que não haverá afrouxamento na severidade do julgamento de Deus, mesmo para quem não tivesse conhecimento pleno da Revelação (vimos isso na sentença “Deus não tomará por inocente aquele que levar seu santo nome em vão” – Êxodo 20,7 e Jesus a reforça em Mateus 12,36-37!), ou mesmo para quem não cometesse um pecado grave e apenas fosse medroso ou tímido, como no caso da Parábola dos talentos (Mateus 25,24-30).

Neste caso, a mera alusão a um perdão dado gratuitamente só porque o pecador não sabe o mal que está fazendo, põe em discussão até a validade da Revelação, já que a própria Escritura diz que “aqueles que sem lei pecaram, sem lei serão julgados”! O questionador perguntaria: “não seria mais fácil salvar uma Humanidade inteiramente ignorante, do que arriscar-se a dar-lhe um conhecimento que ao final lhe trará culpabilidade”?… Mas uma vez é aqui que entra CS Lewis, pois só ele explicou –para quem souber ler – que o desejo profundo e secreto de Deus é nos levar À PERFEIÇÃO, e para isso o próprio Criador julgou valer a pena correr o risco de perder as almas cuja mente jamais se ajustasse às exigências severas da Moral Cristã. Enfim, Ele é o Juiz perfeito e o Amor Justíssimo, e por isso se Ele julgou positivo correr este risco, nossa única opção é aplaudi-lo e louvá-lo por isso.

Mas isto não anula o sinete da consciência que o próprio Deus nos deu, pelo contrário, isto tudo levanta muito mais um problema do que uma solução: na verdade, se o Juízo Final vai ser algo ao qual TODOS comparecerão, é lógico supor que a questão da alienação estará superada, e por isso não haverá um único condenado que não tenha tido perfeito juízo de seus erros. Até porque o período irrecorrível de TODAS as almas no Purgatório “lavou-as e levou-as”, inexoravelmente, a enxergar pelo menos a inadequação de seus desejos perante a vontade do Criador, e isso as deixará com plena consciência de sua última decisão, seja para desistir de tudo ou para consertar-se moralmente com a purificação “gratuita” e misericordiosa promovida pelo “Vale da Sombra da Morte”. É isso.

(b) Como pode uma blasfêmia contra o Espírito Santo ofender a Deus e uma blasfêmia contra o Pai não ofender? Só uma resposta atende a esta pergunta com todos os elementos de Lógica que a noção de “família” (uma noção surgida somente a reboque da noção de “trindade”) introduziu na mente humana, e o raciocínio daí derivado é o seguinte: o Espírito Santo de fato só pode ser “a Mãe-sagrada de Jesus” e Este, como todos nós filhos, detestamos quando alguém fala mal de nossa Mãe!…

Neste caso, Jesus, por ter o coração perfeito e 100% equilibrado, teria que sentir ofensa com qualquer blasfêmia contra a sua família, e não apena contra sua Mãe-espiritual ou seu Pai celestial. Jesus deveria se sentir irritado até contra quem falasse mal de José, seu pai carnal adotivo. E a prova disso é aquilo que Ele disse “para justificar” sua ira dentro do Templo de Israel, quando chicoteou e surrou os vendilhões: “Vós transformais a Casa de Meu Pai num covil de salteadores!”. Por que uma ofensa à Casa de seu Pai o irou tanto e uma ofensa direta ao Pai foi relativizada na citação da blasfêmia contra o Espírito Santo? Enfim, aí está mais um mistério para exegetas mais capacitados investigarem com o esmero de quem quer saber a Verdade (ou, como Lewis diria, “com alma de cachorro”).

(c) Por que Jesus usaria uma oração (que Ele próprio pareceu menosprezar, no sentido de lhe dar menos valor) do tipo “didática” numa ocasião daquelas – a ressurreição de Lázaro –, quando Ele sabia e tinha já experimentado o alto poder de persuasão de suas palavras em seus discursos públicos? Uma oração como aquela da ressurreição de Lázaro é a ÚNICA IGUAL no Novo Testamento, ou seja, não há nenhuma outra igual nos Evangelhos, e por isso ela pode ter sido, por assim dizer, “manuseada” ou “remendada” pelas memórias longínquas do escritor canônico, querendo aproveitar a ocasião para passar mais uma lição teológica acerca da Santíssima Trindade.

Ao registrar “Pai, graças te dou porque me ouviste; aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste”, o escritor canônico incorre em pelo menos 3 erros toscos na lógica da Revelação. Dizer “graças te dou PORQUE me ouviste” é atribuir um erro brutal à consciência de Jesus, a menos que Deus também não ouvisse seu próprio Filho, já que a Escritura registra casos em que pecados humanos de fato “tapam seus ouvidos às nossas orações”, como disseram Isaías 1,15; Zacarias 7,13; Salmo 66,18 e 94,9. Neste caso, Jesus estaria apenas “simulando” uma situação de pecado onde Ele anteriormente não teria sido ouvido? Evidentemente isto nunca aconteceu. Por isso a expressão “aliás” é tão descaradamente um enxerto posterior da memória longínqua do autor canônico, que tentou justificá-la com uma saída medíocre: “assim falei por causa da multidão presente”; e ainda “para que creiam que tu me enviaste”, como se a multidão saber que Deus ouviu seu único Filho fosse motivo suficientemente forte para crer nEle!

Enfim, naquelas expressões ficam desnudos os traços humanos na letra da Revelação, o que jamais constituiria razão para a descrença na Teologia cristã, pelo contrário, a tornam muito mais divina por ter sobrevivido este tempo todo, APESAR da influência humana na origem de seu registro histórico. A Lógica divina está presente com a máxima exatidão, a saber, justamente no fato de que a vontade dEle, custe o que custar, doesse em quem doesse, triunfaria e sagrar-se-ia vitoriosa sob quaisquer circunstâncias, mesmo que seus ouvintes jamais lhe valorizassem, e até mesmo se seus próprios porta-vozes a manipulassem, seja por erro de memória, seja por desejo de torná-la mais didática para as almas perdidas. Em todo caso, triunfa a Verdade, que jamais sairia da boca de Deus sem cumprir o propósito para a qual o Senhor lhe premeditou.

 

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Que misericórdia há em algumas expressões de Jesus?

A rigorosa ordenança bíblica acerca da nossa misericórdia para com o próximo parece contrariada com e por expressões de Jesus que nada têm de misericordiosas. Se isto for verdade, o que Jesus chamava de “Misericórdia”?

A inteligência para o culto racional (Rm 12,1) é o maior dom que Deus nos deu, mesmo em comparação com o dom da salvação, pois sem aquela este nem faria sentido. Isto posto, as descobertas da inteligência humana, sobretudo aquelas oriundas da dedução lógica permitida por Deus, extraídas de dentro da Bíblia Sagrada, têm necessariamente a primazia em qualquer raciocínio que se preze, e é neste espírito que estamos escrevendo este artigo.

A observação acurada do texto bíblico, escusadas as deficiências comuns da linguagem humana e os possíveis “defeitos” de cada tradução ao longo dos séculos, pode nos levar a descobertas estarrecedoras, ou no mínimo impressionantes, e expor com luz solar toda a ignorância do bicho-homem perante os chamados “mistérios” da existência. Conquanto isto esteja sendo dito para permitir a plena liberdade de expressão, este articulista propõe que a conclusão aqui divulgada não seja aceita por nenhuma outra mente lúcida, exceto se esta se der ao trabalho de pesquisar o mesmo tema com o mesmo esmero, e ainda assumir uma postura mais “discreta” ao abrir dos olhos, como seria mais lógico em relação à reverência para com o Sagrado.

O tema proposto já choca no título, que jamais pude confirmar se era o ideal ou se era um mero erro de “desajuste interior” nas crenças pessoais deste autor, e por isso o título deste artigo já poderia produzir os efeitos indesejados que tentei evitar, ou afastar olhares que desejei aproximar. E pior, ele precisa ser iniciado por uma pergunta igualmente complicada, a saber: “teria a Humanidade entendido corretamente o sentido último da expressão ‘Misericórdia Divina’? Ou: quem agregou ‘pieguismo’ ao conceito que havia na cabeça de Jesus?”…

Mas o choque maior, a rigor, está no fato de que toda a cristandade parece ter sido envenenada pelas ideias levianas do ‘semipacifismo’ de que falava CS Lewis, impondo aos cristãos uma “atenção vaidosa” ao tema e o rigor da compulsória “Lei do Perdão Cego”, que nos obriga a tratar todo mundo com todo carinho que nosso coração sofra horrores para alcançar. É uma regra intransigente e implacável, que requer de um coração humano a pureza do divino, quando nem o próprio Deus, na pessoa do Filho do Homem, conseguiu cumprir à risca todo o tormento de uma disposição impraticável, 24 horas por dia, em dias vividos entre humanos! (O site “Ca3” publicou um vídeo intitulado “Por que Jesus se retirava para orar sozinho?”, que trata justamente da missão divina da convivência humana, a qual também foi duríssima para Jesus). É por tudo isso que acreditamos tratar-se de algum possível erro na compreensão da Misericórdia, porque a mente humana pós-Queda também aderiu à tendência ao “vitimismo” e à autocomiseração, prejudicando a clareza da visão diante de realidades dolorosas.

E podemos ir mais longe neste raciocínio. Senão vejamos. A rigor, não existe misericórdia infinita, mesmo aquela que habita O Coração Infinito!… Porquanto a eclosão do pecado, aquele original nascido no coração de Lúcifer, provocou uma situação 100% indesejável para Deus, a saber, a “obrigatoriedade da misericórdia seletiva”, uma vez que o Sagrado Coração tem que ser – e necessariamente é – 100% intolerante a qualquer pecado, e por isso estamos diante de um erro técnico de interpretação do sentido do perdão, ou seja, que a Humanidade entendeu errado a santidade de Deus e assumiu a crença fraudulenta de uma anistia irrestrita para tudo, como se os olhos perfeitos do Criador ficassem cegos às nossas desobediências e rebeldias premeditadas!

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A índole pacífica de Jesus pode ser um mito

Uma revisão mais acurada da Escritura Sagrada e a experiência viva de convivência com os males do Comunismo deixam nos cristãos uma pergunta sem resposta ou uma outra resposta…

A convicção de que Jesus sempre daria a face esquerda para quem lhe batesse na direita, o perdão aparentemente irrestrito dado aos inimigos e o silêncio irritante perante a falsidade do sinédrio na via sacra, induzem o leitor a fechar questão sobre o pacifismo radical do Nazareno, concluindo qualquer discussão que se apresente refratária ou com ares de insubmissão à Teologia da Misericórdia. É este o assunto que iremos (tentaremos) enfocar aqui, com esperança de não encontrar entre nossos leitores apenas “árabes ou hooligans” sedentos de vingatividade.

Porquanto a escalada crescente e inexorável do Maligno em todos os quadrantes do mundo e a irrefutável constatação de que “o Bem e a inocência não subsistem em ambientes onde a crueldade campeia livre”, tem nos fornecido ferramentas mais que suficientes para “imaginar” uma outra Nárnia, com todas as portas fechadas, ou um Paraíso depurado a pente fino, ou um Reino escatológico onde a entrada de súditos foi submetida a uma rigorosa seleção, por “fiscais anjos” de Deus.

E mais: esta constatação não é de estranhar nem mesmo para o Reino escatológico ensinado e acreditado nos seminários cristãos. Porque no cotidiano e na esteira de todas as disciplinas ali ministradas, tem-se por certo – e inquestionável – o fato de que “o Céu efetivamente não é um lugar para o pecado”, e que Deus só admite em seu Reino a santidade, cuja perfeição depende de ficarem de fora dela todos os menores ou mínimos indícios de maldade ou mesmo de “erros bobos humanos”, cumprindo a lei máxima de “o Santo dos Santos é exatamente aquilo que a expressão ‘santo dos santos’ significa”. A velha noção cristã, do início do Cristianismo, de que “no Céu só entram santos” (e por isso a ideia de Purgatório acabou germinando entre os cristãos) nunca foi questionada e está a cada dia mais sólida em todas as teologias, mesmo as egressas da Reforma.

Porque esta lei de que “no Céu só entram santos” é RADICAL! É severa! É rigorosa! É até intolerante, no sentido modernoide, porque ameaça com um inferno eterno quem apenas pecou por uma mera mentirinha de ocasião! Com efeito, se deixada abandonada a um canto da mente pouco lúcida pós-adâmica, inevitavelmente o cérebro dos macacos irá resmungar e apelar dizendo “mas foi só uma mentirinha”, e com isso sentindo-se no direito de exigir uma entrada salvadora no Reino eterno. É uma conversa que começa com a acusação de uma mera mentirinha e depois faz a mentirinha esconder a falsidade infernal de todas as maldades. Nenhum mal é 100% honesto, e nenhuma bondade 100% honesta incorpora o mínimo indício de falsidade: aqui está uma equação matemática SEM EXCEÇÕES, onde se diz com propriedade que “os números não mentem JAMAIS!”.

Isto posto, conscientizados de que no Reino de Deus nunca entrou nem jamais entrará a mínima concessão da mais ínfima mentirinha, segue-se que o Céu é um lugar de santos e para santos, e por isso teria que haver “um lugar onde as almas humanas chegassem à perfeição ANTES de adentrar no Reino Divino”, seguindo a lógica teológica da “aseptic summa paradisi” (assepsia extrema do Paraíso), sob pena de, no contrário, o Cristianismo se visse obrigado a admitir em sua escatologia a hipótese reencarnacionista, única saída para a purificação exigida pela santidade necessária do Céu.

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